(Translated by https://www.hiragana.jp/)
Década de 1980 – Wikipédia, a enciclopédia livre Saltar para o conteúdo

Década de 1980

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de 1980s)

Conforme padronização da norma internacional para representação de data e hora da Organização Internacional de Padronização (ISO), a década de 1980, também referida como década de 80 ou ainda anos 80, compreende o período de tempo entre 1 de janeiro de 1980 e 31 de dezembro de 1989.[1][2]

SÉCULOS: Século XIXSéculo XXSéculo XXI
DÉCADAS: 19301940195019601970198019902000201020202030
ANOS: 19801981198219831984198519861987198819891990
Da esquerda, no sentido horário: O primeiro ônibus espacial, Columbia, decola em 1981; O presidente americano Ronald Reagan e o presidente soviético Mikhail Gorbachov diminuem as tensões entre as duas superpotências, levando ao fim da Guerra Fria; A queda do Muro de Berlim em 1989 é considerada um dos eventos mais importantes da década de 1980; Em 1981, o IBM Personal Computer é lançado; Em 1985, o concerto Live Aid é realizado para financiar os esforços de ajuda no combate à fome na Etiópia durante o período em que Mengistu Haile Mariam governou o país; Ucrânia e grande parte da Europa são cobertas com detritos radioativos do desastre de Chernobyl, em abril de 1986; A Guerra Irã-Iraque leva a mais de um milhão de mortos e US$ 1 trilhão gastos.

Acontecimentos mundiais

[editar | editar código-fonte]

Foi um período bastante marcante para a história do século XX segundo o ponto de vista dos acontecimentos políticos e sociais: é eventualmente considerada como o fim da idade industrial e início da idade da informação, sendo chamada por muitos como a década perdida para a América Latina.

Guerras internacionais

[editar | editar código-fonte]
Um grupo de Spetsnaz (forças especiais russas) se preparando antes de partir em uma missão no Afeganistão, 1988.

Nas guerras mais notáveis da época incluem-se;

Guerras civis e de guerrilha

[editar | editar código-fonte]

Os conflitos internos mais notáveis nesta década foram:

Os golpes de estado mais proeminentes da década incluem:

Ameaças nucleares

[editar | editar código-fonte]
  • Operação Ópera - em 1981 um ataque aéreo surpresa israelita destruiu um reactor nuclear iraquiano em construção, em Osirak. A inteligência militar de Israel assumiu que este teria o propósito de produzir plutónio no programa de armas nucleares do Iraque. Os serviços secretos de Israel também acreditavam que o verão de 1981 seria a sua última hipótese de destruir o reactor antes de ele ser carregado com combustível nuclear.
  • A decisão do Presidente Ronald Reagan de estacionar misseis nucleares de médio alcance na Europa Ocidental provocou uma vaga de protestos que envolveram mais de um milhão de pessoas.
  • A Guerra Fria entre EUA e URSS quase se transformou em um holocausto nuclear por causa de uma falha nos sistemas de vigilância soviéticos. Em 26 de setembro de 1983, um satélite enviou ao centro de comando um falso alarme, indicando que os EUA haviam disparado cinco mísseis balísticos em direção ao bloco. Investigações posteriores indicaram que a falha foi causada pela má interpretação de reflexos da luz solar em nuvens.[3]
  • Acidente nuclear de Chernobil.
  • Acidente radiológico de Goiânia com o Césio 137, em setembro de 1987, o maior acidente radioativo do Brasil e o maior que não envolveu usina nuclear. Triste episódio para muitas famílias em Goiania, Estado de Goiás.
Os presidentes Mikhail Gorbatchov e Ronald Reagan deram um ponto final à Guerra Fria

Frederick de Klerk, dando início a profundas mudanças para o fim do sistema de segregação racial, o qual escravizou e segregou milhões de negros sulafricanos.

Fatos marcantes

[editar | editar código-fonte]

Ciência e Tecnologia

[editar | editar código-fonte]
Promulgação da Constituição de 1988. Foto: Agência Brasil.

A década de 1980 inicia-se com a volta de John Lennon aos estúdios de gravação. O álbum Double Fantasy é considerado um dos melhores de sua carreira. Canções de sucesso como "Woman" e "(Just Like) Starting Over" devolvem o líder e fundador dos Beatles às paradas de sucesso após 5 anos sem lançar discos. Mas na noite de 8 de Dezembro, ao voltar das sessões de gravação do seu próximo álbum, Lennon era esperado à entrada de sua residência no Edifício Dakota, em Nova York, por Mark Chapman, um dos incontáveis fãs que sempre estavam de prontidão esperando por ele. Apenas algumas horas antes, Lennon havia autografado a capa do LP Double Fantasy para Chapman. Ao chegar a entrada do prédio, Lennon foi alvejado com cinco tiros, dados pelas costas, por Chapman, que dizia querer roubar a fama do ídolo. Lennon morreu na traseira de um carro de polícia alguns minutos depois, aos 40 anos de idade.

