Bang Bang (telenovela)
Bang Bang é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo e exibida no horário das 19 horas entre 3 de outubro de 2005 e 21 de abril de 2006, em 173 capítulos, substituindo A Lua Me Disse e sendo substituída por Cobras & Lagartos.[2] Foi a 69ª "novela das sete" exibida pela emissora. Mário Prata desenvolveu a sinopse e escreveu os primeiros 34 capítulos, porém teve que se desligar do projeto por problemas de saúde, passando a autoria para Carlos Lombardi, que deu continuidade na história, escrevendo os demais capítulos posteriores. Teve colaboração de Ana Ferreira, Antonio Prata, Reinaldo Moraes, Chico Mattoso, Filipe Miguez e Márcia Prates, é contou com a direção de Paulo Silvestrini, Cláudio Boeckel, Ary Coslov e Carlo Milani, direção geral de José Luiz Villamarim e núcleo de Ricardo Waddington..[3] A trama foi considerada pela imprensa como um fracasso pela baixa qualidade da história e repercussão pífia.[4][5]
Bang Bang | |
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Nossos Tiros (PT) | |
Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | |
Duração | 45 minutos |
Criador(es) | Mário Prata[nota 1] |
Desenvolvedor(es) | Carlos Lombardi |
Elenco | |
País de origem | ![]() |
Idioma original | português |
Episódios | 173 |
Produção | |
Diretor(es) | José Luiz Villamarim |
Câmera | Multicâmera |
Roteirista(s) | Ana Ferreira Antonio Prata Reinaldo Moraes Chico Mattoso Filipe Miguez Márcia Prates |
Tema de abertura | "Malaguena", The Bambi Molesters (Instrumental) |
Exibição | |
Emissora original | Rede Globo |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Transmissão original | 3 de outubro de 2005 – 21 de abril de 2006 |
Contou com as participações de Bruno Garcia, Fernanda Lima, Mauro Mendonça, Joana Fomm, Giulia Gam, Ney Latorraca, Marisa Orth e Carol Castro.[1]
Produção
Mario Prata concebeu os primeiros esboços de Bang Bang em 1987 enquanto escrevia a novela Helena, na Rede Manchete, onde também pretendia levar ao ar a nova trama.[6] A novela chegou a ser aprovada por José Wilker, diretor de teledramaturgia na época, e teria direção de Luiz Fernando Carvalho, porém Mario acabou não tendo o contrato renovado e o projeto foi engavetado.[7] Em 1990 a novela foi aprovada no SBT para substituir Cortina de Vidro, onde seria dirigida por Walter Avancini e produzida pela Manduri Filmes, sendo que Mario queria como protagonista José Wilker e Giulia Gam – ambos da Rede Globo e que não aceitaram a proposta.[6] A novela, porém, foi cancelada pela crise que se abatia na emissora, que preferiu levar ao ar Brasileiras e Brasileiros, telenovela de baixo custo e que encerraria a produção na teledramaturgia por alguns anos.[6]
Na sequência o autor negociou a obra com a emissora espanhola Antena 3, a qual não avançou.[6] Em 1995, quando foi contratado pela Band, o autor chegou a apresentar o projeto, porém a emissora não aprovou e o direcionou a escrever a telenovela O Campeão.[8] Apenas em 2005 Mario teve a oportunidade de finalmente produzir a telenovela quando apresentou-a aos executivos da Rede Globo e a trama foi aprovada.[9] As gravações das primeiras cenas aconteceram nas zonas desérticas de San Pedro de Atacama, no Chile, que simulou os desertos estadunidenses.[7]
Troca de autor e alterações
Em 13 de outubro, apenas dez dias após o início da trama, Mario Prata precisou deixar a novela devido a um grave problema de saúde, tendo entregue apenas 34 capítulos.[10] Os colaboradores tiveram que finalizar os textos destes capítulos.[11] Em 2 de novembro Carlos Lombardi assumiu o cargo de autor dito como temporariamente.[12] Em dezembro, no entanto, a direção avaliou que Mario não tinha condições físicas de voltar ao trabalho e Carlos teve que seguir escrevendo a trama até o final.[13] A trama, que era pautada no romance e no drama até então, passou a apostar na comédia com o novo autor, mudando drasticamente o rumo dos acontecimentos. Questionado sobre o motivo de alterar a proposta original da obra, Carlos considerou que Bang Bang fugia da realidade do velho oeste original e soava tão falsa, que apenas uma comédia salvaria a situação: "Parece que estamos vendo novela com as pessoas fantasiadas. Se vai manter esse visual, esse figurino, essa proposta falsa do lugar e do tempo que não existe, não dá para ter personagem que não faça comédia".[14]
