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Tim Lopes: diferenças entre revisões – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tim Lopes: diferenças entre revisões

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Lopes tornou-se um produtor da Rede Globo em 1996. Em 2001, ele e sua equipe recebeu o [[Prêmio Esso]] (versão brasileira do [[Pulitzer Prize|Pulitzer]]) para uma série de investigação intitulado "Feirão das Drogas",<ref>{{citar web|url=http://www.premioesso.com.br/site/premio_principal/index.aspx?year=2001|título=Awards: 2001|acessodata=2011-07-18|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110724011510/http://www.premioesso.com.br/site/premio_principal/index.aspx?year=2001|arquivodata=2011-07-24|urlmorta=yes}}</ref> em que ele usou uma [[câmera escondida]] para mostrar os traficantes na rua vendendo cocaína abertamente aos pedestres, gritando a droga e seu preço. Suas filmagens também capturaram traficantes armados desfilando em motocicletas com [[AK-47]].<ref name= Soares /> Esta filmagem foi filmada em uma densa rede de favelas na [[Zona Norte (Rio de Janeiro)|Zona Norte]], chamada [[Complexo do Alemão]]; mais especificamente dentro do Complexo, essa área em particular é conhecida como a Grota.<ref name= Soares />
 
Um dos repórteres que trabalha na equipe de Lopes para coletar imagens secretas para o mesmo relatório investigativo foi a jornalista da Globo, [[Cristina Guimarães]]. Ela filmou nas favelas da Mangueira e da [[Rocinha]] no mesmo período.<ref name= Soares /> O relatório foi televisionado no ''[[Jornal Nacional]]'' em 3 de agosto de 2001. O relatório recebeu muita atenção, o que por sua vez fez com que a administração política do Rio agisse. Seguiram-se as repressões policiais e os traficantes na favela da Grota e as outras favelas em destaque foram impedidas de vender abertamente drogas nas ruas por um tempo, e algumas foram presas. Posteriormente, os chefões do tráfico de drogas das facções criminosas que controlavam essas áreas não ficaram satisfeitos com a diminuição das vendas.<ref name= Soares /> ({{efn|Um dos traficantes presopresos, "Ratinho", mais tarde seria o responsável pela morte de Lopes).}} Em 2002, Lopes começou a trabalhar em uma história sobre [[caminhoneiro]]s para a TV Globo.<ref name= Azenha >{{citar web|url=http://www.viomundo.com.br/arquivo/bau-do-azenha/tim-lopes/|título=Tim Lopes|data=2006-10-18|autor =Azenha, Luis Carlos|publicado=Vi o Mundo}}</ref>
 
=== Investigação na Vila Cruzeiro ===
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Na tarde de 2 de junho de 2002, Lopes decidiu filmar em uma [[boca de fumo]] ao longo da Rua Oito, na favela da Vila Cruzeiro. O objetivo de Lopes era obter imagens de drogas e armas, como fez em 2001 na favela da Grota, no [[Complexo do Alemão]].<ref name= Soares /> Mais tarde soube-se que antes desta noite, Lopes havia filmado recentemente na Vila Cruzeiro três vezes diferentes.<ref name= Soares />
 
Dentro da Vila Cruzeiro, Lopes foi a um bar e comprou uma cerveja, depois atravessou a rua e ficou na calçada enquanto filmava traficantes armados passando de motocicleta.<ref name= CPJ /> Lopes foi abordado por dois membros da facção criminosa que controlava a Vila Cruzeiro e a maior parte do Complexo do Alemão (freqüentementefrequentemente chamado de "Complexo"), André da Cruz Barbosa e Maurício de Lima Matias. Como é comum no submundo do crime, os traficantes eram conhecidos por seus apelidos: André ''Capeta'' (André Devil) e ''Boizinho'' (Boi Pequeno).<ref name= Soares /> Um menino se aproximou de Lopes quando ele estava no bar, e ele não sabia que o menino estava procurando um traficante de drogas.<ref name= CPJ /> Os traficantes ficaram desconfiados quando alguém notou uma pequena luz vindo da mochila na cintura de Lopes, onde sua câmera estava escondida, e relatou isso a um dos traficantes armados.<ref name= cidadesgeral /><ref name=autogenerated3>{{citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=T1QHOKoLH4U&playnext_from=TL&videos=40wTeYz7kek|título=Assassino do jornalista Tim Lopes é preso em Alagoas|publicado=Plantão Alagoas: TV Alagoas (youtube)780}}</ref>
 
