Em Saramandaia, Dias Gomes experimentou uma nova linguagem na teledramaturgia: o realismo fantástico.
Autoria: Dias Gomes
Direção: Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota
Período de exibição: 03/05/1976 – 30/12/1976
Horário: 22h
Nº de capítulos: 160
Em sua autobiografia, Apenas um Subversivo (Bertrand Brasil, 1988), Dias Gomes diz que Saramandaia tinha o duplo propósito de driblar a censura e experimentar uma linguagem nova na TV, o realismo mágico. Trabalhando com simbologias e metáforas, o autor dificultou o trabalho dos censores, mas não conseguiu evitar dezenas de cortes na história.
Dias Gomes usava um estratagema para driblar a Censura: como os critérios eram extremamente variáveis, e os censores eram trocados frequentemente, o autor repetia uma cena vetada 20 capítulos adiante e, se novamente cortada, voltava a repeti-la, até ela ser finalmente aprovada.
O Memória Globo fez uma Mostra especial sobre a censura em Saramandaia. O especial traz documentos, ofícios e memorando mostrando que a novela sofreu cortes da Censura Federal. Os documentos e depoimentos e as quase 400 páginas com ofícios, memorandos, cartas e scripts revelam um pouco da visão do regime. Quase tudo na novela foi motivo de reclamação: os personagens pouco convencionais, o erotismo, as relações amorosas e, claro, as questões sociais e políticas presentes na trama. A pesquisa foi feita Arquivo Nacional, onde estão os documentos da Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP).