Apurinãs
Apurinã Ipurina, Pupỹkary, Popũkare, Kãkyty | |||
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Índios Apurinã (autor: Rogério Link, 2010) | |||
População total | |||
9.487[1] 7.718 pessoas | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
apurinã português | |||
Religiões | |||
religião ancestral Apurinã, catolicismo, espiritismo amazônico, pentecostalismo, Santo Daime |
Os Apurinã, que se autodenominam Pupỹkary (seres humanos), variação Popũkare (as vogais y e u na variação da escrita devem ser lidas como ü; o sinal gráfico ~ antes da consoante K altera o som para G), ou Kãkyte (gente), são um povo indígena brasileiro.
Os Apurinã habitam, em sua maioria, o vale do rio Purus, Amazonas. No ano de 1991, sua população estimada era de 2800 pessoas. Em 2003, de acordo com a FUNASA, tal grupo contava com 4087 indivíduos. Muitos Apurinã moram fora das terras indígenas reconhecidas oficialmente, e muitas terras Apurinã não foram ainda reconhecidas. Por esses motivos, a população deve ser ainda maior.
A sua língua pertence à família Maipure do tronco Aruaque (Arawak ou Aruak). A língua mais próxima seria a dos Machineri na região do alto rio Purus.
Localização
[editar | editar código-fonte]Os Apurinã vivem em diversas terras indígenas, sendo duas com os Paumari do Lago Paricá e Paumari do Lago Marahã, e uma com os índios Torá, na terra de mesmo nome.
O território habitado pelos Apurinã, no século XIX, era o médio rio Purus – do rio Sepatini ou do rio Paciá ao Laco. Mas os Apurinã são um povo tradicionalmente migrante e, hoje, seu território se estende ao baixo rio Purus, até Rondônia. Há áreas Apurinã nos municípios Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Tapauá, Manacapuru, Beruri, Manaquiri, Manicoré (este último na Terra Indígena Torá), todas no estado do Amazonas, além de índios Apurinã morando em várias cidades do país, e uma aldeia na Terra Indígena Roosevelt, dos índios Cinta-Larga, com quem alguns são casados.
Organização social
[editar | editar código-fonte]Os Apurinã da região de Pauini são divididos em dois clãs: Xoaporuneru e Metumanetu. O pertencimento a um destes grupos é determinado pela linhagem paterna. Para cada um dos clãs há proibições naquilo que se pode e não se pode comer: os Xoaporuneru não podem consumir certos tipos de inambu (inambu relógio e inambu macucau), e aos Metumanetu é proibido comer porquinho do mato.
O casamento correto é entre Xoaporuneru e Metumanetu, pois o casamento entre membros de um mesmo clã é o mesmo que casar entre irmãos. Esse é o termo, aliás, que dois membros da mesma metade podem usar ao dirigir-se um ao outro (nutaru, irmão; nutaro, irmã), assim como Xoaporuneru e Metumanetu chamam-se, por vezes, nukero (cunhada) ou nemunaparu (cunhado). Os nomes das pessoas indicam a qual das "nações" ela pertence.
Referências
- ↑ a b Instituto Socioambiental. «Quadro Geral dos Povos». Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 17 de setembro de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- LINK, Rogério Sávio. Vivendo entre mundos: o povo Apurinã e a última fronteira do Estado brasileiro nos séculos XIX e XX. Tese de doutoramento. Programa de Pós-Graduação em História - UFRGS, Porto Alegre, 2016.
- RICARDO, Carlos Alberto. "´Os índios´ e a sociodiversidad nativa contemporânea no Brasil". IN: SILVA, Aracy Lopes da. GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. A temática indígena na escola. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1995. p. 37-44.
- SCHIEL, Juliana. "Apurinã". IN: INSTITUTO Socioambiental. Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/apurina>. Acessado em: <18 de março de 2006>.