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Araucaria

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 Nota: Este artigo é sobre o gênero de coníferas. Para a árvore comum no sul do Brasil, veja Araucária.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAraucaria
Ocorrência: 250–0 Ma

Jurássico[1]- recente

Araucaria angustifolia
Araucaria angustifolia
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Araucariales
Família: Araucariaceae
Género: Araucaria
Juss. 1789
Distribuição geográfica

Espécies
Ver texto

Araucaria é um gênero de árvores coníferas na família Araucariaceae. Existem 22 espécies no gênero,[2] com distribuições altamente separadas na Nova Caledônia (onde 15 espécies são endêmicas), Ilha Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile, e sul e parte do sudeste do Brasil.[3]

História e biogeografia

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No registro fóssil Araucaria aparece no Jurássico, contendo diversos exemplares e demonstrando que as espécies do gênero eram bem distribuídas neste período.[4] Fósseis de Araucaria são encontrados em diversos locais: América do Sul, África, Austrália, Antártica, América do Norte e Europa.[5] O gênero teve uma ampla distribuição durante o Cretáceo e no final deste período as seções já estavam diferenciadas.[5][6]

No começo do Terciário a distribuição do gênero ocorre de forma próxima a atual, restrita ao Hemisfério Sul, isto ocorre pela separação da Gondwana, assim como pelo surgimento de plantas com flor que extinguem o gênero Araucaria, assim como a família Araucariaceae, do Hemisfério Norte.[5]

A separação da Gondwana cria um processo de vicariância onde a seção Araucaria, que possui sua distribuição atual na América do Sul, é separada das seções Bunya, Intermedia e Eutacta, que possuem distribuição atual na Austrália, Nova Calêdonia, Ilha de Norfolk e Papua Nova Guiné.[6] Este processo vicariante cria uma distribuição muito ampla do gênero, que passa a sofrer diferentes processos de seleção natural e pode ter levado a um processo de conservação filogenética de nicho.[7]

Atualmente, a região com mais espécies de Araucaria é a Nova Caledônia, que contém 15 espécies endêmicas,[2] a divergência destas espécies é recente e existem indícios para um possível evento de irradiação adaptativa recente que diferenciou as espécies que ocorrem na Ilha, já que a Nova Caledônia é considerada, além de uma ilha Darwiniana antiga, um hotspot de biodiversidade.[8]

O gênero Araucaria tem o uso principalmente em duas formas: extração de madeira e o consumo da pinha. Isto é relevante especialmente para Araucaria angustifolia e Araucaria araucana, que fornecem a pinha nos meses de inverno do hemisfério sul, quando as angiospermas que também são árvores frutíferas não estão em período de frutificação.

Araucaria angustifolia foi muito utilizada até 1965, data da primeira reforma florestal brasileira, como um subsituto do Pinus sp. para a reconstrução da Europa nos dois pós-guerras. Nos estados do Sul houve grande desmate de Floresta com Araucária, devido a este fator [9].

A. angustifolia foi quase levada a extinção devido a sua madeira ser utilizada para a construção civil e de móveis. Outras espécies do gênero também foram exploradas com finalidades parecidas.

Quanto as espécies anemocóricas que estão na Nova Caledônia, seu uso é incerto.

Classificação e lista das espécies

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O gênero divide-se em quatro secções;[10] Araucaria tendo três espécies, Bunya com uma espécies, Intermedia, com uma espécie e Eutacta com 17 espécies.

Referências

  1. Hiroaki, Setoguchi; Osawa, Takeshi Asakawa; Pintaud, Jean Christophe; Tanguy, Jaffre; Veillon, Jean-Marie (1998). «Phylogenetic relationships within Araucariaceae based on rbcL gene sequences». American Journal of Botany. 85:11: 1507–1516 
  2. a b Mill, R. R.; Ruhsam, M.; Thomas, P. I.; Gardner, M. F.; Hollingsworth, P. M. (15 de fevereiro de 2017). «ARAUCARIA GOROENSIS (ARAUCARIACEAE), A NEW MONKEY PUZZLE FROM NEW CALEDONIA, AND NOMENCLATURAL NOTES ON ARAUCARIA MUELLERI». Edinburgh Journal of Botany (2): 123–139. ISSN 0960-4286. doi:10.1017/s0960428617000014. Consultado em 18 de junho de 2021 
  3. Dutra, Tânia. «História das Araucariaceae: a contribuição dos fósseis para o entendimento das adaptações modernas da família no Hemisfério Sul, com vistas a seu manejo e conservação». Tecnologia diagnóstico e planejamento ambiental: 293-351  line feed character character in |titulo= at position 62 (ajuda); line feed character character in |jornal= at position 38 (ajuda);
  4. Kunzmann, Lutz (dezembro de 2007). «Araucariaceae (Pinopsida): Aspects in palaeobiogeography and palaeobiodiversity in the Mesozoic». Zoologischer Anzeiger - A Journal of Comparative Zoology (4): 257–277. ISSN 0044-5231. doi:10.1016/j.jcz.2007.08.001. Consultado em 22 de junho de 2021 
  5. a b c Dettmann, Mary. «Biogeography of Araucariaceae». Australia and New Zealand forest histories: araucarian forests. Australian Forest History Society Inc. Occasional Publication: 1-9 
  6. a b Kershaw, Peter; Wagstaff, Barbara (novembro de 2001). «The Southern Conifer Family Araucariaceae: History, Status, and Value for Paleoenvironmental Reconstruction». Annual Review of Ecology and Systematics (1): 397–414. ISSN 0066-4162. doi:10.1146/annurev.ecolsys.32.081501.114059. Consultado em 22 de junho de 2021 
  7. Donoghue, M. J. (11 de agosto de 2008). «A phylogenetic perspective on the distribution of plant diversity». Proceedings of the National Academy of Sciences (Supplement 1): 11549–11555. ISSN 0027-8424. doi:10.1073/pnas.0801962105. Consultado em 22 de junho de 2021 
  8. L., Grandcolas, P. Murienne, J. Robillard, T. Desutter-Grandcolas, L. Jourdan, Hervé Guilbert, E. Deharveng, (2008). New Caledonia : a very old Darwinian island ?. [S.l.: s.n.] OCLC 884982311 
  9. «The Southern Atlantic Forest: Use, Degradation, and Perspectives for Conservation.». Springer, Cham. The Atlantic Forest. 2021 
  10. Ledru, Marie-Pierre; Stevenson, Janelle (janeiro de 2012). «The rise and fall of the genus Araucaria: A Southern Hemisphere climatic connection». ANU Press. ISBN 978-1-921862-71-7. Consultado em 18 de junho de 2021 

Ligações externas

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