Carlos – descontente com o trabalho de Mario até então e considerando seus personagens "chatos" ao ponto de não conseguir trabalha-los sem mudar totalmente o perfil – chegou a propor que a história passasse por um terremoto que mataria a maior parte da cidade, avançando vinte anos no tempo, quando os descendentes dos personagens originais dariam sequência na trama, porém a direção recusou a ideia, alegando que isso geraria altos custos de efeitos especiais e problemas para escalar um novo time para o elenco.[13] Carlos planejava matar o protagonista Ben no final da novela, porém desistiu da ideia após interferência da direção.[15] Por conta da baixa audiência, a novela teve a duração dos capítulos reduzida de 60 para 45 minutos e teve três intervalos comerciais a menos que a antecessora pela falta de patrocinadores.[16] Além disso a trama foi encurtada em 30 capítulos.[17]
Escolha do elenco
Fernanda Lima, que havia sido contratada para cobrir a licença-maternidade de Angélica no Vídeo Game, realizou os testes para a protagonista em junho, sendo aprovada para o cargo.[18] Perfeito Fortuna chegou a ser confirmado no papel do dono do circo Nicola, porém o papel acabou passando para Roney Facchini.[19] Guilherme Berenguer deixou o elenco da décima segunda temporada de Malhação a pedido do autor especialmente para interpretar o co-protagonista de Bang Bang.[20] Angelina Muniz foi outro pedido do autor, uma vez que a atriz estava em outros canais nos últimos 15 anos.[21] Para reforçar o elenco, alguns atores foram anexados a trama na reta final, como Murilo Rosa, que interpretava um cowboy atrapalhado interessado na protagonista, e Cláudia Lira, no papel da ex-namorada de Ben.[22] Betty Lago também entrou para interpretar outra personagem real, a fora-da-lei Jane Calamidade. Iran Malfitano entrou para interpretar Mac Mac, que atrapalhava o relacionamento de Penny e Neon. Já Marcos Pasquim entrou no papel do mulherengo Crazy Jake, que se interessava por Mercedita.[23]
Enredo
Em 1861, em pleno velho oeste estadunidense, Paul Bullock (Mauro Mendonça) e John McGold (Tarcísio Meira) eram grandes amigos e sócios na criação de gado em Albuquerque, Novo México, que romperam os laços quando o primeiro queria expandir o rebanho e expulsar os colonos, enquanto o segundo pretendia negociar a compra das terras, sem prejudicar ninguém. Após uma emboscada que culminou no assassinato de todas as famílias colonas, os dois se tornaram inimigos e dividiram as terras conjuntas: os Bullock continuaram como criadores de gado, enquanto os McGold encontraram uma mina de ouro em sua parte, vivendo da exploração do metal. Vinte anos se passaram e, em 1881, o cowboy Ben Silver (Bruno Garcia) retorna a cidade, para vingar o assassinato de seus pais, que eram colonos. Ele se apaixona pela forte Diana (Fernanda Lima) – que se distingue das demais moças por preferir calças à longos vestidos, além de ser uma exímia atiradora e montadora –, embora o romance seja conturbado por ela ser filha de Paul, colocando em prova os planos originais do rapaz. Além disso, Ben se torna alvo do interesse da ardilosa e sensual Mercedita (Carol Castro), filha dos mexicanos Violeta (Angelina Muniz) e Javier (Genézio de Barros), disposta a tudo para afastar a rival usando todos seus dotes.
