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Tipo textual

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Tipo textual ou tipologia textual, também conhecido como sequência textual, é o conjunto de traços linguísticos que caracterizam uma determinada sequência de um texto. Em outras palavras, tipos textuais são segmentos de diferentes características que constituem um texto; segmentos esses que podem ser reconhecidos pelas regularidades no emprego de determinados recursos linguísticos.[1]

A tipologia textual abrange cinco tipos textuais: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo, e injuntivo.[2] Assim, ao contrário do gênero textual que é de quantidade bastante numerosa, o número de tipos textuais é curto e limitado.

Os tipos textuais podem ser encontrados articulados entre si, ou seja, é possível encontrar gêneros textuais que se compõem de um ou mais tipos. Por exemplo, podemos nos deparar com contos em que o tipo textual predominante é o narrativo, mas que também possui o tipo descritivo.[1]

Os tipos textuais "são atitudes enunciativas que acarretam modos característicos de emprego dos recursos linguísticos presentes em um texto ou sequência de texto." (Val, 2007, p.20).[1] Os gêneros textuais, por sua vez, são modelos de texto que circulam na vida social, pois atendem às necessidades comunicativas da humanidade, se renovando ao longo do tempo e podendo surgir novos gêneros a qualquer instante.

Os tipos textuais

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Tipo textual narrativo

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É um tipo textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens humanas ou imaginárias, por meio de uma sequência de acontecimentos. Há relação de anterioridade e posterioridade. Nesse tipo textual, é possível identificar elementos narrativos, tais como enredo, narrador, tempo, espaço e personagens. Sua principal característica é a presença de marcadores temporais, que indicam a sequência cronológica dos acontecimentos em antes, durante ou depois. É o tipo textual predominante nos seguintes gêneros textuais: ata, conto, fábula, notícia, piada, relato pessoal e romance.

Tipo textual descritivo

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É um tipo textual em que se faz a enumeração de ingredientes, elementos e objetos presentes num determinado contexto ou a descrição detalhada de um lugar, uma pessoa, um animal e um objeto. A classe morfológica mais utilizada nesse tipo textual é o adjetivo, por conta de sua função caracterizadora. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Nesse tipo textual, o tempo é estático, não havendo antes, durante ou depois. Sua principal característica, portanto, é a enumeração ou a adjetivação de seres animados ou inanimados. É o tipo textual predominante nos seguintes gêneros textuais: anúncio classificado, cardápio, cartão de visita, currículo, ficha técnica, fotolegenda e guia de viagem.

Tipo textual expositivo

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O tipo textual expositivo envolve a apresentação de ideias ou conceitos de maneira aprofundada. Nesse tipo textual, há a explicação de um tema em particular. Sua finalidade central é explicar temas para um público leitor ou ouvinte que procura aprimorar o conhecimento sobre determinado assunto, sendo utilizado predominantemente para fins didáticos, científicos e educacionais. Sua principal característica é a presença de conectivos explicativos ou conclusivos, de maneira explícita ou implícita. O tipo textual expositivo é encontrado nos seguintes gêneros textuais: artigo de enciclopédia, aula, glossário, material didático, palestra, seminário e verbete de dicionário.

Tipo textual argumentativo

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Esse tipo textual tem a função de persuadir o leitor ou ouvinte, convencendo-o a aceitar uma ideia por meio de estratégias de argumentação. É o tipo textual que inclui a negociação de argumentos favoráveis e contrários a um ponto de vista, objetivando chegar a uma conclusão por meio do convencimento. Geralmente, apresenta verbos na terceira pessoa do singular. Sua principal característica é a presença de operadores argumentativos, que garantem a coerência da ideias defendidas pelo autor. É o tipo textual encontrado nos gêneros textuais: artigo científico, artigo de opinião, debate, dissertação argumentativa, manifesto, resenha crítica e sermão.

Tipo textual injuntivo

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Esse tipo textual indica como realizar uma ação ou prescreve um comportamento. Também é utilizado para predizer acontecimentos ou ainda para se fazer pedidos e dar ordens. Nesse tipo textual, os verbos são geralmente empregados no modo imperativo ou infinitivo. Nota-se também o uso do futuro do presente do modo indicativo ou expressões com o sentido de pedido ou ordem, tais como "não matarás", "é proibido", "é necessário", entre outros. Sua principal característica, portanto, é o emprego de verbos no imperativo ou no infinitivo. Esse tipo textual é encontrado nos gêneros textuais: bula de remédio, horóscopo, lei, manual de instruções, propaganda, receita culinária e requerimento.

Tipos textuais e outras categorias

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Os tipos textuais são de número limitado. Diálogo, relato, entrevista, convite, reportagem, entre outros, são gêneros textuais.

Poesia e prosa são formas literárias ou formas textuais.

As categorias épico, lírico e dramático são gêneros literários.

Geralmente, percebe-se uma confusão entre os conceitos de gênero textual e tipo textual. O tipo textual é o conteúdo do texto e o formato padrão comum dele. Já o gênero textual é a função do texto. Um gênero textual não tem quantidade limitada: pode surgir um novo a qualquer momento. Qualquer pessoa pode "criar" um novo gênero textual, porém, o tipo textual, não.

Referências

  1. a b c Val, Maria da Graça Costa (2007). Produção escrita: trabalhando com gêneros textuais. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG. pp. 19–20 
  2. Werlich (1975), apud FÁVERO; KOCH, 1987
  • Fávero, Leonor Lopes; Koch, Ingedore G. V. Contribuição a uma tipologia textual. Letras & Letras, Uberlândia, Departamento de Letras/UFU, v. 3, n. 1, p.3-10, jun. 1987.
  • Travaglia, Luiz Carlos. "Aspectos da pesquisa sobre tipologia textual". Revista de estudos da linguagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 20, n. 2, p. 361-387,jul./dez. 2012.
  • Werlich, E. Typologie der texte. Heidelberg: Quelle & Meyer, 1975.