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Dilma | Nirlando Beirão
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28 nov as 17h58

1STU9242 Enfim, um ministério com a cara de Dilma

A reforma ministerial com a qual Dilma Rousseff sonha tem sido feita por fatias e com a involuntária ajuda da imprensa.

Escândalo após escândalo, a presidente da República vai jogando ao mar alguns dos indesejados que a herança do governo Lula e o loteamento do poder com os partidos da base aliada lhe impunham.

Dilma já confidenciou que gostaria de ter 18 ministros, não mais do que isso. Seria menos da metade dos 38 ministros de hoje.

Pode ser que já surpreenda, no início do ano – quando deve promover uma generalizada dança das cadeiras.

A senha foi dada pelo empresário Jorge Gerdau, que Dilma foi buscar para comandar a Câmara de Política de Gestão – um órgão de consultoria para palpitar na eficiência da administração pública.

“É impossível administrar com 40 ministérios”, disse Gerdau em recente conversa em Brasília.

Desafio o internauta a – sem olhar no Google, seu espertinho – dizer o nome de doze ministros da Dilma, dez, que sejam.

Para vocês terem uma idéia, só na área social há um(a) ministro(a) das Mulheres, outro(a) da Igualdade Racial, outro(a) dos Direitos Humanos, outro da Fome. Não dá para juntar todos eles num Ministério da, digamos, Promoção Social?

Não dá para transferir o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o da Pesca para a Agricultura?

Três outros Ministérios poderiam virar um só: Cidades, Integração Nacional e Portos. Por que não?

Outro dado alarmante, levantado por Gerdau: há 23.500 cargos de confiança na administração pública federal. Está aí o epicentro da farra das nomeações.

A expectativa é que Dilma faça, enfim, um ministério à sua feição. Ou seja, mais técnico e menos político.

Pode ter problemas no tal quesito “governabilidade”? Pode ter, sim. Mas a opinião pública estará a favor dela.

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04 nov as 09h00

Primeira consequência da doença de Lula: coube à presidente Dilma, não a Lula, como traçado no script inicial, a difícil missão de pendurar o guiso no pescoço da tinhosa Marta Suplicy.

Alguém com autoridade tinha de convencer Marta a desistir de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.

Lula se apresentou. Teve involuntariamente de se recolher. Dilma, antes de viajar para a reunião-comício-velório do G20 em Cannes, França, deu o recado a Marta.

Sem a ex-prefeita, o PT vai mesmo de Fernando Haddad, o ministro da Educação.

Fernando Haddad é uma cara nova. Mais uma, na eleição de São Paulo. Por isso é que digo que o jogo está zero a zero. Entre tantas novidades, o eleitor é que vai decidir que é a novidades que o atrai mais.

Fora Haddad, está no páreo Gabriel Chalita, pelo PMDB, talvez mais conhecido pelos seus livros de auto-ajuda do que qualquer ajuda que tenha dado à política.

Com bom tempo de TV, pode vir a ser um candidato viável.

O PC do B deve vir de Netinho de Paula, o cantor. O PSB tem o fominha Paulo Skaf já se preparando na linha de largada. Soninha Francine vai, pelo PPS, fazer o que sempre se espera dela e do PPS: funcionar como uma espécie de fachada a serviço do PSDB de José Serra. O novato PSD de Gilberto Kassab tem o ex-banqueiro Henrique Meirelles como carta na manga. O próprio PSDB, se depender do governador Alckmin, entra na disputa com o baby face Bruno Covas, a bordo de sua impecável linhagem.

E por aí vai. A tendência é que a eleição em São Paulo apresente uma inacreditável fragmentação de candidaturas, todas aquelas acreditando, ao que parece, que o tempo dos figurões ficou para trás.

Nesse caso, as alianças, as coligações teriam de esperar o segundo turno.

A menos que José Serra decida se apresentar de novo, atropelando a tudo e a todos com a manjada promessa de que ficará até o final do mandato – promessa que ele, naturalmente, não irá cumprir.

José Serra é tão insistente que nem o fiel espelho dele agüenta quando cotidianamente perguntado se há no mundo alguém mais bonito, mais bacana, mais inteligente, mais preparado do que José Serra.

