Olinto
Olinto (em grego: Όλυνθος, transl. Olynthos[1]) foi uma cidade da Grécia Antiga, situada na Calcídica, construída principalmente sobre dois morros planos com 30 a 40 metros de altura, numa planície fértil às margens do golfo de Torone, próximo ao istmo da península de Palene, a cerca de 2,5 quilômetros do mar e a cerca de 60 estádios (cerca de dez quilômetros) de Potideia.
História
[editar | editar código-fonte]Olinto, filho de Héracles, era considerado o fundador mitológico da cidade. No monte sul (a cidade foi construída, ao longo da história, sobre dois montes) encontrou-se indícios dum pequeno povoado neolítico, abandonado na Era do Bronze e recolonizado no século VII a.C.. A cidade foi conquistada pelos botieus, uma tribo trácia expulsa da Macedônia por Alexandre I. Olinto permaneceu em seu domínio até 479 a.C.; naquele ano o general persa Artabazo, após escoltar Xerxes ao Helesponto, suspeitando que uma revolta contra o Grande Rei estava sendo tramada, entregou o comando da cidade a Critobulo de Toroni, povoando-a com imigrantes gregos vindos da região vizinha da Calcídica.[2] Embora Heródoto tenha relatado que Artabazo teria executado todos os botieus, acredita-se que tenham continuado a viver na região.
Olinto se tornou uma pólis grega, porém continuou tendo pouca significância no panorama geral da Hélade; na lista de quotas da Liga Délia consta como pagando uma média de dois talentos, em comparação aos 6 a 15 pagos por Scione e por Mende, 6 a 12 por Toroni), e três a seis pagos por Sermília durante o período de 454 a 432 a.C.
Em 432 a.C. o rei Pérdicas II encorajou a população de cidades costeiras vizinhas a migrar para Olinto, preparando-se para uma revolta liderada por Potideia contra Atenas.[3] Este sinecismo (συνοικισμός) foi posto em prática, embora, contra as vontades de Pérdicas, as cidades contribuintes tenham sido preservadas. Este aumento populacional teria levado à colonização do monte norte. Em 423 a.C. Olinto se tornou líder da Liga Calcídica, cujo surgimento especula-se ter sido ocasionado ou por este sinecismo, ou pelo início da Guerra do Peloponeso e o temor de um ataque ateniense. Durante a guerra a cidade foi uma base para Brásidas, em sua expedição de 424 a.C., e foi refúgio para os cidadãos de Mende e Potideia, que haviam se revoltado contra Atenas.[4]
Com o fim da Guerra do Peloponeso, o desenvolvimento da liga foi rápido, e ela chegou a ser formada por 32 cidades. Por volta de 393 a.C. a Liga Calcídica conclui um importante tratado com Amintas III da Macedônia (pai de Filipe II), e em 382 a.C. havia dominado a maior parte das cidades gregas a oeste do Estrimão, chegando a Pela, principal cidade da Macedônia.[5]
Em 348 a.C. o rei macedônio Felipe II (pai de Alexandre, o Grande), obstinado a conquistar a cidade-Estado de Atenas, sitiou Olinto, aliada ateniense, a fim de conseguir convencê-la a unir-se a ele. Quando ela o rejeitou, decidiu exterminá-la. Após subornar alguns cidadãos para que traíssem seus camaradas e abrissem os portões, suas tropas invadiram e arrasaram a cidade, queimaram as casas e venderam todos os habitantes como escravos. A destruição de Olinto foi tão devastadora que poucos indícios de sua existência sobraram.[6]
Referências
- ↑ O significado refere-se a um figo que amadureceu cedo demais; a região era notória pela abundância de figos.
- ↑ Heródoto, viii. 127.
- ↑ Tucídides, 1.58.
- ↑ Tucídides ii, 70.
- ↑ Xenofonte, Hell. V. 2, 12.
- ↑ Martin, Thomas R.; Blackwell, Christopher W. (28 de setembro de 2012). Alexander the Great. [S.l.]: Cambridge University Press
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Liddell & Scott, Greek-English Lexicon. (1889/1996). Oxford: Clarendon Press.
- Martin, Thomas R.; Blackwell, Christopher W. Alexandre, o Grande. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2020.