Paul é pai de Diana, seu maior orgulho, e de Neon (Guilherme Berenguer), rapaz que enviou para a cidade grande estudar agronomia, mas que voltou formado em artes e cheio de ideias progressistas para seu desespero. Ele vive um amor proibido com Penny (Alinne Moraes), neta dos do falecido John e Miriam McGold (Joana Fomm), uma mulher forte que ajuda os pobres e vive grudada com sua carabina. Os McGold tiveram duas filhas: Úrsula (Marisa Orth) é uma beata conservadora, defensora da moral e dos bons costumes, casada com o cientista atrapalhado Aquarius (Ney Latorraca) e mãe de Penny; já Dorothy (Cris Bonna) foi atingida na batalha vinte anos antes e vive em coma desde então, o que fez com o que o marido, Dong Dong (Jairo Mattos) se tornasse um homem infeliz e alcóolatra, que delegou para a cunhada a criação da filha, Catty (Fernanda de Freitas), moça cínica que se tornou a imagem escarrada da tia, embora seja também apaixonada por Neon e arma todas para separá-lo da prima. Para impedir o amor de Penny e Neon, Paul contratada a prostituta Yoko (Daniele Suzuki) para atrapalhar a relação custe o que custar, embora ela viva um apimentado romance com o médico Harold (Ricardo Tozzi). A fazendeiro também faz de tudo para que Diana case-se com seu contador, o golpista Jeff (Guilherme Fontes).
Com a construção da linha de trem, a inescrupulosa meretriz Vegas Locomotiv (Giulia Gam) chega a Albuquerque para abrir um saloon, acompanhada de das dançarinas de can-can Elga (Tatiana Monteiro) e Marilyn (Babi Xavier), além da sobrinha Brenda (Ariela Massoti). Na cidade ainda moram os famosos fora-da-lei Billy the Kid (Evandro Mesquita) e Jesse James (Kadu Moliterno), que todos acreditam que morreram e vivem disfarçados de mulheres como se fossem as irmãs Henaide e Denaine, donas do Hotel Senior, local onde trabalha a cozinheira brasileira Baiana (Thalma de Freitas). Elas são vizinhas da barbearia de Clayton (Sidney Magal), que no passado era o justiceiro Cavaleiro Solitário junto com seu amigo, o índio Tonto (Eliezer Motta), porém ambos já se aposentaram e agora apenas lidam com as pilantrices da mãe do barbeiro, a cartomante Dona Zorra (Nair Bello). Na cidade ainda se instala o Gran Circo Fellini, comandado pelo acrobata Nicola (Roney Facchini) e pelo mágico Zoltar (Rodrigo Lombardi), que esbarra novamente em Marilyn, mulher que largou no passado e fugiu com a filha recém-nascida deles, a doce Thabata (Mauren Mcgee) – que passa a ser disputada por Pablito (Humberto Carrão) e Fred Bike-Boy (Raphael Rodrigues) – tentando esconder da ex a verdadeira identidade da garota.
Elenco
Ator/Atriz | Personagem |
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Bruno Garcia | Benjamin Silver (Ben) |
Fernanda Lima | Diana Bullock |
Carol Castro | Mercedita Bolívar |
Alinne Moraes | Penny McGold Lane |
Guilherme Berenguer | Neon Bullock |
Mauro Mendonça | Paul Jonathan Bullock |
Giulia Gam | Molly Flanders (Vegas Locomotiv) |
Fernanda de Freitas | Catty McGold Evans |
Daniele Suzuki | Yoko Bell |
Ricardo Tozzi | Dr. Harold Phinter (Lobo) |
Guilherme Fontes | Jeff Wall Street |
Joana Fomm | Miriam Viridiana McGold |
Marisa Orth | Ursula McGold Lane |
Ney Latorraca | Aquarius Lane |
Marco Ricca | Xerife Edgard Stuart / Patrik Gogol |
Babi Xavier | Marilyn Corroy |
Rodrigo Lombardi | Constantino Zoltar |
Cris Bonna | Dorothy McGold Evans |
Jairo Mattos | Donald Evans (Dong Dong) |
Angelina Muniz | Violeta Bolívar |
Genézio de Barros | Javier Bolívar |
Evandro Mesquita | Billy the Kid / Henaide Johnson |
Kadu Moliterno | Jesse James / Denaide Johnson |
