Gibi (revista em quadrinhos)
Gibi, originalmente, foi o título de uma em revista em quadrinhos brasileira lançada em 1939, publicada pelo grupo Globo. O termo gibi significava "moleque" ou "negrinho", porém, com sua popularização, tornou-se sinônimo de "revista em quadrinhos" no Brasil (tambem conhecido como "revista de banda desenhada" em Portugal)[1]. Esse fenômeno gramatical é conhecido por metonímia.
A revista tinha formato em tabloide, eram reproduzidas em papel jornal, com 32 páginas e custavam 300 réis. A primeira série da revista foi até o número 1739, em 31 de maio de 1950.[2]
História
editarAdolfo Aizen visitou os Estados Unidos em 1931 e voltou com a ideia de implementar suplementos infantis no jornal O Globo. Inicialmente, seu projeto foi recusado. O empresário Roberto Marinho avaliou que a ideia era de alto risco financeiro. Aizen então buscou outra parceria e, em 1934, lançou o Suplemento Infantil pela editora do jornal A Nação. As vendas do jornal triplicavam nos dias de veiculação do caderno especial de Aizen.[3]
O Grupo Globo criou em 1937 O Globo Juvenil.[4] Dois anos depois, em 12 de abril de 1939, a revista Gibi foi lançada com o intuito de rivalizar com outras revistas da editora criada por Adolfo Aizen, O Guri e a Mirim. Roberto Marinho assinou um contrato de exclusividade com a King Features Syndicate e os quadrinhos que antes saíam no suplemento da concorrência migraram para as publicações do grupo Globo.[5]
O sucesso de vendas e o preço baixo fez com que a revista tivesse três edições por dia e ganhasse uma revista variante, chamada Gibi Mensal.
A primeira série da revista, a Gibi, foi até o número 1739, em 31 de maio de 1950.
A Gibi Mensal circulou de 1941 a 1963, com 271 números; e a Gibi Semanal, de 1974 a 1975, com 40 edições. Em 1975 foi lançado o Gibi Especial que teve 8 números. O Almanaque do Gibi Nostalgia durou 6 edições entre 1975 e 1977. Uma coletânea foi criada em 1980, em Gibi de Ouro – Os Clássicos dos Quadrinhos, com 6 edições.
Em outubro de 1993, a Editora Globo lançou outra revista com um título homônimo. A editora publicava periodicamente alguma revista com o título para não perder os direitos sobre ele.[6]
Características
editarO Gibi teve originalmente em suas páginas tiras diárias e pranchas dominicais.[7] Eram revistas de coletâneas contendo Charlie Chan, Brucutu, Ferdinando (Família Buscapé)[8] e vários outros personagens das histórias em quadrinhos.
Embora o foco fosse as histórias em quadrinhos, a revista dedicava algumas páginas para contos, curiosidades, fatos históricos e pequenas reportagens. Todo o conteúdo da revista era de personagens e autores norte-americanos, agenciados e distribuídos por sindicatos que detinham os direitos de licenciamento.[9]
Ver também
editarReferências
editar- Notas
- ↑ Marcelo Naranjo. «Gibi Semanal». Universo HQ. Consultado em 12 de maio de 2010
- ↑ «1939 – Gibi». Nanquim. 17 de setembro de 2009. Consultado em 5 de novembro de 2009
- ↑ «Gibi, 85 anos: a história da revista de nome racista que se transformou em sinônimo de HQ no Brasil». BBC. 17 de setembro de 2009. Consultado em 5 de novembro de 2009
- ↑ Sidney Gusman. «A Guerra dos Gibis». Universo HQ. Consultado em 12 de maio de 2010
- ↑ «Sinônimo de quadrinhos, revista 'Gibi' surgiu há 80 anos». O Globo. Consultado em 12 de maio de 2010
- ↑ Thiago Rique. «Gibi 1 - O Casamento do Fantasma». Universo HQ. Consultado em 12 de maio de 2010
- ↑ Nobu Chinen. «Um Almanaque que não está mais no Gibi». Universo HQ
- ↑ Alex Medeiros (17 de setembro de 2009). «75 anos de Ferdinando». Jornal de Hoje. Consultado em 5 de novembro de 2009
- ↑ «Gibi, 85 anos: a história da revista de nome racista que se transformou em sinônimo de HQ no Brasil». BBC. 17 de setembro de 2009. Consultado em 5 de novembro de 2009
- Web
Bibliografia
editar- Gonçalo Júnior (2004). A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964. [S.l.]: Companhia das Letras. ISBN 8535905820
Ligações externas
editar- «Gibi». no site Memória Marinho