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Blog do e-jardim

domingo, 9 de junho de 2013

Acelerando o crescimento das plantas

Hoje nosso espaço é dedicado a uma preocupação  que aflige grande parte dos cultivadores de plantas...

O mundo atual orbita ao redor da urgência em se viver. Todos querem aproveitar a vida ao máximo, e se dias já são preciosos, o que se dirá de anos? Foi pensando nisto que nós, da equipe do E-jardim (www.e-jardim.com), desenvolvemos uma linha de árvores e palmeiras especiais, com idade entre 3 e 4 anos, em vasos de 10 litros e altura entre um e dois metros. Tudo isso em uma embalagem prática, moderna e eficiente, contendo duas plantas, o que possibilita um frete rodoviário extremamente competitivo.
Para melhor compreensão, vejam as fotos que acompanham estas linhas.

Zamia roezlii (à direita) e palmeiras diversas
Ao adqurir suas mudas nesse estágio (ao invés de nossos habituais tubetes de 19 cm x 6 cm), haverá um ganho precioso não somente em tempo, como também em qualidade, pois o crescimento é realizado em substrato altamente nutritivo e balanceado, suprindo todas as carências da planta. O resultado é uma jovem árvore bem desenvolvida e muito robusta.

Duas visões de uma de nossas estufas





Por preços individuais a partir de 80 reais, e fretes unitários que variam em torno de 15 reais, é possível desfrutar de todos este benefícios! Nossa malha de distribuição rodoviária abrange a maioria das cidades nas Regiões Sudeste e Sul, e algumas nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Outro aspecto positivo a ser destacado é que, neste porte,  muitas mudas já florescem e frutificam. As imagens a seguir testemunham este enorme benefício.

Cajá-manga-anão-precoce, com frutos

Gondo (Stylogyne longifolia) florescendo nos vasos














Mais informações através de nosso e-mail de contato: contato@e-jardim.com

Um abraço a todos,
E-jardim

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O fascinante cacau-jacaré e o pai da etnobotânica

Herrania mariae (cacau-jacaré) em plena floração foi escolhida como capa do Guia Botânico do Museu Goeldi (Belém-PA)
Logo que tive em mãos um exemplar do catálogo das plantas cultivadas no Museu Goeldi (Belém-PA) [Cavalcante, P.B. 1979. Guia Botânico do Museu Goeldi. Belém, MPEG Ed. 64 p.], fiquei fascinado pela plasticidade da imagem que ilustra a capa. Fotografado por Augusto Jarthes, o deslumbrante exemplar de Herrania mariae (conhecido popularmente como cacau-jacaré) chamava a atenção de qualquer pessoa. A pergunta não calava: como uma planta cauliflora, dotada de flores tão formosas e coloridas, e com um fruto de formato único e ainda por cima delicioso, poderia ser um completo desconhecido do público brasileiro? Estávamos no final dos anos 1990, iniciando o sítio E-jardim, e começava ali a trajetória contada no post de hoje...

Todavia, precisamos voltar cerca de 60 anos no tempo, precisamente ao ano de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial. Então com apenas 26 anos de idade, o botânico americano Richard Evans Schultes iniciava sua primeira de muitas viagens à Amazônia. Ele tornar-se-ia mundialmente famoso por seus estudos sobre o uso de plantas silvestres, principalmente alucinógenas, por populações indígenas. Seu livro mais famoso [Schultes, R.E. & A. Hofmann. 1979. The Plants of the Gods: their Sacred, Healing and Hallucinogenic Powers. New York, McGraw-Hill. 192 p.] se tornou um best-seller mundial, sendo repetidamente reeditado até os dias de hoje. Schultes é reconhecido como o "pai da etnobotânica", a ciência que estuda a aplicação dos conhecimentos botânicos de um determinado povo.

Na época da Grande Guerra, os EUA procuravam desesperadamente uma alternativa para a dependência das plantações de borracha no Sudeste Asiático, pois estas encontravam-se sob controle do inimigo japonês. As tentativas de estabelecer lavouras nas Américas Central e do Sul, notadamente no Brasil onde foi criada a "Fordlândia", haviam resultado em retumbante fracasso. Desta forma, o jovem Schultes, pesquisador da Universidade de Harvard, foi enviado às selvas amazônicas para reunir sementes de serigueiras (Hevea spp.) resistentes às pragas.

