Campanha da África Ocidental (Primeira Guerra Mundial)
Campanha da África Ocidental | |||
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Primeira Guerra Mundial | |||
Data | 3 de Agosto de 1914 - Fevereiro de 1916 | ||
Local | Camarões, Togolândia | ||
Desfecho | Vitória Aliada | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A Campanha da África Ocidental da Primeira Guerra Mundial consistiu em duas operações militares, de dimensão relativamente pequena, cujo objectivo era a captura das colónias alemãs na região Oeste de África: Togolândia e Camarões, protectorados explorados pela Companhia Alemã da África Ocidental. A Togolândia foi capturada em poucas semanas em 1914, mas os Camarões resistiram até Fevereiro de 1916.[1]
Contexto
[editar | editar código-fonte]O Império Britânico, com um quase total controlo dos mares, tinha a força e os recursos para conquistar as colónias alemãs com a guerra começou. As duas colónias alemãs na África Ocidental estavam há poucos anos sob o domínio germânico e as suas defesas eram insuficientes. Estas duas colónias faziam fronteira com outros territórios que, por sua vez, eram colónias de outros estados europeus como o Reino Unido, França e Bélgica. A 22 de Agosto de 1914, os Aliados decidiram organizar uma operação combinada para capturar aquelas colónias, e foi decidido que essa operação seria comandada pelo general britânico, Charles Dobell.[1]
Togolândia
[editar | editar código-fonte]Esta pequena colónia situada no actual território do Togo, foi conquistada em pouco tempo, em 1914, por uma força militar da Costa do Ouro Britânica (actual Gana), e outra força, também de pequena dimensão do Daomé francês (actual Benim). Oficialmente, a colónia não tinha forças militares, apenas 700 paramilitares, polícia e guardas de fronteira no início da guerra.[2]
Depois do pedido de rendição feito pelos Aliados à Togolândia, a 6 de Agosto, ter sido recusado, as forças britânicas e francesas entraram na colónia a 9 de Agosto.[9] A 12 de Agosto, os britânicos cercaram Lomé e grande parte da costa sem qualquer resistência. De seguida, avançaram para norte, perseguindo as tropas alemãs que tinham fugido para Kamina, uma estação de comunicações vital para as ligações entre a Alemanha, a sua marinha e as outras colónias africanas. Os alemães, pelo seu lado, destruíram as pontes de caminho-de-ferro que levavam a Kamina, abrandando, assim, o avanço britânico.
A primeira, e única, acção com significado durante a invasão foi a Batalha de Chra a 22 de Agosto entre os britânicos e as forças alemãs entrincheiradas, que tentavam bloquear o avanço britânico para Kamina.[9] As forças britânicas tinham pela frente cerca de 60 alemães e 500 soldados togoloses entrincheirados na margem oposta do rio Chra. A força germânica conseguiu suster a sua linha de defesa durante dois dias até recuar para Kamina. As forças britânicas tiveram 23 mortos e 52 feridos, enquanto os alemães apenas 13.[10]
A estação de rádio de Kamina foi demolida pelos alemães a 24 de Agosto de 1914. À medida que os Aliados avançavam, o comandante alemão local, major Hans-Georg von Döring, rendeu-se três dias mais tarde. As forças britânicas lideradas pelo coronel Bryant encontraram a estação completamente destruída e fizeram 200 prisioneiros alemães e togoleses.[11] A operação terminou no dia 26 de Agosto.[7] John Keegan identificou as duas unidades Aliadas como sendo a Royal West African Frontier Force e aTirailleurs senegalais.[12]
Camarões
[editar | editar código-fonte]Camarões (actual Camarões e parte da actual região leste da Nigéria), tinha uma guarnição de 1 000 soldados alemães apoiados por 3 000 soldados africanos. Inicialmente, os britânicos atacaram fora da Nigéria seguindo três rotas diferentes a leste para os Camarões. Contudo, todas as três colunas foram derrotadas devido a uma combinação do terreno, percursos difíceis e emboscadas pelos alemães. Os franceses atacaram a sul do Chade e capturaram Kusseri. No início de Setembro, uma força franco-belga, na sua maioria do Congo Belga, capturou Limbe na costa.Com a ajuda de quatro cruzadores britânicos e franceses, que providenciavam fogo de apoio, juntamente com an improvised flotilla of costal and riverine craft, os Aliados capturaram a capital colonial de Douala a 27 de Setembro de 1914. A guarnição alemã em Garoua caiu nas mãos dos britânicos em Junho de 1915.[1]
O único foco de resistência era agora Yaounda (actual Yaoundé), mas os Aliados tinham que aguardar pela estação seca para o terreno estar em condições de avançarem numa nova ofensiva. A força franco-belga seguiu a ferrovia alemã, onde encontrou resistência que foi sempre ultrapassada. Em Novembro, Yaoundé foi capturada. A maioria dos soldados alemães sobreviventes recuaram para a Guiné Espanhola (actual Guiné Equatorial), que era território neutro. Aí, foram acolhidos pelos espanhóis durante o resto da guerra. O último forte alemão nos Camarões, Mora, rendeu-se em Fevereiro de 1916.[13]
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A Campanha da Africa Ocidental na cultura popular
[editar | editar código-fonte]O filme de 1976 Black and White in Color, realizado por Jean-Jacques Annaud, apresentou uma perspectiva de ficção da campanha. Anti-militarista, mostra mercadores franceses e britânicos, pacíficos, a matarem-se uns aos outros apenas porque era suposto que assim fosse. Posteriormente, tropas Indianas, lideradas por oficiais britânicos, chegam para levar o que resta.
Notas
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «West African Campaign (World War I)», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ a b c d e f Gorges (1930)
- ↑ a b Strachan (2004) p.14
- ↑ Strachan (2004) p.17
- ↑ «The German Colony of Cameroon». Consultado em 18 de Setembro de 2011
- ↑ Sebald, Peter (1988). Togo 1884–1914. Berlin: [s.n.] p. 595
- ↑ «Far From Home – The Fighting in Kamerun 1914–1916». Consultado em 18 de Setembro de 2011
- ↑ a b Moberly (1931) Military Operations. Togoland and the Cameroons, 1914–1916, p.426
- ↑ Erlikman, Vadim (2004). Poteri narodonaseleniia v XX veke : spravochnik. Moscow: [s.n.] ISBN 5-93165-107-1
- ↑ a b Strachan (2004) p.16
- ↑ "The Soldier's Burden." The Soldier's Burden. Web. <http://www.kaiserscross.com/188001/300143.html>.
- ↑ "The Soldier's Burden." The Soldier's Burden. Web. <http://www.kaiserscross.com/188001/300143.html>
- ↑ Keegan, "World War I", p. 206
- ↑ Keegan, "World War I", p. 207
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gorges E.H. (1930) The Great War in West Africa, Hutchinson & Co. Ltd., London; Naval & Military Press, Uckfield, 2004: ISBN 1-84574-115-3
- Moberly F.J. (1931) Togoland and the Cameroons 1914–1916, the official history, HMSO, London
- Paice, Edward (2007) Tip and Run: The Untold Tragedy of the Great War in Africa, Weidenfeld & Nicolson, London: ISBN 0-297-84709-0
- Strachan, Hew (2004) The First World War in Africa, Oxford University Press, Oxford: ISBN 978-0199257287