Sidney Magal | Clayton Lake / Zorro |
Nair Bello | Leona Lake (Dona Zorra) |
Eliezer Motta | Tonto Comanche |
Roney Facchini | Nicola Felinni |
Humberto Carrão | Pablito Bolívar |
Mauren Mcgee | Thabata Corroy |
Raphael Rodrigues | Frederic Smith (Fred Bike-Boy) |
Ariela Massoti | Brenda Lee Flanders |
Paulo Miklos | Kid Cadillac |
Tatiana Monteiro | Elga Andersen |
Roumer Calhães | Absurd Boy |
Anderson Lau | Sheng Leng Junior |
Renato Borghi | Dom Ernest |
Thalma de Freitas | Regina da Silva (Baiana) |
Felipe Cardoso | Don |
Cosme dos Santos | Rush |
Renato Consorte | Padre Jeremy Hacker |
Maria Helena Velasco | Mãe Bizerra |
Luiz Melodia | Sam Smith |
Sônia Siqueira | Zulma Smith |
Rui Rezende | Jack Label |
Participações especiais
Ator/Atriz | Personagem |
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Tarcísio Meira | John McGold |
Betty Lago | Jane Calamidade |
Marcos Pasquim | Crazy Jake |
Murilo Rosa | Josh Lucas |
Iran Malfitano | Mac Mac |
Cláudia Lira | Diva |
Jece Valadão | Joe Wayne |
Carlos Bonow | Hector |
Carla Marins | Alba |
Andréa Buzato | Ingrid Stuart |
André Bankoff | Peter Benett (Pete) |
Ernani Moraes | Frank Black Heart |
Roberta Gualda | Polly |
Zé Carlos Machado | Armstrong |
Luciana Braga | Viúva Clark |
Bianca Byington | Viúva Jones |
Luca de Castro | Campino |
Fábio Lago | Tim Jones |
Fernanda Rodrigues | Daisy |
Alice Borges | Irmã Socorro |
Ida Gomes | Irmã Encarnación |
Cláudia Borioni | Madre Superiora |
Flávia Monteiro | Samanta |
Grace Gianoukas | Esmeralda |
Julio Rocha | Baby Face |
Joana Limaverde | Lana |
Dan Nakagawa | Lee Bell |
Mário Gomes | Xerife Greg Taylor |
Alexandre Zacchia | Fidel |
Andréa Leal | Anastácia |
Carl Schumacher | Coppola |
Castro Gonzaga | Dr. Freud |
Dary Reis | Bandido |
Ted Boy Marino | Bandido |
Eduardo Dussek | Rick Von Kristoff |
Elias Gleizer | Bispo |
Eucir de Souza | Fox |
Miguel Nader | Dragon / Pike |
Fábio Herford | Washington |
Guilherme Piva | Ricky / Smith |
Juliana Guimarães | Fiona |
Larissa Bracher | Jéssica |
Leona Cavalli | Pistoleira |
Leonardo Neto | Jack Seca Cangote |
Lionel Fischer | Philip |
Luca de Castro | Juiz Benedict |
Licurgo Spínola | Xerife Jordan |
Alexandre Schumacher | Policial |
Maria Regina | Dona do Rancho Sodoma |
Matheus Aguiar | Jack Jone |
Miguelito Acosta | Puro Osso |
Nica Bonfim | Mamma Jack |
Paulo Vespúcio | Hunter |
Ricardo Duque | Bob |
Ricardo Pavão | D. Pedro II |
Sílvia Nobre | Pena Levinha |
William Vita | Johnny Carniceiro |
Zeli Oliveira | Nalda |
Trilha sonora
Bang Bang | |
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Trilha sonora de Vários intérpretes | |
Lançamento | 20 de outubro de 2005 |
Gênero(s) | |
Formato(s) | CD |
Gravadora(s) | Som Livre |
A trilha sonora reuniu canções em português e inglês, trazendo Fernanda Lima ilustrando a capa do álbum.[24] O rapper Black Alien compôs a faixa "Coração do Meu Mundo" especialmente para Fernanda.[25]
- Lista de faixas
N.º | Título | Música | Personagem tema | Duração | |
---|---|---|---|---|---|
1. | "Last Ride" | The Bambi Molesters | Geral | 3:43 | |
2. | "De Perto" | Paralamas do Sucesso | Ben e Diana | 3:25 | |
3. | "Nós Dois" | Luiz Melodia | Javier e Violeta / Aquarius e Úrsula | 3:31 | |
4. | "Canção Agalopada" | Zé Ramalho | Ben | 3:16 | |
5. | "Balada do Céu Negro" | Zeca Baleiro | Mercedita | 3:42 | |
6. | "Tempos de Cowboy" | Blitz | Denaide e Henaide | 3:20 | |
7. | "Coração do Meu Mundo" | Black Alien | Diana | 3:47 | |
8. | "Os Dois No Ar" | Paulo Miklos | Penny e Neon | 3:45 | |
9. | "Não Resisto a Nós Dois" | Wanessa Camargo | Ben e Diana | 3:45 | |
