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Inhapuambuçu

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 Nota: Este artigo é sobre a aldeia indígena localizada onde hoje se situa a cidade de São Paulo. Para o vilarejo colonial, veja São Paulo dos Campos de Piratininga.
Vista Geral da Cidade de São Paulo. Aquarela de Jean-Baptiste Debret representando a cidade de São Paulo no começo do século XIX sobre o promontório onde, provavelmente, também se localizava a vila de Inhapuambuçu. Na composição, destaca-se uma formação geológica arredondada que se eleva na acrópole do Triângulo Histórico, provavelmente o morro do Inhapuambuçu.

Inhapuambuçu (em tupi antigo: i(nh)apu'ãm-busú, ou, y(nh)apu'ãm-busú, significando "grande cume" ou "grande ponto do rio", respectivamente) nome utilizado para se referir a uma aldeia indígena que se situava na região correspondente ao Centro Histórico da cidade de São Paulo antes da chegada dos colonizadores portugueses. Além de designar a aldeia, o nome também se referia a um morro elevado[1]. A aldeia era liderada pelo morubixaba Tibiriçá e veio a abrigar, a partir de 1554, o Colégio de São Paulo.[2]

Inhapuambuçu, segundo Augusto Bicalho, vem do tupi antigo i(nh)apu'ãm-busú, significando "o grande cume" ou y(nh)apu'ãm-busú, significando "o grande ponto do rio, nome que faz referência a um morro alto que se pode avistar de longas distâncias.[3]

Planta da cidade feita de 1810 feita pelo engenheiro militar Rufino Felizardo e Costa, destacando o alto relevo na antiga região do Morro da Forca, conhecido na época como Morro do Inhapumabuçu, no atual bairro da Liberdade. O morro foi nivelado no século XIX e o material removido foi utilizado para aterrar a Várzea do Carmo.
Planta da cidade feita de 1810, destacando o alto relevo na antiga região do Morro da Forca.[4]

Piratininga, por sua vez, significa algo como "peixe secando" ou "peixe a secar", através da junção do substantivo pi'ra, que significa "peixe" e (mo)tininga, o gerúndio de forma aferética do verbo (mo)tining, que corresponde ao verbo "secar" na língua portuguesa.[5] O termo, além de se referir à aldeia indígena, também era utilizado para se referir ao rio Tamanduateí, que banhava as proximidades do lugar.[6]

Cacique Tibiriçá e Neto. Óleo sobre tela de José Wasth Rodrigues representando o morubixaba da aldeia de Inhapuambuçu.

A aldeia de Inhampuambuçu, ou Piratininga, era, a que tudo indica, um dos mais importantes assentamentos tupiniquins da Capitania de São Vicente. Devido à falta de registros escritos antes da colonização, é muito difícil precisar quando a aldeia foi fundada. O que se sabe é que ela, por volta de 1532, era chefiada pelo morubixaba Tibiriçá - depois batizado como Martim Afonso. - e que havia acolhido, já há alguns anos, o português João Ramalho. Em 1554, foi fundado, pelas mãos dos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, junto da aldeia, o Colégio de São Paulo. Alguns anos depois, em 1557, a aldeia, assim como Jurubatuba, mais ao sul, já estava em processo de fragmentação.[7]

A partir de 1560, a vila de Santo André da Borda do Campo, fundada alguns anos antes por João Ramalho, foi transferida, por ordem do para as imediações da aldeia, que se tornou o núcleo da povoação da vila de São Paulo dos Campos de Piratininga.[8]

Referências

  1. Kehl, Luis Augusto Bicalho (2005). Simbolismo e Profecia na fundac'ão de São Paulo - A Casa de Piratininga. São Paulo: Terceiro Nome. p. pg 92. ISBN 9788587556370 
  2. Monteiro, John M. (1994). Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo, Brazil: Companhia das Letras. p. 21 
  3. Kehl, Luis Augusto Bicalho (27 de junho de 2005). Simbolismo e Profecia na Fundação de São Paulo. [S.l.]: Editora Terceiro Nome 
  4. Gaouvêa, Isabel Cristina MorozCaccia (2010). Da Originalidade do Sítio Urbano de São Paulo às Formas Antrópicas. São Paulo: Fapesp. p. pag. 197 
  5. Cunha, Evandro L. T. P.; Lourenço, Lorenza (3 de novembro de 2020). «Toponímia de influência indígena nos bairros de Belo Horizonte». Cadernos de Linguística (2): 12. ISSN 2675-4916. doi:10.25189/2675-4916.2020.v1.n2.id149. Consultado em 11 de junho de 2024 
  6. Monteiro 1994, p. 229.
  7. Monteiro 1994, p. 22.
  8. Monteiro 1994, p. 39.
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