William Sterling Parsons
William Sterling "Deak" Parsons (Chicago, 26 de novembro de 1901 - Bethesda, 5 de dezembro de 1953) foi um oficial da Marinha dos Estados Unidos que trabalhou como especialista de munições no Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é mais conhecido por ser quem preparou a detonação da bomba atômica Little Boy, que foi lançada pelo avião Enola Gay sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, em 1945.[1]
Parsons graduou-se em 1922 na Academia Naval dos Estados Unidos e serviu em vários navios de guerra, começando com o navio de guerra USS Idaho. Ele foi treinado em material bélico e estudou balística. Em julho de 1933, Parsons se tornou agente de ligação entre o Bureau of Ordnance (BuOrd) e o Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos. Interessou-se por radar e foi um dos primeiros a reconhecer o potencial da tecnologia para localizar navios e aeronaves, além de até mesmo acompanhar bombas em voo. Em setembro de 1940, Parsons e Merle Tuve do Comitê de Pesquisa de Defesa Nacional começaram a trabalhar no desenvolvimento da espoleta de proximidade, uma espoleta acionada por radar que iria explodir uma bomba na proximidade do alvo. A espoleta, eventualmente conhecido como o fusível VT (tempo variável) Mark 32, entrou em produção em 1942. Parsons estava presente quando o USS Helena derrubou o primeiro avião inimigo com uma espoleta VT nas Ilhas Salomão, em janeiro de 1943.[1]
Em junho de 1943, Parsons se juntou ao Projeto Manhattan como Diretor Associado do Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, sob a liderança de J. Robert Oppenheimer. Parsons tornou-se responsável pelas munições do projeto, incluindo a concepção e o teste dos componentes não-nucleares das armas nucleares. Ele também foi responsável pelo programa de lançamento, cujo codinome era Projeto Alberta. Em agosto de 1945 ele participou do bombardeio de Hiroshima como o responsável por detonar a bomba atômica Little Boy no B-29 Enola Gay. Durante o voo para Hiroshima, Parsons subiu no compartimento de bombas para carregar a carga de pó, para evitar a possibilidade de uma explosão nuclear, caso a aeronave caísse na decolagem. Ele foi condecorado com a Silver Star por sua parte na missão.[1]
Após a guerra, Parsons foi promovido ao posto de contra-almirante, sem nunca ter comandado um navio. Participou da Operação Crossroads, os testes de armas nucleares no atol de Bikini, em 1946, e mais tarde dos testes durante a Operação Sandstone, no atol Enewetak, em 1948. Em 1947 tornou-se vice-comandante do Projeto de Armas Especiais para as Forças Armadas. Parsons morreu depois de um ataque cardíaco em 5 de dezembro de 1953.[1]
Referências
Bibliográficas
[editar | editar código-fonte]- Christman, Albert B. (1998). Target Hiroshima: Deak Parsons and the Creation of the Atomic Bomb. Annapolis, Maryland: Naval Institute Press. ISBN 1-55750-120-3. OCLC 38257982
- Furer, Julius Augustus (1959). Administration of the Navy Department in World War II. Washington, DC: US Government Printing Office. OCLC 1915787
- Nascidos em 1901
- Mortos em 1953
- Almirantes da Marinha dos Estados Unidos
- Alunos da Academia Naval dos Estados Unidos
- Pessoas do Projeto Manhattan
- Veteranos da Segunda Guerra Mundial dos Estados Unidos
- Sepultados no Cemitério Nacional de Arlington
- Pessoas associadas com os bombardeamentos atômicos de Hiroshima e Nagasaki
- Mortes por infarto agudo do miocárdio