Os anos 1980 são conhecidos também como a década dos sintetizadores, música eletrônica e da moda colorida e futurista. Nesta época, a new wave e o synth-pop se tornaram gêneros musicais mais populares, assim como toda a estrutura da dance music. A new wave e o synth-pop foram desenvolvidos por muitos artistas britânicos e americanos e se tornaram fenômenos populares ao longo da década. Entre as bandas de sucesso na época expoentes destes gêneros estavam Alphaville, Depeche Mode, A-ha, Blondie, Tears for Fears, Duran Duran e os Pet Shop Boys.

Surge a MTV e o hip hop; o advento da música eletrônica nas pistas de dança e as primeiras raves. No underground é criado o rótulo "música industrial" para bandas eletrônicas mais experimentais e obscuras, além de diversas bandas de rock de garagem que dariam origem ao grunge na década de 1990.

Michael Jackson foi definitivamente o maior ícone da década de 1980. Com imagem e estilos marcados por suas jaquetas de couro, luva, e o passo Moonwalk, fora muitas vezes imitado. Seu famoso álbum de 1982, Thriller, tornou-se o mais comercializado de todos os tempos, com vendas estimadas entre 65 e 110 milhões de cópias em todo o mundo.

Madonna foi a maior estrela e símbolo feminino dos anos 1980, com os primeiros anos da carreira marcados por controvérsias e aplicações de tendências ao mainstream, que partiam desde a sonoridade dançante de suas músicas à moda, com seus marcantes crucifixos, luvas sem dedo e cabelos alvoraçados de raízes escuras. Foi a cantora que mais vendeu álbuns e singles durante a década, acumulando até a época um total de 70 milhões de discos vendidos e uma enorme quantidade de sucessos que tornaram-se atemporais.

O heavy metal recebeu inúmeras vertentes ainda mais rápidas e pesadas, como o thrash metal, speed metal e o black metal. Alguns exemplos que se consagram na década neste gênero do rock foram as bandas Iron Maiden e Judas Priest, os grupos Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax no thrash metal. Conservando as raízes do hard rock, também merecem destaque os longos períodos de sucesso que tiveram as bandas Bon Jovi, Van Halen, AC/DC, Guns N' Roses, Def Leppard, Whitesnake e Scorpions. Em Portugal Xutos & Pontapés e GNR.[4] No Brasil, a banda Golpe de Estado.

Outras inúmeras bandas de rock e pop surgiram nos anos 1980: A-ha, U2, The Police, Duran Duran. Algumas, surgidas em meados dos anos 1970, só se consolidaram na década de 1980.

A década também foi marcada pelo revival rockabilly, iniciado na década anterior,[5] a banda Stray Cats é a principal representante desse revival e é classificada como neo-rockabilly.[6]

Como o termo disco saiu de moda nos primeiros anos da década, gêneros como pós-disco, italo disco, euro disco, Hi-NRG e dance-pop tornaram-se mais populares.

Inspirada em experimentações de batidas dos anos 1970, principalmente da disco music, teve como principais representantes: Bomb the Bass, S'express, gino latino, Coldcut, entre outros. Logo no início dos anos 1980 surgiu no underground a subcultura gótica na Inglaterra, denominada inicialmente como "dark" no Brasil.

Artistas mais notórios

[editar | editar código-fonte]
Xuxa se tornou um fenômeno no Brasil e America Latina durante as décadas de 80 e 90.

A década de 1980, embora chamada de "década perdida" pelos economistas latino-americanos, inclusive pelos brasileiros, por causa da estagnação econômica e da inflação descontrolada, não foi, de forma alguma, um período de retrocesso em outros campos. Pode não ter tido o charme dos anos 1950, com a bossa nova, que fez a cabeça do Primeiro Mundo, ou a intensidade dos anos 1960, com a música e o teatro de protesto e com o irreverente movimento tropicalista.

Musicalmente, é a década da consolidação de diversos cantores e bandas nacionais: RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, 14 Bis, Barão Vermelho, Kid Abelha, Ira!, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Blitz, Lulu Santos, entre outros.

