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Os novos heróis do rock

Quando logo à noite regressarem ao palco do Pavilhão Atlântico (22h00), os Coldplay terão à sua espera uma multidão de mais de 16 mil pessoas.
23 de Novembro de 2005 às 00:00
Há muito esgotado, o concerto tem como pretexto a apresentação do novo álbum do grupo, ‘X & Y’, mas a reboque virão também canções que a memória (colectiva) se recusa a apagar. Quem não se lembra de ‘Trouble’, ‘The Scientist’ ou ‘Clocks’?, só para citar algumas.
Na verdade, o quarteto de Chris Martin e acólitos desembarca em Lisboa na condição de novos heróis do rock, ‘os novos U2’, não hesitam muitos em classificar. Mas as semelhanças com a banda de Bono são, de facto, pertinentes e não se esgotam na geografia britânica. Passam, por exemplo, pela estabilidade na formação e pela liderança carismática.
De facto, os Coldplay mantêm a mesma ‘equipa’ (um quarteto, também) desde que iniciaram funções, em 1998, e nunca houve dúvidas quanto ao protagonista do papel principal; Christopher Anthony John Martin de seu nome, nascido em Abril de 1977, em Devon, Inglaterra.
Além do protagonismo inerente à condição de principal compositor e letrista, instrumentista e vocalista (com o falsete como traço distintivo), Chris Martin partilha ainda com Bono outras qualidades. Como a de teimar em não viver às custas do sucesso e de costas voltadas para o mundo. Daí o ter juntado a voz a causas em prol do Terceiro Mundo, como a campanha ‘Oxfam’s Make Trade Fair’, que defende um acesso mais justo dos países pobres ao mercado global. É dessa luta pela igualdade de tratamento que resulta o símbolo = (sinal de igual) que exibe na mão esquerda sempre que sobe ao palco.
SUCESSO METEÓRICO
Outra das semelhanças com o quarteto de Dublin (talvez a mais importante) reside no valor das canções – com melodias de fino recorte – e no consequente sucesso de que gozam à escala planetária, sendo hoje das poucas bandas a vender milhões de discos. E têm apenas três álbuns editados: ‘Parachutes’ (2000), ‘A Rush of Blood To The Head’ (2002) e ‘X & Y’ (2005). Outra é o número de prémios e distinções alcançados, os mais recentes conquistados precisamente em Lisboa, no passado dia 3, quando receberam os prémios da MTV para Melhor Canção de 2005 (‘Speed of Sound’) e Melhor Grupo Inglês.
NÃO AO VEDETISMO
Recentemente eleito o vegetariano mais ‘sexy’ do Mundo – pela associação PETA, que luta contra o uso de peles de animais –, Chris Martin é avesso ao culto de vedeta. E o facto de ser casado com a actriz Gwyneth Paltrow (uma das mais cotadas em Hollywood) só ‘agravou’ a situação, com Martin a defender a família de olhares indiscretos, como aconteceu em Junho, em Paris, aquando da apresentação internacional de ‘X & Y’.
A aversão ao mediatismo é tal que há dois anos, na Austrália, o pacífico Chris Martin agrediu um ‘paparazzo’ que o seguia numas curtas férias. O caso poderia ter feito correr rios de tinta, mas pouco depois foi encerrado sem passar pela barra dos tribunais.
OS ACÓLITOS
JON BUCKLAND (Guitara)
Nasceu a 11 de Setembro de 1977, em Londres. Começou a tocar guitarra aos onze anos pressionado pelo irmão e influenciado pelos Stone Roses. Tem como heróis Eric Clapton, Jimi Hendrix e George Harrison. É o ‘preferido’ de Chris Martin, que se lhe refere como o seu ‘amante gay’.
GUY BARRUMAN (viola-baixo)
Nascido a 12 de Abril de 1978, na Escócia, mudou-se para Kent (Inglaterra) aos 12 anos, Barryman é o elemento mais discreto e menos falador do grupo. Começou a tocar viola-baixo aos 13 anos e deixou mesmo um curso de engenharia para se dedicar de corpo e alma aos Coldplay. Antes, passou ainda pelos Time Out. Como principais influências cita os Pink Floyd, os Beatles e James Brown.
