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Rosa canina – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rosa canina

espécie de plantas

Rosa canina, comummente conhecida como silva-macha,[1] é uma espécie de planta com flor, de forma arbustiva, pertencente à família das rosáceas e ao tipo fisionómico dos nanofanerófitos.[2][3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRosa canina
Flores da Rosa canina.
Flores da Rosa canina.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Angiospermae
Clado: eudicotiledóneas
Clado: rosídeas
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Género: Rosa
Espécie: R. canina
Nome binomial
Rosa canina
L.
Ilustração mostrando vários aspetos da planta

Nomes comuns

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Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: rosa-canina[4] (com as variantes roseira-canina,[2] rosa-de-cão[2] e roseira-de-cão[2]); rosa-brava[2] (com a variante roseira-brava[2]); roseira-silvestre,[2] mosqueta[5] e silvão.[6]

Descrição

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Trata-se de um arbusto de folha caduca, cujas dimensões podem variar entre 1 e 5 metros de altura.[7] Dispõe de ramos verdosos e fortes, arqueados ou erectos, oiriçados de espinhos chamados acúleos.[8]

As folhas são pinadas, amiúde têm 1 ou 2 acúleos subestipulares, e são compostas com cinco a sete folíolos de margens serradas.[8] Os folíolos, por sua vez, têm um formato ovado-lanceolado e uma base arredondada.[3] O pecíolo tanto pode ter penugem, como ser glabro, estando, por vezes dotado de pequenos acúleos que se estendem pelo ráquis e pela nervura central.[9]

As flores são grandes, medindo entre 4-6 cm de diâmetro, e contam com cinco pétalas, de cor branca ou rosa.[8] As flores podem ser solitárias ou agrupar-se em conjuntos de 2 a 5 e exalam um odor almiscarado.[9] As brácteas são são ovado-lanceoladas e caducam antes da úrnula amadurecer, sendo por vezes substituídas por uma estípula ou folha com 1 a 3 folíolos.[9] A úrnula é esférica ou elipsoidal, costuma ser lisa na superfície, só muito raramente aparece com acúleos, podendo, por vezes, mostrar-se mais carnosa do que lisa.[3] Costuma ter uma coloração próxima do vermelho escuro.[9] As sépalas são lanceoladas, pelosas na face interna e na margem, mas glabras na face externa, caducando antes da flor amadurecer. [9]

Esta planta floresce na Primavera, de Abril a Junho.[2]

Produz um fruto macio, comummente designado cinarrodo,[8] de formato oval ou elíptico, com 1,5 a 2 cm de comprimento, e uma coloração entre o vermelho e o alaranjado.

É uma espécie muito polimórfica, reunindo um vasto rol de formas hibridógenas que se caracterizam pela sua reprodução sexual atípica, em que se formam sempre gametas masculinos com 7 cromossomas.[9]

Distribuição

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Encontra-se na maior parte da Europa, no Cáucaso, na Ásia Central e no Próximo Oriente até Afeganistão e Paquistão. Está presente no Noroeste africano e na Macaronésia.[2]

Foi naturalizada na América do Norte, no Chile e no Sul da Austrália.[9]

Portugal

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Trata-se de uma espécie presente no território português, mais concretamente, em todas as zonas de Portugal Continental.[2]

Em termos de naturalidade, é autóctone dessas regiões.

Ecologia

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Trata-se de uma espécie ruderal, que medra tanto em bosques e matas, como nas orlas de caminhos.[2]

Protecção

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Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Esta espécie, nativa da região mediterrânica era muito apreciada pelos romanos, que as usavam para exornar os seus jardins, incluindo nas villae romanas na Lusitânia.[8]

Com efeito, a silva-macha era um motivo botânico comum na arte romana, figurando nas pinturas de murais dos jardins de Pompeia[10] e nos mosaicos da villa romana do Rabaçal.[8]

As rosas-de-cão eram usadas para fazer grinaldas e para fazer perfumes durante a Antiguidade Clássica, na orla Mediterrânea.[8] Historicamente, os seus frutos - denominados cinarrodo- eram usado para confeccionar geleias,[9] com efeito, hodiernamente, na Bulgária, ainda são aproveitados para fazer vinho doce e chá.

O cultivar Rosa canina assisiensis é o único sem espinhos. Os frutos são usadas como aromatizante na cockta, uma bebida não-alcoólica eslovena.

Farmacologia

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A planta tem teor elevado em alguns antioxidantes. O fruto - chamado cinarrodo[7] - é conhecida pelo seu alto nível de vitamina C e utilizado para fazer xarope, chá e marmelada.

Na medicina tradicional austríaca, utilizam-se para produzir uma infusão destinada ao tratamento de infeções virais e doenças dos rins e do trato urinário.

Folclore

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No folclore português, a silva-macha ou silvão esteve historicamente associada a práticas mágicas, às mãos de benzedores, para operar curas mágicas sobre os enfermos.[11]

Com efeito, o Livro V das Ordenações Manuelinas, em 1514, cominava o uso do silvão em fervedouros, benzeduras e ensalmos de teurgia ou magia branca, sob pena de açoites públicos e multa até três mil reais.[11]

Galeria de imagens

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Referências

  1. Infopédia. «silva-macha | Definição ou significado de silva-macha no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 21 de dezembro de 2021 
  2. a b c d e f g h i j k «Rosa_canina». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  3. a b c «Rosacanina| Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 16 de outubro de 2021 
  4. Infopédia. «rosa-canina | Definição ou significado de rosa-canina no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 21 de dezembro de 2021 
  5. Infopédia. «mosqueta | Definição ou significado de mosqueta no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 21 de dezembro de 2021 
  6. Infopédia. «silvão | Definição ou significado de silvão no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 21 de dezembro de 2021 
  7. a b Mouga, Teresa (1996). Motivos botânicos nos Mosaicos da Villa Romana do Rabaçal (PDF). Conimbriga: Universidade de Coimbra. p. 11 
  8. a b c d e f g Mouga, Teresa (1996). Motivos botânicos nos Mosaicos da Villa Romana do Rabaçal (PDF). Conimbriga: Universidade de Coimbra. p. 11 
  9. a b c d e f g h Castroviejo, S. (1986–2012). «Rosa canina» (PDF). Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid. p. 165-167. Consultado em 17 de março de 2020 
  10. Jashemski, Wilhelmina Feemster (1979). The Gardens of Pompeii: Herculaneum and the Villas Destroyed by Vesuvius. Ann Arbor, Michigan, USA: Caratzas Bros. ISBN 9780892410965 
  11. a b Gandra, Manuel J. (2018). Magia na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. Mafra: Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica-Cesdies. p. 21 

Leitura complementar

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Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Rosa canina
  • «Flora Europaea: Rosa canina» 
  • Blamey, M. & Grey-Wilson, C. (1989). Flora of Britain and Northern Europe. Hodder & Stoughton. ISBN 0-340-40170-2.
  • Vedel, H. & Lange, J. (1960). Trees and bushes. Metheun, London.
  • Graham G.S. & Primavesi A.L. (1993). Roses of Great Britain and Ireland. B.S.B.I. Handbook No. 7. Botanical Society of the British Isles, London.