Esteiros
Esteiros | |
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1.ª edição | |
Autor(es) | Soeiro Pereira Gomes |
Idioma | português |
País | Portugal |
Gênero | Romance |
Localização espacial | Telhais, Alhandra |
Ilustrador | Álvaro Cunhal |
Editora | Sirius |
Formato | 19 cm |
Lançamento | 1941 |
Páginas | 297 |
Esteiros é um romance de Soeiro Pereira Gomes, publicado em 1941. Integra-se na estética do neo-realismo e retrata o trabalho infantil na vila de Alhandra.[1][2]
Enredo
[editar | editar código-fonte]A obra narra, ficcionalmente, a vida de jovens trabalhadores que, nas margens dos esteiros do Rio Tejo, fabricam peças de barro nos telhais, e revela em vários momentos uma contraposição definitiva entre ricos e pobres.
Um grupo de garotos está no cerne da obra, sendo três personagens as mais expressivas: o estudioso Gaitinhas,[3] o revoltado Gineto e o menino de rua Sagui. Outra personagem é Baptista Pereira, um dos “pequenos heróis” da obra e nadador exímio.[4]
Tempo
[editar | editar código-fonte]A estrutura temporal do romance consiste numa ação que se reparte pelas quatro estações (Outono, Inverno, Primavera, Verão). Corresponde a um movimento, uma mudança psicossocial: as personagens transformam-se, tal como se transforma a natureza, que recusa ou assegura o trabalho aos jovens semivagabundos.[5]
- Outono: marca o termo da faina no telhal, abre para o espaço da feira, da festa;
- Inverno: marca a negra miséria, do naufrágio em que se perde a barca-arca (e o estatuto de proprietário) do Manuel do Bote, seu habitáculo, seu microcosmos.
Personagens
[editar | editar código-fonte]- Sr. Castro - arrendatário, deformado pelo poder que o dinheiro confere
- José Vicente - patrão cruel do Telhal do Zé Vicente, obriga adolescentes a desenformar tijolos ainda escaldantes
- Zarolho - capataz
- Gaitinhas - trabalhador cujo nome era João.
- Maquineta - trabalhador cujo nome o vincula à máquina, à fábrica por ele apetecida, à condição operária
- Gineto - herói, trabalhador. É líder do bando pícaro.
- Ti Bento
- Pai do Gaitinhas (Pedro)
- Mariana
- Sagui - trabalhador, vê almas penadas
- Cocas
- Arturinho
- Madalena - tuberculosa
- Guedelhas
- Manuel do Bote
- Malesso
- Branquinho - cavalo branco de Sagui
Referências
- ↑ Infopédia. «Esteiros»
- ↑ Bertrand. «Esteiros»
- ↑ Infopédia/gaitinhas. «Gaitinhas»
- ↑ Feminae, Dicionário Contemporâneo. Lisboa: CIG. 2013
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sem|sobrenome1=
em Authors list (ajuda) - ↑ Revista COLÓQUIO/Letras n.º 51 (Setembro de 1979). O Real e o Imaginário em Esteiros de Soeiro Pereira Gomes, pág. 30.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira
- Gaibéus de Alves Redol (1939)
- Paul Éluard, poeta contemporâneo de Soeiro Pereira Gomes
- Capitães da Areia de Jorge Amado
- Rinconete y Cortadillo de Miguel de Cervantes
- Mateo Alemán, autor de Guzmán de Alfarache
- Máximo Gorki
- Tom Mix e Tim McCoy, paradigmas da valentia, são identificados com Gineto