Deusa
Deusa é um conceito de Divindade Eterna e Infinita presente em diversas religiões monoteístas, henoteístas ou politeístas, sendo geralmente definida como a espírita infinita e eterna, criadora, preservadora e transformadora do Universo. O conceito de Deusa, como é descrito por pessoas estudiosas de teologia, geralmente inclui os atributos da onisciência (todo conhecimento), a onipotência (poder ilimitado), a onipresença (presente em todos os lugares), a simplicidade e complexidade divina e a existência eterna, imprescindível, mágica e miraculosa. Nos estudos teológicos também descrevem a Deusa como sendo onibenevolente (perfeitamente boa) e amorosa.
Deusa ou deidade Feminina pode ser entendida como a divindade feminina manifesta. Independente ou em associação, algumas vezes em união com o aspecto masculino, com algum "deus", integrando um panteão que inclui divindades de ambos os gêneros.
Em alguns casos, a Deusa pode mesclar-se ao gênero masculino, constituindo um dos aspectos de uma deidade hermafrodita. As representações de gênero das deidades são variadas e transformam-se no tempo e no espaço nas várias culturas.
Aspectos dos conceitos de deusa e de deus
[editar | editar código-fonte]Como o conceito de monoteísmo e politeísmo são relativistas, os conceitos de deus e deusa correm o risco de ser culturalmente mal entendidos, devendo-se atentar para os contextos de patriarcado e matriarcado ao qual se relacionam. O conceito de deusa é defendido por modernas matriarcas e panteístas como uma versão feminina de ou analógica a deus, isto é, o deus abraâmico), que no feminismo e em outros círculos é entendido como fundamental no conceito patriarcal de domínio — à exclusão de conceitos femininos.
A relação feminino-masculino é às vezes fundamental no monismo ("Um- ísmo"), de preferência, do que através de um conceito definitivo e rígido de monoteísmo versus politeísmo, onde a deusa e deus são vistos como os gêneros de uma mônada transcendental. No paganismo sempre existiram Deusas-Mães e deuses corníferos vivendo em panteões próprios a culturas, povos e épocas.
Transformações simbólicas
[editar | editar código-fonte]- Passagem do matriarcado ao patriarcado
É interessante notar a mudança que sofrem os mitos de deidades femininas ao longo deste processo, pois, após a derrocada do matriarcado e a descoberta do ferro, todos os valores femininos foram também caindo, sendo demonizados, absorvendo estereótipos depreciativos criado por seus opositores, em decorrência de interesses e novos engendramentos econômicos.
O culto das deusas acha-se basicamente associado a três aspectos: psicológico, geo-físico e econômico. O aspecto psicológico engloba a veneração dos antigos pela geração materna (A Grande Mãe). O aspecto geo-físico está ligado à veneração pela natureza (estrelas etc.). O aspecto econômico está ligado à produção material no matriarcado, sistema em que a mulher sustentava toda a gens com a plantação, sendo associada à agricultura, plantio, colheita e abundância.
As deusas nas diferentes culturas e religiões
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Arábia Antes do Islão, um número de deusas foi cultuado, inclusive as três referidas como filhas de Deus: Alilat, Uza e Maná, as três deusas-chefes de Meca.
Religião proto-indo-europeia
Religiões dármicas
- Kuan Yin, ou Guānyīn
觀音 , "Aquela que enxerga os apelos do mundo", divindade feminina ou deusa da compaixão no budismo chinês, transformação da divindade indiana da compaixão Avalokiteśvara, em fusão com divindades femininas locais e associada principalmente à lendária princesa Miàoshàn妙 善 , que teria vivido na longínqua dinastia Zhōu周 , Zhōucháo周 朝 , entre o século X e o III a.C.. Kuan Yin tem aspecto maternal e pacífico predominante[1]. - Kannon Bosatsu, "Aquela que enxerga os apelos do mundo", divindade feminina ou deusa da compaixão no budismo japonês, trazida, a partir do século VI, das devoções chinesas e coreanas, transformações do mito indiano de origem, Avalokiteśvara.
Xintoísmo, ou, em japonês, shintō
- Amaterasu Ōmikami
天 照 皇 大神 , “A Grande Deusa Imperial do Sol Brilhante”: associada à força materna da criação[2]. - Izanami
Religião céltica
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Deusa do Fred
Religião germânica
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Constam da mitologia germânica numerosas deidades femininas e gigantas.
Gnosticismo Os gnósticos sempre foram perseguidos por acreditarem que a Divindade se manifestava duplamente, como Pai-Sabedoria e como Mãe-Amor.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Blofeld, John. A Deusa da compaixão e do amor. O culto místico a Kuan Yin. Trad. Antonio de Pádua Danesi e Gilson César Cardoso de Sousa. São Paulo, Ibrasa, 1995
- Brandão, Junito. Introdução ao Mito dos Heróis. Mitologia Grega. Vol.III. Rio de Janeiro, Vozes, 1987.
- Campbell, Joseph. O Herói de Mil Faces. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo, Cultrix/Pensamento, 1988, p. 210.
- Neumann, Erich. A Grande Mãe. Um estudo fenomenológico da construção feminina do inconsciente. Trad. Fernando Pedroza de Mattos e Maria Silvia Mourão Netto. São Paulo, Cultrix, 2003.