Foi justamente no decorrer desta jornada que o americano teve seu primeiro contato com uma espécie não-descrita de Herrania na Colômbia. Foi paixão à primeira vista, que foi crescendo conforme Richard se engajava em coletas cada vez mais frequentes na hileia sul-americana. O contato com espécimens vivos, ao invés de unicamente com os exemplares desidratados dos herbários, culminou em amor verdadeiro com a publicação do mais completo estudo sobre estas plantas conhecido até hoje [Schultes, R.E. 1958. A synopsis of the genus Herrania. Journal of the Arnold Arboretum, 39(3): 216-278].

No próximo post, detalharemos as diferentes espécies de cacau-jacaré e seu cultivo.

Até breve!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Olha só quem vem por aí...

Abiu ou carambola? Nem um nem outro, apenas um velho sonho dos colecionadores de frutas: Micropholis angulata, o abiu-carambola















O que parecia ser impossível pode se tornar realidade no E-jardim. A mais rara das frutas da amazônia, procurada há mais de 50 anos por fruticultores de todo o Brasil, pode aparecer em breve nas páginas virtuais do E-jardim.

Aguardem!

domingo, 18 de novembro de 2012

Cherapu brasileiro?

O cherapu (Garcinia prainiana), nativo da Tailândia, é considerado uma das duas melhores garcínias do mundo. Até hoje, nunca frutificou em solo brasileiro.















Sonho de 10 entre 10 colecionadores de frutas, o cherapu (Garcinia prainiana) é descrito no livro "Malayan Fruits" [Allen, B. M. 1967. Malayan Fruits: An Introduction to the Cultivated Species (with Thai & Tamil names). Singapore, Donald Moore Press Ltd. 245 p.] como "delicioso e dotado de sabor fora do comum". Na opinião de muitos, rivaliza em qualidade com a "rainha das frutas tropiciais", o celebrado mangostão (Garcinia mangostana). Coube ao famoso pomicultor norte-americano Bill Whitman (ver posts dos dia 07/09/2008 e 29/01/2009) sua introdução no mundo ocidental, aventura contada em seu livro [Whitman, W. F. 2001. Five Decades with Tropical Fruit, a Personal Journey. Englewood, Quisqualis Books. 476 p.]. Em recente visita ao Fairchild Tropical Garden (Flórida, EUA), tive a oportunidade de degustar e fotografar esta joia botânica (imagem que abre o texto de hoje).

No Brasil, o "button mangosteen" (mangostão-de-botão, outro nome popular para a espécie) é muito raro, e até onde se saiba, ainda não frutificou. Além de serem lentíssimas para germinar (demoram até seis meses!), as sementes são altamente perecíveis e apodrecem com extrema facilidade. Como se não bastasse, as mudas crescem a uma velocidade de dar inveja a tartaruga e são dioicas, isto é, flores masculinas e femininas nascem em indivíduos distintos.

Dentro do programa de produção de mudas para recomposição de áreas litorâneas, mantido pelo E-jardim.com, temos observado e fotografado inúmeras frutas saborosas, utilizadas apenas pela população caiçara vizinha destes terrenos (conhecidos como restingas). Uma delas chamou nossa atenção pela semelhança morfológica a Garcinia prainiana. A foto a seguir fala por si mesma.


Não fosse a coloração da polpa (branca, ao invés de alaranjada) e a casca mais espessa, muitos confundiriam esta espécie brasileira de Garcinia com o asiático cherapu.

Muito apreciada pelos nativos, o que mais chamou minha atenção foi seu sabor extremamente doce, capaz de agradar o mais exigente paladar europeu. Um contraste muito intenso com Garcinia brasiliensis, outra espécie de bacupari nativo das restingas da Região Sudeste, via de regra com gosto ácido ou acidulado.