Ao ser confrontado, Lopes afirmou que era jornalista da Rede Globo. Eles pediram suas credenciais de jornalista, o que Lopes não carregava quando trabalhava disfarçado. Lopes foi subsequentemente espancado no local. Usando uma rádio da [[Nextel]], os traficantes chamavam o chefe do narcotráfico, Elias Pereira da Silva, conhecido por seu apelido, [[Elias Maluco]], na sede da facção da favela da Grota, no Complexo do Alemão, para instruções.<ref name= cidadesgeral /> Eles foram instruídos a esperar por um carro que os levasse para transportar Lopes da Vila Cruzeiro pelas colinas até o topo da Grota, no Complexo do Alemão, onde Elias Maluco estava esperando pelo que ele via como o "troféu" capturado. Antes de colocá-lo no porta-malas de um [[Fiat Palio]] roubado, os traficantes atiraram em Lopes em seus pés ou pernas e amarraram as mãos atrás das costas.<ref name= CPJ /><ref name=autogenerated1>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2002/not20020609p17850.htm |publicado=Estadao.com.br|título=Cidades: Repórter foi capturado, torturado e morto por traficantes}}</ref>
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Em seguida, a governadora do Rio, [[Benedita da Silva]], retirou Gomes do caso. No dia 7 de julho, os restos mortais de Lopes foram enterrados no cemitério Jardim da Saudade, no subúrbio carioca de Sulacap. O funeral contou com a presença da governadora do Rio, Benedita da Silva.<ref>[http://srv-net.diariopopular.com.br/08_07_02/as070712.html Diário Popular - Tim Lopes é enterrado ao som de Canção da América<!-- Bot generated title -->]</ref>
 
Cinco anos após a morte de Lopes, um adolescente foi preso no sul do Brasil e esteve no local do assassinato de Lopes. Agora conhecido pelo nome ''Cinqüenta''"Cinquenta", ele tinha 12 anos e foi contratado em 2002 para comprar combustível diesel e levá-lo até o topo do morro para atear fogo a Lopes. Após sua prisão em 2007, ele deu um relato detalhado à polícia sobre aquela noite e falou com um grupo de jornalistas, acrescentando ao que havia sido dito anteriormente durante a investigação.<ref name=autogenerated3 />
 
===Traficantes envolvidos===
[[File:Elias Maluco na Polícia Civil.jpg|thumb|esquerda|[[Elias Maluco]] quando estava sendo apresentado à mídia pela ''polícia civil'', em 19 de setembro de 2002. Ele havia sido preso na Favela da Grota, [[Complexo do Alemão]]]]
 
Os nove traficantes procurados pela polícia e que acabaram sendo julgados e colocados atrás das grades foram: Elias Pereira da Silva ([[Elias Maluco]]); André da Cruz Barbosa (André ''Capeta''); Cláudio Orlando do Nascimento (''Ratinho''); Maurício de Lima Matias (''Boizinho''); Claudino dos Santos Coelho (''Xuxa''); Elizeu Felício de Souza (''Zeu''); Ângelo da Silva (''Primo''); Reinaldo Amaral de Jesus (''Cadê''); e Fernando Sátyro da Silva (''Frei''). ({{efn|Eles são ordenados em termos do grau de culpabilidade na tortura e assassinato de Lopes - sendo Elias Maluco o líder da gangue e André ''Capeta''' seu braço direito.)}} Após uma intensa e altamente divulgada caça de 3 meses e meio, Elias Maluco foi capturado pela polícia na Favela da Grota em 19 de setembro de 2002. Em 25 de maio de 2005, ele foi condenado a 28 anos e meio de prisão.<ref>{{citar jornal|url=http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL45816-5606,00.html|título=Arquivo G1: Tim Lopes é assassinado|publicado=G1|autor =G1 in São Paulo|acessodata=2013-07-06|local=[[Rio de Janeiro]]}}</ref>
 