Na TV faziam sucesso o seriado mexicano Chaves, o humorístico TV Pirata e o infantil Balão Mágico. As crianças e os adolescentes brincavam com o videogame Atari e o jogo Genius. Em 1986, estreou na TV Globo o Xou da Xuxa, considerado um marco revolucionário na história da televisão brasileira. Dividido em diversos blocos, com desenhos, musicais, apresentações de dança e teatro, brincadeiras, jogos e premiações; além de quadros como Madame Caxuxá e Vovuxa. Também distribuía muitos presentes e recebia centenas de cartas diariamente. O último Xou da Xuxa foi ao ar em 31 de dezembro de 1992 e no total foram exibidos 2 mil programas.[7][8][9]

Aconteceu também o Rock in Rio (1985). É inaugurado o Sambódromo da cidade do Rio de Janeiro, em 1984. Consolidavam-se o estilo musical da MPB, ou Música Popular Brasileira (surgido na segunda metade da década de 1960), e as bandas de música pop e de rock and roll. A MPB consagrou a posição de destaque das vozes femininas na música brasileira;[10][11] entre os fenômenos individuais destacam-se: Simone, que foi a maior vendedora de discos de toda a década,[12][13][14] Marina Lima, Elba Ramalho, Maria Bethânia, Zizi Possi, Fafá de Belém, Elis Regina, Gal Costa, Rita Lee e Joanna. Alguns dos principais destaques masculinos foram os compositores-cantores Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim, Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Ivan Lins e Gilberto Gil e Tim Maia.

  • Durante o início dos anos 1980, viu-se uma continuação dos estilos de roupas do final dos anos 1970, e só evoluiu para algo mais exagerado e futurístico durante os anos seguintes;
  • A década ficou caracterizada pelo uso de roupas exageradas e muito coloridas, blusas largas, a predominância da cor néon, cabelos super volumosos ou com cortes em estilo mullet, jeans rasgados ou lavados com ácido, calças de cintura alta justíssimas ou semi-baggys e as famosas ombreiras;
  • A cor preta tornou-se cada vez mais popular nas vestimentas;
  • No público feminino as tendências eram usar e abusar das ombreiras e dos babados e acessórios (brincos e pulseiras), conjuntos jeans (com jaquetas e calças de mesma lavagem), top cropped e minissaias e leggings das mais diversas cores e cabelos com bastante permanente. A maquiagem pesada era fundamental, se destacando pelo uso excessivo de blush (chamado de rouge na época). Entre outras necessariedades encontravam-se as sapatilhas de plástico, polainas, botas e sapatos de bico e saltos finos fizeram parte do cenário estilístico do início ao fim da década;
  • Já para os homens, eram leis enormes jaquetas (jeans ou de couro), os famosos shortinhos curtos, jeans de cintura alta e também blazers com ombreiras. Óculos escuros com armações quadradas eram os mais cobiçados. Tênis esportivos, mocassins e all-stars eram essenciais dentre calçados masculinos.
  • O Automóvel Volkswagen Fusca deixa de ser produzido, em 1986;
  • O Automóvel Fiat Uno é lançado em 30 de abril de 1984.
Papa João Paulo II na Praça de São Pedro em 1985.
O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad, fotografado em 1984
Ver artigo principal: Cinema da década de 1980
Ver artigo principal: Televisão na década de 1980
Ver artigo principal: Moda na década de 1980

Diversão eletrônica

[editar | editar código-fonte]

Na década de 1980 a Sega e a Nintendo gradualmente substituíram o Atari, que monopolizava a indústria dos consoles e videogames no início da década, mas na metade desta começou a ser superado pelas duas empresas japonesas, finalizando a década com a Sega e Nintendo monopolizando o mercado de diversão eletrônica e iniciando uma espécie de corrida "armamentista" que marcaria a década seguinte. Nessa década jogos como Pac-Man, Super Mario Bros., The Legend of Zelda, Donkey Kong, Frogger, Digger, Tetris, Golden Axe e Sega Moonwalker tornaram-se populares, fazendo sucesso até hoje. Foi também nessa década que ocorreu o crash dos videogames de 1983.

Referências

  1. «A década acaba daqui a dois meses ou só no final de 2020?». Glamour 
  2. «2019 ou 2020: quanto termina realmente esta década?». BBC 
  3. «Terceira Guerra Mundial por um triz». O Globo. Consultado em 14 de novembro de 2014 
  4. Anos80.net.br
  5. Max Ventura (2013). Anni '80. [S.l.]: Narcissus.me. 75 páginas. 9788868852900 
  6. Maury Dean (2003). Rock and Roll: Gold Rush. [S.l.]: Algora Publishing. 421 páginas. 9780875862279 
  7. Site Oficial da Xuxa. «Programas - Xou da Xuxa». Xuxa.com. Consultado em 26 de setembro de 2013 
  8. Almanaque dos anos 80
  9. Anos 80: década perdida?
  10. Folha de S. Paulo
  11. Revista Veja, A nação das cantoras
  12. Folha, Ilustrada
  13. Folha, Ilustrada
  14. Bol