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Sagui-de-tufo-branco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaSagui-de-tufos-brancos[1][2]

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [3]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Família: Cebidae
Subfamília: Callitrichinae
Género: Callithrix
Espécie: C. jacchus
Nome binomial
Callithrix (Callithrix) jacchus
(Linnaeus, 1758)
Distribuição geográfica
Originário do Nordeste e Leste do Brasil e introduzido em outras regiões.
Originário do Nordeste e Leste do Brasil e introduzido em outras regiões.

O sagui-de-tufos-brancos (nome científico: Callithrix jacchus), também conhecido como sonhim, é uma espécie de macaco do Novo Mundo. Sua origem é do nordeste do Brasil, mas atualmente é encontrado também no sudeste e demais áreas, além de criado em cativeiros em diversos países.

Taxonomia e Evolução

Os saguis que ocorrem na Mata Atlântica já foram considerados todos como subespécies de Callithrix jacchus.[4] Atualmente, todos esses táxons são considerados como espécies separadas, com Callithrix jacchus se referindo apenas às populações que ocorrem no nordeste brasileiro e na Caatinga.[5][4][6]

Estudos realizados com morfometria de crânios colocaram Callithrix jacchus como grupo-irmão de um grupo monofilético formado por Callithrix kuhlii, Callithrix penicillata e Callithrix geoffroyi.[5] Entretanto, dados moleculares sugerem outro clado, com Callithrix geoffroyi como grupo-irmão de um clado com uma politomia não resolvida entre Callithrix kuhlii, Callithrix penicillata e Callithrix jacchus.[7]

Caracterização

É o sagui mais conhecido e comum. É um animal de pequeno porte com peso entre 350 e 450 gramas, pelagem estriada na orelhas e mancha branca na testa. Coloração geral do corpo acinzentado-claro com reflexos castanhos e pretos. A cauda é maior do que o corpo e tem a função de garantir o equilíbrio do animal.

Distribuição Geográfica e Hábitat

Habita florestas arbustivas da Caatinga e a Mata Atlântica do nordeste brasileiro, ocorrendo de forma nativa nos estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Bahia e Tocantins, até o sul do rio São Francisco.[6] Foi uma espécie introduzida em várias localidades do Brasil, sendo muito comum em remanescentes de floresta degradada da Mata Atlântica e existem populações estabelecidas na Ilha de Santa Catarina e em Buenos Aires, onde originalmente não ocorriam.[6] No Recôncavo Baiano, parece haver uma zona de hibridização com Callithrix penicillata, fato que parece ter ocorrido devido ao desmatamento, já que provavelmente essa área era habitada por Callithrix kuhlii.[6] Entretanto, alguns estudos mostram que muitas dessas populações não estão consolidadas e se mantém graças à novas introduções realizadas pelo homem, como observado na bacia do rio São João, no Rio de Janeiro.[8]

Ecologia

Essa espécie vive em grupos de três a quinze animais, formados por indivíduos reprodutores e não reprodutores. Possui uma área de vida pequena, como mostrado em populações estudadas no Rio Grande do Norte: de 0,5 ha. a 35,5 ha.[9] Isso se deve provavelmente por possuir uma dieta rica em goma, que permite que os animais explorem outros tipos de alimento, além de frutos, em meses de escassez.[9]

Alimentação

Alimentam-se de insetos, aranhas, pequenos vertebrados, ovos de pássaro, frutos e são também gumívoros (alimentam-se da goma exsudada de troncos que roem com os dentes incisivos inferiores, de árvores gumíferas). Esta goma serve de fonte de carboidratos, cálcio e algumas proteínas. Dispende cerca de 25 a 30% de seu tempo ativo, procurando por alimentos.

Reprodução

Nas fêmeas, a maturidade sexual é atingida aos 18 meses e nos machos aos 24. O período de gestação varia entre 140 e 160 dias, depois de um ciclo estral de cerca de 15 dias. Nascem dois filhotes a cada gestação. Os filhotes são grandes. Com duas semanas de vida começam a experimentar frutas maduras, sem deixar a amamentação (até os 2 meses). O pai ajuda carregando os filhotes que agarram-se muito bem ao pai, sendo transferidos para a mãe na hora da alimentação. Aos 21 dias, os jovens começam a explorar um pouco, mas andam nas costas dos pais até a idade de 6-7 semanas.

Manifestações sonoras

Quando é ameaçado, emite guinchos muito agudos, alertando o grupo. Protegem o território de outros grupos com sons fortes.

Galeria

Referências

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 131 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. Rylands AB; Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini): An Annotated Taxonomy». In: Garber PA; Estrada A; Bicca-Marques JC; Heymann EW; Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6 
  3. Rylands, A.B, Mittermeier, R.A., de Oliveira, M.M. & Kierulff, M.C.M. (2008). Callithrix jacchus (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 27 de dezembro de 2012..
  4. a b Coimbra-Filho, A. F.; Mittermeier, R.A.; Rylands, A. B.; Mendes, S. L.; Kierulff, M.C.M.; Pinto, L.P.S.; et al. (2006). «The Taxonomic Status of Wied's Black-tufted-ear Marmoset, Callithrix kuhlii (Callitrichidae, Primates)» (PDF). Primate Conservation. 21: 1-24 
  5. a b Marroig,G.; Cropp, S.; Cheverud, J.M. (2004). «Systematics and Evolution of the Jacchus Group of Marmosets (Platyrrhini)» (PDF). American Journal of Physical Anthropology. 123: 11-22. doi:10.1002/ajpa.10146 
  6. a b c d Rylands, A.B.; Coimbra-Filho, A.F.; Mittermeier, R.A. (2009). «The Sistematics and Distribution of the Marmosets (Callithrix, Calibella, Cebuella, and Mico) and Callimico (Callimico) (Callitrichidae, Primates)». In: Ford, S.M.; Porter, L.M.; Davis, L.L.C. The Smallest Anthropoids: The Marmoset/callimico Radiation (PDF) 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 25–63. ISBN 978-1-4419-0292-4 
  7. Tagliaro, C.H.; Schneider, M. P.; Schneider, H.; Sampaio, I.C.; Stanhope, M.J. (1997). «Marmoset phylogenetics, conservation perspectives, and evolution of the mtDNA control region» (PDF). Molecular Biology and Evolution. 14 (6): 674-684 
  8. Morais Jr, M.M.; et al. (2008). «Os sagüis, Callithrix Jacchus e penicillata, como espécies invasoras na região de ocorrência do mico-leão dourado». In: de Oliveira, P.P.; Grativol, A.D.; Miranda, C. R.R. Conservação do Mico-leão-dourado: Enfrentando os desafios de uma paisagem fragmentada (PDF). Campos de Goytacazes: Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. pp. 87–117. ISBN 978-85-89479-11-0  line feed character character in |capítulo= at position 80 (ajuda)
  9. a b Castro, C.S.S. (2003). «Tamanho da área de vida e padrão de uso do espaço em grupos de sagüis, Callithrix jacchus (Linnaeus) (Primates, Callitrichidae)». Revista Brasileira de Zoologia. 20 (1): 91-96. doi:10.1590/S0101-81752003000100011 

Ligações externas

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