Bernardo Vieira de Melo
Bernardo Vieira de Melo (Muribeca, 1658 — Lisboa, 1714) foi um sertanista e administrador do Brasil colonial.[1]
Bernardo Vieira de Melo | |
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Nascimento | 1658 |
Morte | 1718 |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | sertanistas |
Biografia
editarNascido na freguesia de Muribeca, hoje município de Jaboatão dos Guararapes (Pernambuco) em 1658, era filho do Capitão de Ordenança, fidalgo cavalheiro da Casa Real, Bernardo Vieira de Melo e de Maria Camelo de Melo, e neto de António Vieira de Melo que desembarcou em Pernambuco, vindo de Portugal, em 1654, pouco depois da invasão holandesa. Foi casado com dona Maria de Barros não tendo filhos e em segunda núpcias com Catarina Leitão, filha do capitão Gonçalo Leitão Arnoso, com quem teve quatro filhos.[1] Era irmão mais velho do Capitão Antônio Vieira de Melo, conhecido sertanista. [2]
Bernardo Vieira de Melo foi militar desde 1675 e recebeu patente de capitão-mor de Igarassu em 17 de novembro de 1691. Nessa época, auxiliou o capitão Fernão Carrilho na guerra do Quilombo dos Palmares, onde teve atuação destacada, combatendo gueguês e jacurus. Na Serra da Barriga - Palmares, socorrendo o sargento-mor da tropa alagoana Sebastião Dias Manelli, e agindo de acordo com Domingos Jorge Velho, provocou enorme matança de mais de quatrocentos negros prisioneiros. [1]
Por reconhecimento de sua atuação em Palmares foi nomeado Governador do Rio Grande do Norte em 8 de janeiro de 1695, tendo sido o grande responsável pela pacificação da região ao combater os índios Janduís no sertão do Rio Grande do Norte. De regresso a Pernambuco, em 25 de setembro de 1709 foi nomeado sargento-mor do Terço da Linha do Recife.[1]
Tomou parte ativa na luta de classes entre a nobreza de Olinda e a burguesia do Recife, defendendo a aristocracia pernambucana da qual fazia parte. Aconteceu que em 10 de novembro de 1710, revoltados com as concessões dadas pelo reino de Portugal aos recifenses (Carta Régia que elevou o Recife à condição de vila e a autorização para instalação de um Pelourinho dada pelo governador de Pernambuco), os olindenses sublevaram-se, eclodindo a que ficou conhecida como Guerra dos Mascates. Após destituírem o governador, que fugiu para Salvador, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito de República do Brasil no Senado da Câmara de Olinda, onde exercia a função de vereador. Pregou o rompimento com Portugal e, se necessário fosse, aliança com os franceses. Derrotado o movimento republicano, Bernardo Vieira de Melo foi condenado por crime de lesa-majestade e inconfidente. Juntamente com outros parentes e companheiros, derrotados nessa Guerra dos Mascates, entregou-se em 1712 e foi recolhido inicialmente ao Forte de São João Batista do Brum, no Recife, e em seguida é embarcado para Lisboa juntamente com o alferes tenente André Vieira de Melo - seu filho primogênito, também prisioneiro.
Numa noite fria, a 10 de janeiro de 1714, acendeu em sua cela na Cadeia do Limoeiro (Lisboa) um fogareiro de carvão, tendo falecido vítima da intoxicação por gás carbônico.[1]
Foi sepultado no Mosteiro do Carmo na capital do Reino. O alferes André morreu um ano depois, ainda prisioneiro, de ataque cardíaco, contando com 46 anos de idade.
Dá nome à principal avenida do bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Deu nome, também, a uma das avenidas mais importantes e movimentadas de Natal, capital do Rio Grande do Norte (que a partir de 14 de abril de 2021 passou a se chamar Nevaldo Rocha, em homenagem ao empresário potiguar, conforme Lei Municipal Nº 7.137/2021).[3] O hino do estado de Pernambuco traz orgulhosamente na letra, menção ao seu feito, ao afirmar que "a república é filha de Olinda".
Precedido por — |
Governador do Rio Grande do Norte 1697 — 1701 |
Sucedido por Antônio de Carvalho e Almeida |
Referências
- ↑ a b c d e Virginia Barbosa. «Bernardo Vieira de Melo». Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 16 de maio de 2020. Cópia arquivada em 16 de maio de 2020
- ↑ DA FONSECA, Antônio José Victoriano Borges (1925). Nobiliarchia Pernambucana Vol 1. [S.l.]: Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro, 1935
- ↑ Prefeitura do Natal. «Diário Oficial do Município» (PDF). LEI Nº 7.137 DE 14 DE ABRIL DE 2021. Consultado em 16 de abril de 2021