10. | "Big Blue Sea" | Bob Schneider | Harold e Yoko | 3:20 | |
11. | "Love Me Tender" | The Originals | Catty | 3:24 | |
12. | "Quem, Além de Você?" | Leoni | Penny e Neon | 3:15 | |
13. | "I've Been Thinking" | Supla | Vegas Locomotive | 3:31 | |
14. | "Malaguena" | The Bambi Molesters | Abertura | 3:38 |
Recepção da crítica
Bang Bang recebeu críticas massivamente negativas dos profissionais especializados. Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, disse que a novela era "tosca", com uma cenografia que parecia de brincadeira e tinha uma abordagem não-realista, uma vez que o autor poupava até os bandidos da morte para não chocar o público, contrastando com a verdade do velho oeste, acrescentando ainda que a novela destoava dos bons trabalhos que a emissora fazia naquele momento.[26] Dolores Orosco, da revista Isto É, declarou que a novela tinha tudo para dar certo, mas pecou ao apostar em uma protagonista sem experiência e na falta de humor inteligente, chamando a história de fiasco e fazendo uma analogia de que era uma "bala perdida" que não atingiu o público.[27] Ricardo Valladares, da revista Veja, chamou a novela de "um dos maiores micos já exibidos", alegando que "a mistura de faroeste com gírias cariocas é ridícula, os protagonistas são fracos e sua trama – bem, ter uma trama já seria bom".[28] O jornalista ainda questionou o motivo da emissora manter a novela "que já nasceu condenada" no ar, fazendo uma comparação com as produções internacionais, que são canceladas drasticamente em busca de um resultado melhor, e alegando que a própria emissora já tinha cortado pela metade As Filhas da Mãe quatro anos antes, finalizando dizendo que "qualquer coisa continua sendo melhor do que assistir a Bang Bang".[28]
Taíssa Stivanin, do jornal Estadão, avaliou que a novela era politicamente correta demais para abordar o violento velho oeste, dizendo também que o humor era "sem graça" e "patético" por misturar a temática com gírias cariocas.[29] Nilson Xavier, do portal UOL, declarou que a novela era confusa e que não tinha uma história, avaliando que as as piadas com referências aos anos 1960 eram sem graça e o ritmo da trama era lento.[30] Alberto Rocha, do Pure Break, disse que "absolutamente nada" deu certo na novela.[31] O portal Mini Lua disse que a trama era confusa e as piadas de velho oeste soavam sem graça, tornando-a um fiasco.[32]
Audiência
A estreia da novela teve média de 37 pontos e 57% de participação, representando cinco pontos a mais que a estreia da antecessora, A Lua Me Disse.[33] No final da primeira semana a novela já marcava apenas 31 pontos e, na semana seguinte, acumulava 29.[34][35] A queda coincidiu com a reta final de Essas Mulheres, na RecordTV, que marcava chegava a marcar entre 12 e 14 pontos, distante ainda de Bang Bang, mas numa época onde dois dígitos eram raros fora da Globo.[36] Com a estreia de Prova de Amor, também na RecordTV, a situação de Bang Bang se agravou, sendo que em 23 de novembro chegou a marcar 21 pontos contra 18 da concorrente, apenas três de diferença.[37] Em 18 de janeiro de 2006 a trama da RecordTV bateu 25 pontos e atingiu o primeiro lugar.[38] Bang Bang chegou a ser a menor audiência de novelas da emissora, perdendo para a "novela das seis" Alma Gêmea e para as décima segunda e décima terceira temporada de Malhação, que permaneceram acima dos 30 pontos.[39]
Em seu último capítulo, a novela surpreendeu ao marcar 34 pontos.[40] Bang Bang teve média geral de 27 pontos, considerada muito baixa para o horário, uma vez que a meta era de 35 pontos, sendo a pior audiência no horário das 19 horas até então e a segunda pior da década de 2000, superior apenas a Três Irmãs de Antônio Calmon, com 24 pontos.[41][42]
