Sancho de Tovar
Sancho de Tovar | |
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Brasão de armas de Sancho de Tovar | |
Nascimento | 1470 Castela |
Morte | 1545 (75 anos) Portugal |
Nacionalidade | Português |
Progenitores | Mãe: Leonor de Vilhena, filha do Alcaide-mor de Olivença Pai: Martim Fernandes de Tovar, señor de Cevico |
Ocupação | Navegação |
Sancho de Tovar (Cevico de la Torre, c. 1470 — Lisboa, 1545) foi um nobre da corte em Castela, e depois na corte portuguesa.
Destacou-se como navegador e explorador à época dos descobrimentos portugueses. Foi um dos capitães da Armada que descobriu o Brasil em 1500 e, mais tarde, foi nomeado governador de Sofala, na costa leste da África, por Manuel I de Portugal (1495-1521).
Biografia
[editar | editar código-fonte]Era filho de Juan de Tovar, que posteriormente alterou o nome para Martín Fernández de Tovar, e de D. Leonor de Vilhena, irmã do 1.º conde de Olivença. Martim Fernandes de Tovar foi fiel partidário de Henrique IV de Castela, da Casa de Transtamara, e à morte deste defendeu a sucessão do trono na sua filha D. Joana, a Excelente Senhora. Desse modo apoiou o casamento de Afonso V de Portugal (1438-1481) com a sobrinha, e toda a campanha do rei de Portugal na tentativa de colocar no trono de Castela D. Joana, a Excelente Senhora. Em 1499 terá sido condenado e executado por um regedor castelhano, a mando de Isabel. Sancho de Tovar teria recebido, no início do ano de 1500, a informação de que o pai fora morto em Castela. Sancho teria então partido para Castela, onde teria matado o Regedor que executara seu pai.
Regressou a Portugal e foi nomeado, por D. Manuel, segundo comandante da Armada da Índia, comandada por Pedro Alvares Cabral, que se fez ao mar em Março de 1500.
Ao comando da nau El-Rei avistou o Brasil em 22 de Abril. Sancho foi dos primeiros capitães a pisar terras brasileiras. Para a sua nau, a El-Rei, vieram dois índios Tupiniquim, que seriam recebidos por Pedro Álvares Cabral, juntamente com Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho e Aires Correia;[1] aos quais deram de comer e também vinho, e todos ficaram surpreendidos por eles não o apreciarem.
Quando a armada de Cabral chegou à Índia, seu destino inicial, Tovar assumiu o comando da esquadra e protegeu Cabral dos ataques. Em 5 de Fevereiro de 1501, no regresso da Índia, quando Sancho andava a explorar a costa e as origens do “ouro de Sofala”, a nau El-Rei encalhou na costa de Moçambique[2]. As mercadorias e as pessoas foram transferidas para a nau de Luis Pires,[3] que Sancho passou a comandar. A nau El-Rei foi incendiada para não cair nas mãos dos muçulmanos.
Em 1504 foi agraciado pelo Rei D. Manuel com a doação “de uma terra cercada de valados, no termo de Palmela, chamada Barra Cheia e lugares comarcãos – Azeitão, Barreiro, Coina e Mouta – com seus pinhais, fontes, terras, matos rotos e por romper e todas as outras pertenças como a El-Rei inteiramente pertenciam, para ele e todos seus descendentes”.
Voltou a Sofala como governador por volta de 1504, onde esteve até 1505 deixando a fortaleza concluída. Regressou a Moçambique em 1512, onde exerceu novamente o cargo de Governador até 1515,[3] altura em que regressou a Portugal.
Em Dezembro de 1517 é nomeado Governador de Sofala, embarcando na Armada de Diogo Lopes de Sequeira, que seguiu para a Índia com 1600 homens. Ficou em Moçambique onde esteve até 1521, termo da sua comissão.
Regressado a Portugal terá morrido por volta de 1545. Foi sepultado no Convento de São Francisco de Xabregas, entre a portaria e o claustro.
Casamento e descendência
[editar | editar código-fonte]Sancho de Tovar desposou Guiomar da Silva, filha do alcaide-mor de Porto de Mós, com quem teve três filhos:
- Pedro de Tovar, casou com Brites de Oliveira e Silva, filha dos Senhores de Oliveira
- María de Vilhena Tovar, casada por duas vezes, a primeira com Cristóvão de Mendonça, e a segunda com Simão de Silveira, irmão do conde de la Sortella
O filho mais velho de Pedro, que como o avô se chamou Sancho de Tovar, nasceu em 1551 e faleceu em 1629. Fidalgo da Casa Real, foi nomeado em 1572 Copeiro-mor de D. Sebastião. Em 1573 acompanhou El-Rei ao Algarve a inspecionar as Praças daquele reino. Participou na campanha do norte de África, tendo estado na batalha de Alcácer Quibir (4 de Agosto de 1578), sobreviveu e “foi cativo de 21 senhores que o compraram e venderam e fugiu por Melila para o reino”
Defendeu e lutou pela legitimidade ao trono de D. António Prior do Crato, participando na batalha de Alcântara como Capitão de Cavalos. Embora amnistiado por Filipe I foi arredado dos cargos públicos.
Foi Senhor da Honra de Molelos, por herança de sua segunda mulher.[2]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brasil.
- Tovar, Diogo de Azeredo Barata de, Tovar, História daqueles que conquistaram, viveram e foram Senhores de Tovar, Anadia, 2016.
- Tovar, Diogo de Azeredo Barata de, Sancho de Tovar – História da Armada que descobriu o Brasil em 1500, Novembro de 1999.
- Brandão, Fernando de Castro, História da Expansão Portuguesa 1367-1580, uma Cronologia, Odivelas, Europress,1995
Ligações externas
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Precedido por - |
Capitão-mor de Moçambique 1501 - 1505 |
Sucedido por Pêro de Anaia |
Precedido por Simão de Miranda de Azevedo |
Capitão-mor de Moçambique 1512 - 1515 |
Sucedido por Cristóvão de Távora |
Precedido por Cristóvão de Távora |
Capitão-mor de Moçambique 1518 - 1521 |
Sucedido por Diogo de Sepúlveda |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Caminha, Pero Vaz de (31 de dezembro de 2005). «A carta de Caminha». Revista Educação Pública (1). ISSN 1984-6290. Consultado em 17 de outubro de 2023
- ↑ a b http://www.castillosnet.org/espana/information.php, em 15 de março de 2015
- ↑ a b Brandão, Fernando de Castro (1 de janeiro de 1995). História da Expansão Portuguesa 1367-1580 Uma Cronologia. Odivelas: Europress. ISBN 978-9725591826