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Empresa francesa fabricante de automóveis fundada em 1906. Após a Segunda Guerra Mundial concentrou-se na produção de veículos comerciais, vindo a se tornar o maior produtor de caminhões daquele país. Em 1967 foi vendida para a Citroën. Em 1974 teve o controle acionário adquirido pela Renault, que a subordinou à Saviem, sua subsidiária dedicada à produção de caminhões e ônibus. Em 1977 foi constituída a RVI – Renault Véhicules Industriels, que concentrou em uma única empresa independente os negócios com equipamentos de transporte do Grupo Renault, tornando a Berliet uma divisão da nova companhia. Em pouco tempo, porém, os veículos Berliet passaram a circular com o nome Renault, em 1980 sendo extinta a marca.

Em 1951, quando a frota brasileira de caminhões contava com cerca de 300 caminhões e ônibus Berliet, o fabricante decide pela criação de filial própria no país – a Companhia Brasileira de Automóveis Berliet S.A. -, dedicada à importação e comercialização de seus produtos. Em abril de 1953, contudo, nova legislação do Governo Federal passa a proibir a entrada de veículos completos no Brasil, obrigando os interessados em se manter no mercado à implantação de linha de fabricação local e à incorporação crescente de itens nacionais em seus produtos. Forçada pelas circunstâncias, a Berliet decide aqui se instalar como fabricante.

As primeiras notícias na imprensa deram conta da criação de uma linha de montagem em São Paulo (SP), como primeira etapa de plano de nacionalização futuro de seus veículos. Logo adiante, porém, associa-se com o grupo carioca Raskin (proprietário da concessionária Panauto), com o qual cria a Berliet do Brasil S.A., optando então por se estabelecer no Rio de Janeiro (RJ), em unidade industrial pertencente ao sócio brasileiro. Utilizando alguns componentes nacionais (pneus, baterias, borrachas, rodas e pequenas peças metálicas), inicia a montagem em CKD do caminhão GLR, com capacidade para 7 t, à razão de 15 a 20 unidades mensais. A produção se manteve constante até 1956, quando foi interrompida por falta de componentes importados.

Embora a Berliet tenha alegado que a produção foi suspensa em consequência da represália do Brasil pela recusa do governo francês comprar nosso café, o que levou o país “a dificultar, e logo a suprimir as licenças de importação dos elementos necessários à montagem dos veículos“, a realidade é que a criação do GEIA, em junho daquele ano, definiu claras metas de nacionalização e impôs normas muito mais rígidas a todos os fabricantes. Muitos deles se recusavam a acatá-las, o que parece ter sido o caso da Berliet: embora no ano seguinte tenha manifestado o interesse de participar do programa nacional de implantação da Indústria Automobilística, o fabricante francês acabou por não encaminhar oficialmente nenhum projeto ao GEIA.

Pelo menos por duas outras vezes a empresa declarou intenção de se instalar no Brasil: em 1969, quando estudou a possibilidade de construir uma fábrica em Manaus (AM), em associação com uma empresa local, e em 1976, quando o anúncio da vinda da Volvo para o país novamente atiçou seu interesse. A menos do breve período de montagem local, nenhuma das outras sondagens teve conseqüência.

 

[LEXICAR agradece a colaboração de Paulo Roberto Steindoff na atualização desta página.]





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