Controvérsias
Referendo contra as armas
A emissora recebeu diversas críticas por colocar no ar uma telenovela sobre armas e violência exatamente na época em que se votava o referendo sobre a proibição de armas de fogo no Brasil, o que gerou controvérsias tanto nos votantes positivos, que consideraram que a trama suavizava e tornava "legal" o uso de armas, quanto pelos votantes negativos, que alegavam que a história induzia as pessoas a pensarem que havia muita violência até na televisão.[43] A reação negativa do público gerou um desconforto dentro da emissora, uma vez que boa parte dos atores havia feito campanha pelo desarmamento e não queria ser associado a uma possível glamorização da violência.[43] A emissora recebeu cerca de 10 mil reclamações antes mesmo da novela ir ao ar e a Frente Parlamentar tentou tirar a trama do ar.[43]
Atuação de Fernanda Lima
Fernanda Lima foi intensamente criticada pela imprensa e pelo público por sua atuação, classificada como "duvidosa" e "fraca" para ter incorporado uma protagonista logo em sua estreia. A jornalista Mariana Kalil, da revista Isto É Gente, publicou uma reportagem intitulada O Fracasso de Fernanda Lima, na qual diz que a falta de experiência da modelo fez com que ela não convencesse como atriz, classificada como uma "atuação sofrível", atribuindo a ela o fracasso da trama.[17] Taíssa Stivanin, do jornal Estadão, disse que Fernanda precisava melhorar ainda para atuar tão mau quanto Ricardo Macchi como o Cigano Igor de Explode Coração – que igualmente foi criticado pela atuação.[29] O ator Lima Duarte também criticou a atuação de Fernanda, alegando que colocaram-a como protagonista apenas por ser bonita e que ela não tinha talento real para o cargo: "Colocaram a moça [Fernanda Lima], disseram que era bonita. Aí teve de ser atriz e ficou ruim para ela".[44] Para o ator, a única função para atores que são escolhidos pela beleza mesmo sem ter talento era atrair o público pela estética e que isso não deveria ser permitido em uma profissão onde muitos profissionais competentes ficam de fora da televisão por não se enquadrarem nos padrões.[45] A emissora chegou a cogitar afastar a atriz da novela na ocasião.[46]
Apenas anos depois a atriz se pronunciou, dizendo que ficou extremamente magoada com as críticas em Bang Bang e, futuramente, em Pé na Jaca, e que não retornaria as novelas mais: "Não tinha técnica nenhuma, sofri muito, me entreguei de corpo e alma, mas as coisas não andavam. Chegava em casa deprimida. Não faço mais".[47]
Reclamação dos atores e outros problemas
Bang Bang passou por vários percursos durante sua exibição, como a reclamação dos atores de que os roteiros estavam sendo entregues com muito atraso.[48] Em março de 2006 Danielle Suzuki revelou em entrevista ao UOL que, em uma das ocasiões, recebeu os textos às 3h30 para gravar a cena às 8h.[48] Marco Ricca pediu para sair da novela, descontente com a pouca importância de seu personagem, que acabou sendo assassinado para poder acatar seu pedido.[1] Pela repercussão negativa da temática com o público, a Playmobil desistiu de lançar uma linha faoreste dos bonecos, temendo que fosse relacionada à novela e atrapalhasse as vendas.[49]
Notas
- ↑ O autor desenvolveu a sinopse e escreveu os primeiros 34 capítulos, porém teve que desligar-se da trama por problemas de saúde, passando a autoria para Carlos Lombardi, que escreveu os demais capítulos.
Referências
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