AMSIA |
Mais uma indústria chinesa de veículos sem qualquer tradição no mercado brasileiro que se ofereceu para produzir no país. A proposta foi apresentada pelo grupo árabe Eram, controlado pelo príncipe saudita Abdul Rahman bin Faisal al-Saud e desde 2010 representante exclusivo da empresa chinesa no Oriente Médio e Norte da África.
Em junho de 2013 a joint-venture Amsia-Eram firmou protocolo de intenções com o governo de Sergipe propondo a instalação de linha de fabricação de automóveis híbridos e elétricos naquele Estado, sem contudo entrar em detalhes quanto aos modelos a serem fornecidos ou à forma de alimentação dos mesmos. Em uma segunda fase seriam também produzidos ônibus e máquinas agrícolas. O grupo empreendedor informou que a fábrica seria construída em Barra dos Coqueiros, em extensa área oferecida pela Administração Estadual, acompanhada de isenção de ICMS e IPTU e de “recursos da Sudene e do programa Inovar-Auto, do Governo Federal“.
Otimista, o governo de Sergipe estimava que o empreendimento, que estaria concluído em um prazo de 14 meses, criaria 4.000 postos de trabalho e teria capacidade de produção de aproximadamente 25 mil veículos por ano. (Tais informações contradiziam o próprio Diretor-Presidente da Amsia-Eram, que previa seis meses para a definição do projeto final, com o devido detalhamento do cronograma e da linha de produtos, e três anos para a finalização da primeira fase do projeto.)
Em dezembro de 2015 a empresa firmou novo termo de compromisso, com o mesmo objetivo, desta vez com a prefeitura de Sete Lagoas (MG). A unidade fabril, a ser construída “nas proximidades da Iveco“, geraria em torno de 1.600 empregos diretos. Demandando cerca de R$ 2 bilhões para sua implantação, seria inaugurada em três anos, período em que a Amsia comercializaria veículos importados. Na ocasião, em Nota de Esclarecimento, o governo sergipano informou que os interessados “nunca cumpriram uma vírgula do que foi pactuado (…), inclusive uma delas, elementar para que o processo pudesse andar (…), a abertura de uma empresa na Junta Comercial, (…) e sequer mandaram os documentos necessários para isso“.
A partir daí não mais se ouviu falar da marca sino-saudita.
[LEXICAR agradece a contribuição de Nelson Dantas e Paulo Roberto Steindoff na atualização desta página.]