Caboclinhos
Caboclinhos é uma dança folclórica executada durante o Carnaval em Pernambuco por grupos fantasiados de índios que, com vistosos cocares, adornos de pena na cinta e nos tornozelos, colares, representam cenas de caça e combate.[1]
Caboclinhos | |
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Encontro de Caboclinhos
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Categoria: | Formas de expressão |
Órgão: | IPHAN
Capital dos Caboclinhos =Goiana |
História
editarHistoricamente, os caboclinhos têm relação com o culto da Jurema, árvore que produz um chá considerado sagrado pelos caboclos[2]. Nativa do Brasil, de caule tortuoso, suas folhas, raízes e casca servem para uso medicinal e para o preparo de uma bebida que, nos cultos indígenas e caboclos, integra o ritual da Jurema Sagrada. Os componentes de um grupo de caboclinhos que vivenciam a religiosidade indígena não desfilam no carnaval sem antes tomar a bebida de Jurema.[3]
Inicialmente, os integrantes de caboclinhos eram apenas homens, que durante o carnaval passavam de três a quatro dias fora de casa.Goiana a capital dos caboclinhos
Personagens
editarOs personagens do caboclinhos são:
Fantasias
editarSuas fantasias eram confeccionadas com fibras de agave (sisal), penas de peru e de pato. Depois começaram a usar penas de pavão, de ema e plumas, exibindo um visual mais rico. Alguns materiais tradicionais ainda são utilizados atualmente nas fantasias e nos instrumentos, principalmente o cipó, a madeira de jenipapo e o bambu.
A fantasia básica das mulheres é composta de vistosas tangas e sutiãs bordados, cocares ou leques, munhecas para os pulsos e atacas para os tornozelos.
Para os homens é a tanga, o peitoral, munhecas e atacas, cocar ou leque. Também usam como adorno machadinhas de madeira e pequenas cabaças amarradas no cipó aos braços ou na cintura.[5]
Instrumentos musicais e danças
editarOs instrumentos musicais são o violão apito, duas maracas de zinco ou flandre e um surdo (bombo) de zinco coberto com couro de bode em ambos os lados[6].
As preacas são instrumentos de marcação em forma de arco e flecha, produzindo um som seco, em harmonia com o surdo, também o apito para os caboclos de frente, que puxam o cordão, tanto dos homens como das mulheres.
Os ritmos são guerra e baião, sendo o primeiro mais lento.
A dança é forte e rápida, exigindo destreza e desenvoltura dos participantes. Há passos em que se dança agachado, baixando-se e levantando-se rapidamente e ao mesmo tempo rodopiando, apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares, exigindo muita resistência física.