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Mesosaurus

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Mesosaurus
Intervalo temporal: Permiano
299–280 Ma
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Clado: Parareptilia
Ordem: Mesosauria
Família: Mesosauridae
Gênero: Mesosaurus
Gervais, 1865[1]
Espécies:
M. tenuidens
Nome binomial
Mesosaurus tenuidens
Gervais, 1865[1]
Sinónimos

Mesosaurus é um gênero extinto de pararépteis marinhos, que viveram na Era Paleozóica. Os mesosaurídeos surgiram no início do Período Permiano. Quando adultos mediam cerca de um metro de comprimento.[3]

As ocorrências de fósseis destes animais nos continentes americano e africano são considerados fortes evidências da deriva continental.[4]

Características gerais

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Os mesossaurídeos foram um dos primeiros grupos de amniotas a adaptarem-se a um ambiente aquático. Tinham corpo hidrodinâmico, mãos e pés com membranas interdigitais e cauda longa. O crânio de Mesosaurus tenuidens era alongado e a cavidade oral continha dentes muito longos, finos e numerosos. Mesosaurus se alimentava de pequenos crustáceos.

Este animal habitou zonas aquáticas do antigo super-continente chamado Pangeia. Os seus restos fossilizados afloram em rochas do Permiano da África e América do Sul.

Restos fósseis de Mesosaurus.

Dentre os Mesosauridae são reconhecidas três espécies: Mesosaurus tenuidens,[4] Stereosternum tumidum[5] e Brazilosaurus sanpauloensis.[6]

O primeiro fóssil deste animal foi localizado em 1865 ao sul do continente africano pelo pesquisador Paul Gervais, num sítio denominado Griquas.[4]

Edward Drinker Cope realizou em 1886, tomando por base fósseis coletados por Orville Derby no estado de São Paulo, a descrição da espécie Stereosternum tumidum.[5] Os fósseis coletados são provenientes de calcários e folhelhos do Membro Assistência da Formação Irati, cuja seção-tipo está localizada no município de Rio Claro (SP). O Stereosternum tumidum é um dos símbolos do Projeto Geoparque Corumbataí, que conta com um geossítio dedicado ao tema[7].

Os pesquisadores Shikama e Osaki descreveram uma nova espécie em 1966, que deram o nome de Brazilosaurus sanpauloensis.[6]

"Mesosaurus brasiliensis"

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Esqueleto de Mesosaurus brasiliensis. Desenho original de Mac Gregor (1908).[8]

Embora esta denominação tenha se consagrado a partir da descrição feita em 1908 por Mac Gregor, estudos recentes dão conta de que esta espécie se trata da mesma Mesosaurus tenuidens, descrita em 1865 por Paul Gervais.[4]

O Mesosaurus brasiliensis foi descrito e batizado por Mac Gregor em 1908, estudando fósseis encontrados nos folhelhos da Formação Irati, do Permiano inferior, coletados pelo geólogo Israel Charles White próximos à estação de Irati, no estado do Paraná.[8] Era um réptil pequeno, com corpo esguio e longa cauda, medindo cerca de um metro quando adulto.

A ocorrência de um mesmo gênero de pequeno réptil nos dois lados do Atlântico foi logo visto por diversos geólogos e paleontólogos, a exemplo do próprio Alfred Wegener, como um dos mais fortes argumentos na teoria da deriva continental.[9]

Na cidade de Montividiu, Goiás ocorrem afloramentos de rochas da Formação Irati que se destacam pelo registro fossilífero de mesossauros permianos, sendo assinalada a presença de Brazilosaurus sanpauloensis, um vertebrado fóssil importante na história da Deriva Continental;[10]

Referências

  1. a b Gervais, P. (1865). Description du Mesosaurus tenuidens. Reptile fossile de l'Afrique australe. Académie des Sciences et Lettres de Montpellier. Mémoires de la Section des Sciences 6(2):169-175
  2. a b c Piñeiro, G.; Ferigolo, J.; Mones, A.; Núñez Demarco, P. (2021). «Mesosaur taxonomy reappraisal: are Stereosternum and Brazilosaurus valid taxa?». Revista Brasileira de Paleontologia. 24 (3): 205–235. doi:10.4072/rbp.2021.3.04 
  3. Barberena, D. C. A. & Timm, L. L. (2000) Características dos Mesosaurus e suas adaptações ao meio aquático. IN: Holz, M. & Ros, L. F . Paleontologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS/CIGO, 2000. p. 194-209.
  4. a b c d Gervais, Paul (1865). «Mesosaurus tenuidens». Du Mesosaurus tenuidens, reptile fossile de l'Afrique australe. Comptes Rendus de l’Acad´emie des Sciences 
  5. a b Cope, Edward Drinker (1886). «A contribution to the vertebrate paleontology of Brasil». Proceedings of the American Philosophical Society 
  6. a b Shikama, T.; Ozaki, H. (1966). «On a Reptilian Skeleton from the Palaeozoic Formation of San Paulo, Brazil». Transactions and Proceedings of the Palaeontological Society of Japan, New Series 
  7. Kolya, André (18 de agosto de 2022). «Mesossaurídeos de Assistência». Projeto Geoparque Corumbataí. Consultado em 25 de junho de 2024 
  8. a b Mac Gregor, J.H. (1908) Mesosaurus brasiliensis nov. sp., Parte II. (Português e Inglês) IN: White, I.C. (1908) "Commissão de Estudos das Minas de Carvão de Pedra do Brazil”, Relatório Final, Parte II, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, Brazil, 617 pg. (Relatório bilíngüe, em português e inglês). Edição facsimilar de 1988, DNPM
  9. Wegener, Alfred (julho de 1912). «Die Entstehung der Kontinente». International Journal of Earth Sciences (em alemão). 3 (4). doi:10.1007/BF02202896 
  10. Araújo-Barberena, D.C.; Lacerda Filho, J.V. e Timm, L.L. (2002). «Mesossauros da Serra do Caiapó, (Montividiu) GO» (PDF). Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil 10. Consultado em 2 de setembro de 2014 

Ligações externas

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