(Translated by https://www.hiragana.jp/)
Discussão:Maquiavelismo – Wikipédia, a enciclopédia livre Saltar para o conteúdo

Discussão:Maquiavelismo

O conteúdo da página não é suportado noutras línguas.
Adicionar tópico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maquiavel nunca afirmou que os fins justificam os meios, falando da conduta de um príncipe. Para esclarecer este equívoco de tradução e interpretação, o trecho em que ele fala sobre a conduta de um príncipe, está no capítulo XVIII, de O Príncipe, que diz: "Os homens, em geral, julgam as coisas mais com os olhos do que com as mãos, porque todos podem ver, mas poucos podem sentir. Todos vêem aquilo que pareces, mas poucos sentem o que és; e estes poucos não ousam opor-se a opinião da maioria, que tem para defendê-la, a majestade do estado. Como não há tribunal para reclamar das ações de todos os homens, e principalmente do príncipe, o que conta por fim são os resultados. Cuide pois o príncipe de vencer e manter o poder: os meios serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo está sempre voltado para as aparências e para o resultado das coisas, e não há no mundo senão o vulgo; a minoria não tem vez quando a maioria tem onde se apoiar. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 3. ed. rev. - São Paulo: Martins Fontes, 2004.).

Na teoria da política maquiaveliana, o que está em jogo é a manutenção do lugar simbólico do poder. Para tanto, um bom príncipe é aquele que tem o talento, o engenho (virtù) de adequar meios a fins, isto é, saber associar talento e acaso (fortuna). Maquiavel, com isto, está querendo sublinhar que a conduta de um príncipe não se pauta pela moral de um homem privado, pelo contrário, a conduta de um príncipe obedece a uma ética própria do campo da política, lembrando que para o autor, a política é o campo da ação.

Outro fator importante em sua teoria, está naquilo que ele tanto enfatiza: "o parecer ser". Visto que o vulgo - os muitos - julgam pelas aparências, logo se os resultados forem favoráveis à manutenção do poder, os meios serão tidos por honrosos, como afirma o autor. Posto isto, fica claro que, para Maquiavel, o príncipe não é um homem imoral de modo algum. Contudo ele segue uma ética específica do campo da política, radicalmente distinta da ética de um homem privado. Maquiavel está introduzindo que, o campo da política, por ser o campo do agir, é o campo da publicidade, então a ética de um príncipe, ela se pauta única e exclusivamente por aquilo que vem à luz, por aquilo que é público, nunca devendo ser confundida com a moral do foro íntimo do mesmo.

O pensador afirma que um príncipe deve saber utilizar dos métodos dos homens e dos animais, isto é, ser astucioso como a raposa e voraz como o leão. Posto que o leão não tem defesa contra os laços nem a raposa contra os lobos, portanto é preciso ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. "Um príncipe prudente não deverá pois agir contra seus interesses, e quando os motivos que o levaram a empenhar a palavra deixarem de existir. Este preceito não seria bom se todos os homens fossem bons; mas como eles são maus, não se está obrigado a agir com boa-fé". A respeito da discussão sobre ética, breves comentários.

A palavra ética, que vem do grego "ethos", está ligada a Aristóteles e refere-se a comportamento, conduta, não tendo, portanto, conotação positiva ou negativa, embora exista bom e mau comportamento. A palavra moral, que vem do latim "mores", foi traduzida assim do grego por São Thomás, ao que este introduz uma divisão entre moral privada e moral pública, ainda atribuindo a moral o significado de conduta. É apenas com o filósofo Immannuel kant, que se introduz uma divisão entre ética - àquilo que é próprio do campo público - e moral - àquilo que concerne ao campo do privado. Observando então o explicitado, podemos concluir e aniquilar com a idéia de que Maquiavel introduz uma noção de imoralidade na conduta de um homem público, pois como já dito, esta obedece a outros preceitos que não se podem confundir com os preceitos de uma conduta pautada numa moral privada, aquela própria do foro íntimo. Por Elton Bruno A. de Oliveira

Iniciar uma discussão sobre Maquiavelismo

Iniciar uma discussão