Arrapa
Arrapa (em acádio: Arrapḫa; em árabe: أررابخا ,عرفة) foi uma cidade antiga no que hoje é o nordeste do Iraque, no local da moderna cidade de Quircuque.[1]
História
[editar | editar código-fonte]O primeiro registro escrito de Arrapa é atestado do Império Neosumério (século XXII a XXI a.C.).[1] Arrapa fazia parte do Império Acádio de Sargão da Acádia,[2] e a cidade foi exposta aos ataques dos lulúbios durante o reinado de Narã-Sim.[3]
A cidade foi ocupada por volta de 2 150 a.C. pelos gútios. Arrapa foi a capital do breve reino Guti (Gutium) antes de ser destruído e os gútios expulsos da Mesopotâmia por volta de 2 090 a.C.[4][5] Arrapa tornou-se parte do Império Assírio Antigo (c. 2025–1 750 a.C.) antes de Hamurábi sujeitar brevemente a Assíria ao Império Paleobabilônico, após o qual novamente tornou-se parte do Assíria.[1]
Durante os séculos XV e XIV a.C., foi uma cidade amplamente hurrita, a capital do pequeno reino hurrita de Arrapa, situada ao longo da extremidade sudeste da área sob domínio Mitani, até que foi totalmente incorporado à Assíria durante o Médio Império Assírio (1365–1 050 a.C.) depois que os assírios derrubaram o império de Mitani.[1][6][7]
A cidade alcançou grande destaque nos séculos XI e X como parte da Assíria. Em 615 a.C., vendo os assírios ocupados com os babilônios e violentas rebeliões entre si, o rei meda Ciaxares invadiu com sucesso Arrapa, que foi uma das últimas fortalezas do Império Neoassírio.[8][9] A região mais tarde tornou-se parte da província governada pelos persas de Atura (Assíria aquemênida).
Entre meados do século II a.C. e meados do século III d.C., durante o Império Parta e no início do Império Sassânida, o local era a capital de um pequeno reino assírio chamado Garameia, além de um breve interregno no início do século II d.C., quando tornou-se parte da província romana da Assíria.[10] Os sassânidas conquistaram a colcha de retalhos de estados assírios independentes entre meados e o final do século III d.C., e Arrapa foi incorporado ao Assuristão governado por sassânidas até a conquista árabe islâmica em meados do século VII d.C., quando o Assuristão foi dissolvido e Arrapa acabou se tornando Quircuque.
Arrapa ainda não foi escavada, devido à sua localização sob a moderna Quircuque.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Bryce, Trevor (2009). The Routledge Handbook of The People and Places of Ancient Western Asia: The Near East from the Early Bronze Age to the Fall of the Persian Empire. London and New York: Routledge. pp. 67–68. ISBN 978-1-134-15908-6. Consultado em 27 de outubro de 2012
- ↑ Edwards, Charlesworth & Boardman 1970, p. 433
- ↑ Edwards, Charlesworth & Boardman 1970, p. 443
- ↑ East, William Gordon; Spate, Oskar Hermann Khristian (1961). The Changing Map of Asia: A Political Geography. [S.l.: s.n.] p. 105
- ↑ Roux, Georges (1992). Ancient Iraq. [S.l.: s.n.] ISBN 9780141938257
- ↑ Kimmons, Sergeant Sean. "Soldiers Help Preserve Archeological Sites".
- ↑ M. Chahin. Before the Greeks, p. 77.
- ↑ Martin Sicker. The Pre-Islamic Middle East, Page 68.
- ↑ I. E. S. Edwards, John Boardman, John B. Bury, S. A. Cook. The Cambridge Ancient History. p. 178–179.
- ↑ Mohsen, Zakeri (1995). Sasanid Soldiers in Early Muslim Society: The Origins of 'Ayyārān and Futuwwa. [S.l.]: Otto Harrassowitz Verlag. p. 135. ISBN 978-3-447-03652-8