Certamente, o E-jardim não poderia deixar de produzir mudas do "cherapu brasileiro" e ofertá-las a nossos clientes:

http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=495

Forte abraço!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Frutíferas em vasos (5) - cambucá-da-praia e guaquica

Frutos e folhas do cambucá-da-praia (Myrciaria strigipes) sobre o prato do E-jardim










Frutos e folhas da guaquica (Myrciaria guaquiea), em foto análoga à anterior


















O post anterior foi dedicado à fruta-do-mistério, uma excelente planta para cultivo em vasos. Não menos apropriadas são as duas espécies hoje abordadas, o cambucá-da-praia (Myrciaria strigipes) e a guaquica (Myrciaria guaquiea).

Como pode ser facilmente depreendido das imagens acima, tratam-se de duas frutíferas aparentadas, porém com sensíveis diferenças. Além das folhas, de formatos e proporções distintos, os frutos apresentam sabores e texturas diversos, ambos deliciosos. Difícil descrever em palavras, mas eu diria que a guaquica possui um teor de açúcar um pouquinho maior, e a casca ligeiramente mais espessa. Na relação quantidade de polpa : tamanho da semente, ambas superam com folga a também relacionada cabeludinha (Myrciaria glazioviana), que das três é a mais conhecida. Em outras palavras, as duas frutas hoje analisadas são mais suculentas quando degustadas.

Apesar de há muito conhecidas pela ciência (M. strigipes foi colhida pelo Príncipe Maximiliano de Neuwied e descrita por Otto Berg em 1857; e M. guaquiea descoberta por Glaziou e classificada por Hjalmar Kiaerskou em 1893), seu cultivo em pomares domésticos praticamente inexistia até recentemente.


A guaquiqueira é uma arvoreta que pode ser mantida com sucesso em vasos. Compare...
... com a foto do cambucazeiro-da-praia, que igualmente frutifica em vasos
A redescoberta da guaquica foi narrada neste blog, no dia 22/02/2009, e desde então iniciamos a produção regular de mudas da mesma, distribuindo-as entre fruticultores de todo o país. Já a introdução do cambucá-da-praia na horticultura é um pouco mais antiga, datada do início da década de 2000. Na ocasião, fomos alertados pelo colecionador de frutas Adelício ("Dedé") Pereira da Silva (Patos de Minas-MG) sobre a existência de uma saborosa fruta amarela na região de Conceição da Barra (ES), chamada pelos locais de cambucá. Ora, o nome vulgar logo remeteria à conhecida Plinia edulis, sobre a qual já escrevemos vários textos neste espaço. Mas não, a tal frutinha era mais parecida com a cabeluda (Myrciaria glazioviana) e vegetava sobre a areia, em restingas (P. edulis vive em florestas, e possui os frutos muito maiores).

Logo recebemos do Dedé uma mudinha do cambucá-da-praia (nome alcunhado para distingui-lo de seu homônimo florestal), que passou a ser cultivada com muito esmero aqui no E-jardim. Nos anos seguintes, fizemos algumas viagens ao litoral norte do Espírito Santo e sul da Bahia, onde encontramos populações naturais de Myrciaria strigipes. De fato, em alguns quintais de cidades praianas nesta região, vimos exemplares da frutífera bem tratados e produzindo uma enorme quantidade de frutas. As últimas são particularmente abundantes no mês de dezembro, e fazem a alegria de quem as saboreia.

Aqui no E-jardim, o cambucazeiro-da-praia lançou flores nos primeiros anos, porém produzindo poucos frutos. Contudo, a quantidade foi aumentando de forma gradual, e atualmente já desfrutamos de ótimas safras, tornando possível a produção regular de mudas. Enquanto escrevo estas linhas, saboreio alguns destes frutos. Humm...

Mais informações e mudas:

guaquica:
http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=303

cambucá-da-praia:
http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=278

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Frutíferas em vasos (4) - a fruta-do-mistério

Matriz da fruta-do-mistério (Syzygium sp.) cultivada no E-jardim
















As estatísticas do Blog do e-jardim mostram que um dos temas mais pesquisados por nossos leitores é o cultivo de frutíferas em vasos. Abordamos o assunto em junho de 2008, em uma pequena sequência de três posts, que até hoje lidera as consultas dos internautas. Atendendo a inúmeros pedidos, retornamos ao tópico.

