Sozópetra
Sozópetra (em grego: Σωζόπετρα; romaniz.: Sōzópetra; também em grego: Ζιζόατρα; romaniz.: Zizóatra e em grego: Ζάπετρα; romaniz.: Zápetra; em árabe Zibaṭra ou Zubaṭra) é uma antiga cidade de Capadócia, Anatólia Central, que faz fronteira com a Síria, 56 km a sudoeste de Melitene. Segundo fontes bizantinas, Sozópetra foi a cidade natal de Almotácime.[1] Porém, historiadores sugerem que este testemunho teve origem de uma lenda posterior,[2] criada em paralelo à captura de Sozópetra em 837 com a do local de nascimento do imperador Teófilo (Amório), em 838. É plausível que este mito tenha sido criado pelos historiadores bizantinos, com o intuito de enfraquecer a importância da derrota dos império em Amório, bem como a causa da anterior captura do berço do califa, comandada por Teófilo.[3] Em contraste, alguns documentos históricos credibilizam a informação das fontes bizantinas como a mais provável.[4]
Em 838, durante a campanha militar do califa abássida Almotácime (r. 833–842), uma das muitas operações militares árabes organizadas contra o Império Bizantino desde o século VII até ao século XI, com o principal objetivo de enfraquecer o Império e ganhar controle sobre a Ásia Menor e do Ocidente que resultou numa tremenda destruição da cidade; o papel decisivo sobre a realização desta batalha, bem como a intensa atmosfera em que se baseou a operação sob o nome dos árabes, foi fracassado pela vitória do imperador Teófilo em 1837, durante a qual Sozópetra foi destruída e numerosas atrocidades foram cometidas contra a população da cidade. Após este acontecimento, e em combinação com a política bizantina que apoiava os rebeldes persas governados por Bābak,[5] Almotácime projetou uma rápida e dinâmica reacção militar. Porém, os problemas que enfrentou dentro do califado, devido à rebelião persa,[nt 1] adiou o cumprimento do seu objetivo. As tropas árabes suprimiram o movimento de Bābak e capturaram o seu líder em setembro de 837 (Bābak foi executado em janeiro de 838). Com isto, o governante árabe conseguiu finalmente direcionar todas as suas forças contra o Império Bizantino (ver: Batalha de Anzen).[6][7][8][9]
Notas
- ↑ A revolta de Babak teve como objetivo promover reformas sociais dentro do califado. Esta ocorreu de 816 até setembro de 837, quando foi suprimida pelo califa Almotácime.
Referências
- ↑ Vasiliev 1968, p. 140-141.
- ↑ Treadgold 1988, p. 440.
- ↑ Hild 1981, p. 287.
- ↑ Amantos 1963, p. 204.
- ↑ Rosser 1974, p. 265.
- ↑ «Campanha dos árabes na Ásia Menor, 838» (em inglês). asiaminor.ehw.gr. Consultado em 23 de setembro de 2013
- ↑ Haldon 2001, p. 80.
- ↑ Irini-Sofia Kiapidou. «Battle of Dazimon, 838». Encyclopedia of the Hellenic World, Asia Minor. Atenas: Foundation of the Hellenic World. Consultado em 23 de setembro de 2013
- ↑ Treadgold 1997, p. 440–441.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Amantos, K. (1963). História do Estado Bizantino. 3. Atenas: [s.n.]
- Haldon, John (2001). The Byzantine Wars: Battles and Campaigns of the Byzantine Era. Stroud, Gloucestershire: Tempus. ISBN 0-7524-1795-9
- Hild, F.; Restle, M. (1981). «Kappadokien (Kappadokia, Charsianon, Sebasteia und Lykandos». Tabula Imperii Byzantini. Viena: [s.n.]
- Rosser, J. (1974). «Theophilus' Khurramite Policy and its Finale: The Revolt of Theophobus' Persian Troops in 838». Βυζαντινά. 6
- Treadgold, W. T. (1988). The Byzantine Revival 780-842. Stanford: [s.n.]
- Treadgold, Warren (1997). A History of the Byzantine State and Society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2630-2
- Vasiliev, A. A. (1968). «Byzance et les Arabes, 1, La dynastie d'Amorium (820-867)». Corpus Bruxellense Historiae Byzantinae. Bruxelas: Fondation Byzantine