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21 set as 17h11

Os americanos têm um ditado: “Você não tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão”.

Dilma Rousseff levou ao pé da letra a recomendação, hoje, na ONU.

Era um dia de estreia.

Abertura da 66a Assembléia Geral das Nações Unidas – com todos os 193 países-membros representados. Muita tensão. A questão palestina ameaça ferver os debates. A crise financeira mundial espreita.

125710999 Dilma estreia modelo leve em momento pesado

Estreias:

A primeira vez de Dilma falando ao resto do mundo como presidente de Brasil.

A primeira vez em que uma mulher abria a Assembléia-Geral (o privilégio é sempre do Brasil).

Não por acaso, Dilma agarrou-se no tema “mulher”. Falou que este é o “século das mulheres”. Lembrou as mulheres que sofrem com a miséria, que ainda padecem de abusos, aquelas cuja cidadania é negada.

Muito convenientemente, na celebração das mulheres, Dilma tratou também de estrear novo estilo: um figurino muito mais feminino do que o dos ternos e tailleurs que lhe davam às vezes um ar quase marcial.

O azulzinho tipo color block (o sapato também era azul) tinha uma informalidade nobre que lembrava o guarda-roupa da Rainha Elizabeth.

O tubo de crepe azul foi amaciado por um casaquinho de renda também tingida de azul. Mangas mais curtas. Gola solta. Dava a impressão de que Dilma se livrou de suas antigas couraças.

Dilma deve sua revolução sartorial a uma estilista gaúcha, Luisa Stadtlander.  Já tinha sido de Luisa o look da posse. Mas a Dilma de hoje é bem mais solta, bem mais contemporânea.

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12 ago as 19h22

Acabo de vir de uma conversa com um juiz federal que anda bastante irritado com o comentário da presidente Dilma sobre a prisão de funcionários do primeiro e segundo escalão do Ministério do Turismo, acusados de maracutaias e favorecimentos.

Dilma considerou “um acinte” (palavra dela) o fato da Polícia Federal ter algemado os suspeitos.

Acinte, diz o juiz, é colocar em risco a integridade física não só dos agentes policiais como também dos próprios presos – naquele momento sob a tutela do Estado. Se algo ocorre com eles, o Estado será responsabilizado.

Sou a última pessoa do mundo a defender a execração pública de pessoas que sequer foram processados e menos ainda condenadas. Considero – contra a opinião majoritária – que direitos humanos são, sim, para serem respeitados. E tenho até crise de asma quando ouço aquela lenga-lenga de que, aqui no Brasil, direitos humanos só existem para bandidos.

Mas algema é outra história. Ela não pressupõe um julgamento – o suspeito é culpado ou é inocente. É simples: trata-se de deixar claro que o sujeito ali está preso e que a autoridade policial deve executar, sem submeter o acusado a humilhações gratuitas, um pedido da Justiça.
O problema no Brasil é que ninguém se incomoda com o pobre algemado, mas todo mundo acaba tendo dó do rico em algemas.

200274145 001 ALGEMAR OU NÃO ALGEMAR? ENTRE NESTA DISCUSSÃO
Foi o próprio Supremo Tribunal Federal, aliás, quem tratou de reiterar, com insólita clareza, a natureza social da punição.

A Súmula Vinculante número 11 diz: “só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros”.

Ameaça não só com punições administrativas. Pode chegar ao extremo de anular todo o processo.

Pela tal Súmula, o policial tem de escarafunchar a subjetividade do suspeito e avaliar se ele está ou não pensando em fazer alguma bobagem ou em cometer alguma violência.

Por isso é que digo que o STF aprofunda o apartheid: preso pobre tem cara de quem vai aprontar alguma, preso rico é daqueles que a gente pode até convidar para jantar em casa.

A decisão foi tomada em agosto de 2008. Em julho, um mês antes, a PF prendera alguns peixes graúdos dos altos negócios e das supernegociatas nativas. A Operação Satiagraha levou para a cadeia, ainda que por pouco tempo, o banqueiro Daniel Dantas e seus cúmplices.