Uma das mais interessantes espécies que podem ser mantidas em potes recebe o curioso nome de fruta-do-mistério. Anos atrás, recebi-a de presente de um amigo bonsaísta, que a teria trazido do Hawaii. Cultivei-a com carinho, proporcionando substrato bem aerado e adubado, regas frequentes e iluminação intensa. O desenvolvimento da mudinha foi muito rápido, e logo sua pequena copa tomou um bonito formato de guarda-chuva (umbeliforme, na linguagem botânica). As primeiras flores apareceram com muita precocidade, e em seguida se transformaram em vibrantes frutinhos vermelho-escarlates. Os últimos, apesar do reduzido tamanho, são doces, macios e suculentos, sem traços de acidez.

Os vibrantes frutinhos vermelho-escarlates são doces e saborosos
Claro que, quando recebi o regalo, perguntei o nome da planta. O Vladimir (assim se chamava o pai da criança) me disse que não sabia, e que no Hawaii apelidaram-na de "mistery fruit" (fruta-do-mistério). Por motivos óbvios, tornou-se uma estrela entre os amantes da milenar arte japonesa.

Muitas pessoas que nos visitam ficam fascinadas por nossa matriz da fruta-do-mistério, um vaso de 25 litros com um arbusto denso e sempre viçoso, produzindo dezenas de frutinhos. Alguns exclamam: "Ah, é a fruta-do-milagre!". Não, nada além da cor rubra a aproxima do Synsepalum dulcificum, a miraculosa fruta que altera a percepção do sabor ácido para o doce. Outros convidados mais calejados sugerem o nome popular cereja-da-praia (Eugenia punicifolia), espécie amplamente distribuída pelo Brasil. Chute para fora (não muito longe), pois embora a fruta-do-mistério se pareça de fato com uma mirtácea, e mais ainda com uma eugênia, sua polpa é branca e doce, suculenta, com a semente completamente destacada da polpa. Ao que tudo indica, trata-se de uma espécie de Syzygium, gênero do Velho Mundo fortemente aparentado com os neotropicais integrantes de Eugenia.

Enquanto persistir o suspense, continuaremos a chamá-la simplesmente de "fruta-do-mistério". Humilde e despretensiosa, fazendo um tremendo sucesso entre os que se atrevem a cultivá-la.

Mudas disponíveis e mais informações em nosso site, no link:

http://www.e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=211

sábado, 3 de novembro de 2012

Deu em "O Globo" de hoje: planta que atrai pássaros

O jornal "O Globo" de hoje traz na coluna de Ancelmo Gois um flagra de uma família de saíras-sete-cores (Tangara sp.) durante um banquete no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Faltou informar que os numerosos frutos que tanto fizeram a alegria dos pássaros eram da palmeira corozo (Aiphanes aculeata), já bem conhecida pelos leitores deste blog (acesse, por exemplo, o post do dia 26/08/2010).

Conforme ensinou o etnobotânico Victor Manuel Patiño, grande estudioso das plantas frutíferas das Américas, o corozo já era cultivado desde os remotos tempos pré-colombianos. A seu respeito escreveu o Mestre: "...apresenta, no entanto, características de domesticação antiga e a plasticidade que não desenvolvem os vegetais senão quando manipulados há bastante tempo pelo homem. É muito precoce: seus cachos são um dos mais belos ornamentos vegetais, e sua utilidade como espécie alimentícia é evidente." [Patiño R., V.M.P. 2002. Historia y Dispersión de los Frutales Nativos del Neotrópico. Cali, Colombia, Centro Internacional de Agricultura Tropical. 655 p.]. 

Aiphanes aculeata não é apenas uma das melhores plantas para atrair pássaros. Tampouco unicamente uma fruta reverenciada pelas populações da Amazônia Ocidental, seja por sua saborosa polpa, riquíssima em vitamina A, seja pelo sabor incomparável de sua amêndoa. É também uma das espécies de palmeiras mais procuradas para composições paisagísticas, sendo presença de destaque em jardins e parques no mundo inteiro.

Nada mais natural que habite o Jardim Botânico do Rio Janeiro, bem perto do Lago Frei Leandro, onde aliás Laizer Fishenfeld, colaborador de Gois, capturou a bela imagem apresentada.

Mais informações sobre o corozo, fotos e mudas em:

http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=1

Forte abraço!