WILL CHAMPION (bateria)
Tem 27 anos nasceu a 31 de Julho de 1978, em Southampton e é o elemento mais versátil do grupo. Toca guitarra, piano, baixo e flauta. Segundo Chris Martin, Champion é “uma ‘jukebox’ humana”. Desistiu de um curso de Arqueologia para entrar nos Coldplay e, para ficar no grupo, dedicou-se a fundo ao único instrumento disponível, a bateria. Mas o que ele queria mesmo era a guitarra.
A GALINHA DOS OVOS DE OURO DA INDÚSTRIA
À semelhança dos U2, os Coldplay são das poucas bandas rock ainda a conseguir vender milhões de discos. O peso do quarteto para a indústria discográfica é de tal forma determinante que a EMI – a editora da banda – ficou em polvorosa quando, no início do ano, Chris Martin e acólitos fizeram saber que a edição de ‘X & Y’ tinha de ser adiada. As relações entre artista e editora azedaram e esta veio mesmo a público rever em baixa a previsão de lucros. Algo que Chris Martin minimizou, afirmando que o seu ‘negócio’ não era encher os bolsos aos accionistas. “Eles são o grande demónio do mundo de hoje”, disse.
O disco, esse, acabou por sair em Maio. Quase seis meses volvidos, porém, a EMI tem motivos para sorrir. ‘X & Y’ é dos mais vendidos do ano – já ultrapassou os oito milhões de cópias – o que obrigou a empresa a rever (agora em alta) a perspectiva de lucro para 2005. Segundo dados recentemente revelados, os proveitos da EMI deverão crescer 5,8 por cento, um feito extraordinário numa altura em que a indústria discográfica, no seu todo, prevê uma recessão de dez por cento. Chris Martin tem também razões para sorrir. Os seus Coldplay são a galinha dos ovos de ouro da indústria. Com apenas três álbuns, o grupo prepara-se para superar os 30 milhões de cópias vendidas. É obra!
OS PRÉMIOS
2001
- Brit (2): Melhor Grupo Britânico e Melhor Álbum Britânico (‘Parachutes’)
- NME Carling (3): Novo Artista, Single e Actuação do Ano (na BBC)
2002
- Grammy: Melhor Performance de Música Alternativa
- MTV (2): Música – Melhor Grupo Inglês e Vídeo (‘Trouble’)
2003
- Brit (2): Melhor Grupo Britânico e Melhor Álbum Britânico (‘A Rush Of Blood To The Head’)
- Grammy (2): Melhor Performance Rock por Grupo (‘In My Place’) e Melhor Performance de Música Alternativa (‘A Rush Of Blood...’)
- MTV (4): Vídeo – (‘The Scientist’); Melhor Vídeo de Grupo, Revelação e Realização; Música – Melhor Grupo
2004
- Grammy – Disco do Ano (‘Clocks’)
2005
- MTV (2): Música – Melhor Canção (‘Speed of Sound’) e Melhor Grupo Inglês
NELLY FURTADO, UMA AMIGA MUITO ESPECIAL
Chris Martin celebra no próximo mês dois anos de casamento com a actriz Gwyneth Paltrow. O casal conheceu-se em 2002, num concerto em Inglaterra, e foi romance ‘à primeira vista’. O filme dos acontecimentos desde então é público: uma filha (Apple Blythe Alison Martin de seu nome) e outro rebento a caminho, cujo nascimento está previsto para a Primavera de 2006. E ainda só passaram dois anos.
A verdade é que antes de Gwyneth Paltrow não se conhecem namoradas a Chris Martin. Um ex-colega seu de faculdade descreveu-o como sendo um “tipo certinho que não bebia, não fumava charros e não tinha namoradas”. Todavia, antes da entrada em cena de Paltrow, a sempre sedenta Imprensa tablóide britânica ‘inventou’ um romance de Chris Martin com a ‘nossa’ Nelly Furtado. Estava-se em 2001/02 e é certo que ambos foram vistos juntos por mais de uma vez, tendo mesmo actuado no palco principal do Festival de Glastonbury, em 2002. No final do espectáculo, e questionada se Chris Martin era, de facto, o seu namorado, Nelly foi irónica: “Sim, ele é o meu namorado... Só que ainda não sabe!”
Desde então, Martin e Furtado têm mantido um relacionamento bem amistoso e especial. De tal forma que o líder dos Coldplay dá até uma ‘força’ no reaparecimento da cantora luso-canadiana, colaborando no tema ‘All Good Things Must Come To An End’, a incluir no próximo disco da cantora, ‘Loose’, a editar em 2006.
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