À época, Dantas e caterva chegaram na PF algemados. Hoje em dia talvez fossem recebidos com tapete vermelho, flores e água de cheiro.

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07 jul as 07h02

Dilma Roussseff, no seu discurso de posse: “Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para atuarem com firmeza e autonomia”.

Alguém aí precisa dizer à presidente que discursos de posse são da boca para fora – não é para levar a sério. Nem para quem o ouve, muito menos para quem o diz.

Se Dilma se obstinar em fazer o que prometeu – e o episódio da demissão do ministro e de todo o primeiro escalão do Ministério dos Transportes parece indicar isso – ela estará correndo o risco de inaugurar uma perigosa novidade na vida pública brasileira.

A novidade é: ela prefere trocar o pragmatismo por princípios. Sai o pretexto malemolente da tal “governabilidade”, pela qual os partidos aliados loteiam o butim do poder (como tem acontecido desde Pedro Álvares Cabral), entram o rigor ético e a transparência democrática.

Zagueirando a corrupção, Dilma pode seduzir a sociedade. Mas a política – quer dizer, a politicagem – logo, logo há de apresentar a conta.

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15 jun as 15h07

Para quem fica um tempo sem ir a Brasília – como eu fiquei – a cidade pode surpreender. No bom sentido, quero dizer. Existe outra Brasília que não aquela apresentada, de forma debochada e caricata, por certos pseudo-humoristas nada gentiles da TV.

A impressão é de que capital federal deixou de ser monotemática. O coração do poder hoje fala menos de política – ou pelo menos não fala de política.  É como se Brasília tivesse se desidratado da testosterona que costuma caracterizar o cenário das disputas políticas. Já será o efeito do Matriarcado Dilma?

Você percorre os melhores restaurantes e a conversa, à mesa vizinha, raramente diz respeito a alguma medida provisória ou alguma comissão de inquérito. As pessoas parecem normais, discutindo assuntos normais, familiares. Quanta diferença daqueles tempos em que o Florentino e o Piantella se revezam, às noites, para sucursais tardias dos plenários parlamentares, aquela promiscuidade de deputados, senadores, empreiteiros, lobistas e outras criaturas das sombras.

O Piantella, em especial, ficou famoso por sediar, após o expediente parlamentar, o Estado-Maior da oposição, capitaneado por dr. Ulysses Guimarães e por sua invariável Poire – o fermentado de pera do norte da França. O Piantella funcionou, nos anos da ditadura e na era da redemocratização, como uma espécie de botequim ideológico dos não-conservadores. Se o ex-deputado Luis Eduardo Magalhães e o então ministro Pelé também iam lá quase religiosamente, é porque o Piantella tinha outras mimosas atrações noturnas além das inflamadas tentativas de endireitar a República, quando não de salvar o mundo.

Passei por um ninho de novos restaurantes, num lugar exageradamente chamado de Fashion Park, lá no caminho para o aeroporto. Me falaram muito bem do Alice mas quem me seduziu foi o Taypá, de cozinha peruana. O ceviche é muito bom, assim como o tiradito. Mesas com senhoras desacompanhadas, do tipo que poderiam ser hoje ministras de Estado – e não aquelas raparigas que, em florido buquê, vagavam outrora pelos restaurantes do poder.

Sinto desapontar meu amigo James Holston, que escreveu um livro devastador contra o projeto de Brasília (A Cidade Modernista ganhou em 2010 uma edição atualizada da Companhia das Letras) – segundo ele, uma utopia que não deu certo, como de resto quase todas as utopias. Mas a realidade que resultou daquelas linhas traçadas por Lúcio Costa não me parece tão atroz assim. Brasília é opulenta, civilizada e não há quem resista aquela cena do sol se deitando pachorrentamente sobre o horizonte que não parece ter fim.

A PROPÓSITO

Juscelino Kubitschek e seu time (Oscar Niemeyer, Israel Pinheiro, Bernardo Sayão e uma multidão de candangos) erigiram a monumental nova capital em quatro anos. Quem disse que o Corinthians não constrói seu estádio em três?

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