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Objeto transnetuniano

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Nos confins do sistema solar (Cintura de Kuiper e Nuvem de Oort), para além da órbita de Netuno, existem largos milhares de milhões de pequenos corpos celestes compostos essencialmente de gelo.

Um objeto transnetuniano é qualquer corpo menor do Sistema Solar que orbita o Sol a uma distância média (semieixo maior) superior à de Netuno.[1] Doze corpos menores conhecidos com um semieixo maior superior a 150 UA e periélio superior a 30 UA, são chamados de objetos transnetunianos extremos.[2]

O maior objeto transnetuniano conhecido é Plutão, seguido por Éris, Makemake, Gonggong e Haumea. O cinturão de Kuiper, disco disperso e nuvem de Oort são três divisões convencionais deste volume de espaço,[3] que os tratamentos variam e alguns objetos, como Sedna não se encaixam facilmente em qualquer uma dessas divisões.

O primeiro objeto transnetuniano descoberto foi Plutão em 1930. O segundo objeto transnetuniano conhecido, 15760 Albion, foi descoberto em 1992.[4] Em janeiro de 2016 existiam mais de 1 750 objetos transnetunianos conhecidos. A Nuvem de Oort permanece especulativa e os corpos celestes das duas primeiras regiões são também conhecidos por alguns autores pelo acrônimo de língua inglesa KBO que significa Kuiper Belt Object (Objeto do Cinturão de Kuiper). Nesta região remota do sistema solar, entre vários pequenos corpos celestes, orbitam os planetas anões Plutão, Haumea, Makemake e Éris.[5]

Segundo a comunidade científica, acredita-se que por ocasião da formação do sistema solar, a região mais distante do disco protoplanetário se condensou em pequenos corpos que permaneceram numa região situada além de 30 UA (4 500 milhões de quilômetros) de distância do Sol.

Classificação orbital

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Segundo a órbita que descrevem, os objetos transnetunianos podem ser classificados como:

  • Cubewanos (acrônimo CKBO, 'C' de clássico) — corpos celestes desta região, mas que não têm ressonância orbital com Netuno.
  • Os corpos celestes com ressonância orbital com Netuno (acrônimo RKBO, 'R' de ressonante) dividem-se em populações distintas:
  • Os objetos do disco disperso (acrônimo SDO ou SKBO, 'S' de scattered, ou seja, disperso) são corpos celestes com distância média do Sol 500 vezes a da Terra ao Sol, tais como Sedna e afélio com o dobro dessa distância (1,000 AUえーゆー) como acontece com 2012 VP113 e V774104 ainda mais distante.

Os maiores transnetunianos

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Ver artigo principal: Lista de objetos transnetunianos

A lista inclui planetas-anões e corpos menores

Nome Magnitude absoluta Albedo Diâmetro equatorial
(km)
Semieixo maior
(UA)
Data da descoberta Método de cálculo
de diâmetro
Éris -1,1 ~0,55 (termal) 2 330 67,7 2005 termal
Plutão -0,7 0,49 - 0,66 2 329 39,4 1930 ocultação
Makemake −0,1 0,8 ± 0,2 (assumido) 1 426 45,7 2005 albedo assumido
225088 2 0,089 (assumido) 1 290 66,8 2007
Haumea 0,1 0,7 ± 0,1 ~1500 43,3 2005
Caronte (Plutão) 1 0,36 a 0,39 1 207,2 ± 2,8 39,4 1978 ocultação
Quaoar 2,7 0,10 ± 0,03 1 092 43,5 2002 disco resolvido
Sedna 1,8 >0,2 (assumido) 1 041 502,0 2003 termal
Orco 2,3 0,1 (assumido) 983 39,4 2004 albedo assumido
307261 4 0,1 (assumido) 960 41,8 2002 albedo assumido
Salácia 4,2 0,035 921 41,8 2004
532037 3,3 0,1 – 0,4 772 59,6 2013
Varuna 3,9 0,12 – 0,30 748 43,0 2000 termal
208996 3,7 0,1 (assumido) 747 39,6 2003 albedo assumido
55565 3,8 0,14 – 0,20 715 47,4 2002 termal
55637 3,9 0,08? 704 42,5 2002 albedo assumido
90568 4,2 0,08 ± 0,02 703 42,1 2004
Varda 3,7 0,1 (assumido) 701 45,5 2003
202421 3,7 701 43,5 2005
145452 3,9 697 41,3 2005
Íxion 3,8 0,25 – 0,50 674 39,6 2001 termal

Planetas transnetunianos

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Em janeiro de 2015, cientistas da Universidade Complutense de Madrid e da Universidade de Cambridge anunciaram a possibilidade de dois planetas habitarem as regiões mais extremas do sistema solar. A descoberta foi derivada da perturbação na orbita de alguns objetos transnetunianos, que só seria possível com a presença de pelo menos dois objetos, os quais podem ter massa de 2 a 15 vezes a da Terra. É teorizado que esses planetas não sejam novos gigantes gasosos, mas sim congelados e rochosos. Esses planetas não foram ainda observados diretamente, e sua possível existência foi teorizada a partir de cálculos.[6][7][8]

Em janeiro de 2016, uma nova análise da órbita de objetos na periferia do Sistema Solar realizada por Michael Brown e Konstantin Batygin, sugere a existência de um planeta grande, com uma massa em torno de 10 vezes maior do que a da Terra, a uma distância de até 200 vezes superior que aquela entre a Terra e o Sol.[9][10]

Referências

  1. LAZZARO, Daniela (2009). «O Sistema Solar e corpos extraordinários». Ciência Hoje. 43 (258): 40-45 
  2. C. de la Fuente Marcos; R. de la Fuente Marcos (1 de setembro de 2014). «Extreme trans-Neptunian objects and the Kozai mechanism: signalling the presence of trans-Plutonian planets». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 443 (1): L59-L63. Bibcode:2014MNRAS.443L..59D. arXiv:1406.0715Acessível livremente. doi:10.1093/mnrasl/slu084 
  3. Remo, John L. (2007). «Classifying Solid Planetary Bodies». AIP Conference Proceedings. 886: 284–302. Bibcode:2007AIPC..886..284R. doi:10.1063/1.2710063 
  4. IAU Minor Planet Center List Of Transneptunian Objects
  5. «Kuiper Belt & Oort Cloud: Overview» (em inglês). Consultado em 19 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2015 
  6. Juliana Santos. «Cientistas apontam dois novos planetas no Sistema Solar». Consultado em 19 de janeiro de 2015 
  7. Richard Ingham. «Two more planets in our Solar System, say astronomers» (em inglês). Consultado em 19 de janeiro de 2015 
  8. «Two planets as big as Earth 'could be on edge of solar system'» (em inglês). Consultado em 19 de janeiro de 2015 
  9. «Astrônomo que 'matou' Plutão vê sinal de novo planeta no Sistema Solar». Consultado em 21 de janeiro de 2016 
  10. «Cientistas anunciam descoberta de possível nono planeta do Sistema Solar». Consultado em 21 de janeiro de 2016 

Ligações externas

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