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Antigo eslavo eclesiástico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antigo eslavo eclesiástico

Ѩзыкъ словѣньскъ

Pronúncia:/ językŭ slověnĭskŭ/
Falado(a) em: Áreas eslavas que estavam sob a influência de Bizâncio
Região: Europa do Leste
Total de falantes: Língua morta, utilizada apenas como língua litúrgica
Família: Indo-europeia
 Eslava
  Eslava meridional
   Eslava meridional do leste
    Antigo eslavo eclesiástico
Escrita: Alfabeto glagolítico, alfabeto cirílico
Códigos de língua
ISO 639-1: cu
ISO 639-2: chu
ISO 639-3: chu

O antigo eslavo eclesiástico, também conhecido como antigo eslavônico eclesiástico, búlgaro antigo[1][2][3][4][5][6] ou macedônio antigo[7][8][9][10] foi a primeira língua eslava literária. Baseada no antigo dialeto eslavo falado na região de Tessalônica, usado pelos missionários bizantinos[11] São Cirilo e São Metódio nas suas traduções da Bíblia e de outros textos eclesiásticos gregos, desempenhou um papel crucial na história dos idiomas eslavos, e serviu como base e modelo para as tradições posteriores do eslavo eclesiástico, que é usado até hoje como língua litúrgica por algumas igrejas ortodoxas e greco-católicas dos povos eslavos.

É uma língua eslava expandida a partir de um pequeno grupo de documentos do século X, consistindo em traduções feitas a partir do grego de textos eclesiásticos. Estes textos eslavos, contendo características dialéticas principalmente balcânicas, possui também uma mistura de moravianismos, pois as primeiras traduções foram usadas pelos missionários na sua actividade na Morávia. Os primeiros textos foram copiados no alfabeto glagolítico, uma escrita inventada por São Cirilo e São Metódio, já que o cirílico só viria a ser criado posteriormente, nos Bálcãs, após a expulsão destes missionários da Morávia, em 885. Por volta do século XI, passa a tomar a forma hoje conhecida simplesmente como eslavo eclesiástico.[12]

Os principais textos existentes em eslavo eclesiástico são duas traduções dos evangelhos, o Codex Zogrephensis e o Codex Marianus (ambos em glagolítico); o Psalterium Sinaiticum (em glagolítico); e o maior dos textos liturgicos, o Codex Suprasliensis (em cirílico).

Apesar de o uso litúrgico hodierno do eslavo eclesiástico ser baseado em recensões locais, o inventário fonológico da sua contraparte antiga pode ser reconstruído.

Labiais Dentais Palatais Velares
Oclusivas p b t d k g
Africadas t͡s d͡z t͡ʃ
Fricativas s z ʃ ʒ x
Nasais m n
Laterais l
Vibrantes r
Aproximantes v j
Orais
Anteriores
não arredondadas
Posteriores
não arredondadas
Posteriores
arredondadas
i ɯ u
ь/ɪ ъ/ɨ
e o
ɛ a
Nasais
Anterior Posterior
õ

O antigo eslavo eclesiástico é uma língua literária eslava baseada originalmente nos dialectos eslavos do sul da Bulgária e Macedônia, sendo adicionados termos linguísticos próprios do eslavo ocidental, enquanto progressivamente tomou a sua variedade contemporânea. Na sua forma actual russificada, o seu uso reduz-se a motivos litúrgicos por parte dos membros eslavos da Igreja Ortodoxa e por vezes por eslavos católicos-romanos, em algumas ocasiões chamados uniatas, seguidores do rito bizantino.

O eslavo eclesiástico fez uso de dois sistemas de escrita: o alfabeto cirílico arcaico e o alfabeto glagolítico. Este último sobreviveu muito tempo entre os católicos da Croácia e da Dalmácia, estando hoje em desuso. O cirílico, em parte baseado no glagolítico, em parte no alfabeto grego, ainda se usa na actualidade, ainda que, na prática civil, tenha sido modernizado de acordo com o desenvolvimento das línguas locais. Ambos os alfabetos foram utilizados nos primeiros livros impressos em eslavo eclesiástico: o missal glagolítico de 1483 (possivelmente impresso em Veneza) e cinco livros litúrgicos impressos em Cracóvia em 1491.

Referências

  1. Routledge dictionary of language and linguistics, Hadumod Bussmann, Gregory Trauth, Kerstin Kazzazi, Taylor & Francis, 1998, ISBN 0415203198, p. 337.
  2. Lunt, Horace. Old Church Slavonic Grammar. [S.l.]: Mouton de Gruyter. pp. 3–4 
  3. Wien, Lysaght (1983). Old Church Slavonic (Old Bulgarian)-Middle Greek-Modern English dictionary. [S.l.]: Verlag Bruder Hollinek 
  4. J P Mallory, D Q Adams. Encyclopaedia of Indo-European Culture. p. 301
  5. R. E. Asher, J. M. Y. Simpson. The Encyclopedia of Language and Linguistics, p. 429
  6. Dmitrij Cizevskij. Comparative History of Slavic Literatures, Vanderbilt University Press, (2000) p. 26
  7. J P Mallory, D Q Adams. Encyclopaedia of Indo-European Culture. Pg 301
  8. R. E. Asher, J. M. Y. Simpson. The Encyclopedia of Language and Linguistics, pg. 429
  9. Dmitrij Cizevskij. Comparative History of Slavic Literatures, pg. 26
  10. Benjamin W. Fortson. Indo-European Language and Culture: An Introduction, pg. 374
  11. Dmitrij Cizevskij. Comparative History of Slavic Literatures, Vanderbilt University Press (2000) p. 27
  12. Speech, Memory, and Meaning. [S.l.: s.n.] 


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