Do grupo de traficantes envolvidos que foram posteriormente perseguidos, três foram mortos pela polícia e outros foram condenados à prisão. Depois do encarceramento, a raiva foi manifestada pela mídia carioca quando dois dos traficantes ficaram em liberdade condicional na liberação do trabalho, quando fugiram.<ref name=folhasp>{{citar jornal|url=http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/740136-autorizado-a-visitar-familia-condenado-por-morte-de-tim-lopes-foge-da-prisao.shtml|título=Autorizado a visitar família, condenado por morte de Tim Lopes foge da prisão|publicado=[[Folha de S. Paulo]]|autor =Fábio Grellet|acessodata=2013-07-06|local=[[Rio de Janeiro]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.brazzilmag.com/home/86-may-2010/12208-press-association-blasts-brazil-parole-system-for-letting-prisoners-run-away|título=Press Association Blasts Brazil Parole System for Letting Prisoners Run Away|publicado=Brazzilmag.com|data=2010-05-31|acessodata=2011-09-06}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL939670-5606,00-ACUSADOS+NA+MORTE+DE+TIM+LOPES+GANHAM+BENEFICIO+DE+REGIME+SEMIABERTO.html|título=Acusados na morte de Tim Lopes ganham benefício de regime semi-aberto|publicado=G1|autor =G1 Rio (with informations from RJTV)|acessodata=2013-07-06|local=[[Rio de Janeiro]]}}</ref> Ambos foram posteriormente recapturados.
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Em 25 de novembro de 2010, o BOPE, apoiado por outras unidades policiais, entrou na Vila Cruzeiro na Penha por meio de transporte blindado da Marinha para vários pontos da favela e assumiu o controle da colina e arredores da Penha. Esta ação foi em resposta a ataques em todo o Rio pela facção criminosa com sede lá.<ref>{{citar jornal| url=https://www.nytimes.com/2010/11/27/world/americas/27brazil.html?partner=rss&emc=rss |obra=The New York Times |primeiro =Myrna |último =Domit |título=Brazil Military Says it Corners Rio Drug Gangs in Slum |data=2011-06-02}}</ref> As unidades policiais militares e civis (que incluíam o [[Coordenadoria de Recursos Especiais|CORE]], Batalhão de Choque, [[Polícia Federal do Brasil|Polícia Federal]], entre outros) assumiram o território da rede de favelas que compõem o Complexo do Alemão com o apoio das Forças Armadas do Brasil.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2010/11/29/world/americas/29brazil.html?_r=1&scp=3&sq=rio%20de%20janeiro&st=cse|título=Brazilian Forces Claim Victory in Gang Haven|autor =Barrionuevo, Alexei|obra=New York Times|data=2010-11-28}}</ref>
 
Durante a [[Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010|crise de segurança do Rio de Janeiro, em 2010]], após o BOPE ter alcançado pontos estratégicos no topo do morro da Vila Cruzeiro por meio de tanques liderados por fuzileiros navais brasileiros, a mídia carioca mostrou imagens aéreas de uma multidão de criminosos correndo freneticamente a pé pelas estradas secundárias que saíam no Complexo do Alemão . Essa foi a mesma rota que o sequestrador de Tim Lopes viajou na mala do carro quando estava sendo transportado da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão.<ref name= rotadefuga >{{citar jornal|url=http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/11/25/a-rota-de-fuga-dos-traficantes-da-vila-cruzeiro-para-complexo-do-alemao-923110808.asp|obra=O Globo|título=A Rota de Fuga dos Traficantes da Vila Cruzeiro para Complexo do Alemão}}</ref>
 
Vários jornalistas brasileiros visitaram essas favelas nos dias após as forças de segurança assumirem o controle e discutiram o que as mudanças significavam.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/12/04/livres-dos-traficantes-moradores-do-alemao-retomam-suas-vidas-923193478.asp|título=Livres dos traficantes moradores do Alemão retomam suas vidas}}</ref> (Durante um período após a morte de Tim Lopes, quando jornalistas entrariam em favelas que abrigam facções criminosas associadas aos traficantes que mataram Lopes, eles às vezes ouviam "vai ter mais Tim, vai ter mais Tim!") Como um aviso insinuando que mais repórteres poderiam ser mortos).<ref name= Soares />
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==Ver também==
* [[Jornalismo investigativo]]
 
{{Notas}}
 
{{Referências}}