Guerra de Independência da Turquia
Guerra de Independência da Turquia | |||
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Data | 19 de maio de 1919 – 29 de outubro de 1923 | ||
Local | Anatólia, Mesopotâmia do Norte e Trácia | ||
Desfecho | Vitória turca, Tratado de Lausanne, reconhecimento da República da Turquia e o fim do Império Otomano. | ||
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A Guerra de Independência da Turquia (em turco: Kurtuluş Savaşı) foi um conjunto de eventos militares e políticos que, tendo como ponto de partida o processo de dissolução do Império Otomano, levou à abolição do império (1922), à criação da República da Turquia (1923) e ao reconhecimento internacional desta, pelo Tratado de Lausanne (1923). Integram este conjunto de eventos a fundação de um movimento nacionalista turco, a Guerra Turco-Armênia, a Guerra Greco-Turca e a Guerra Franco-Turca.
Queda do Império Otomano
[editar | editar código-fonte]Em 30 de outubro de 1918, o decadente Império Otomano assina a sua rendição após a desastrosa entrada na Primeira Guerra Mundial ao lado da Tríplice Aliança, o Armistício de Mudros desmembrou o império para os vencedores. A Inglaterra ficou com o Egito, a Mesopotâmia e a Palestina; a França ficou com a Síria e o Líbano e a Itália ficou com a Antália. Em novembro, Constantinopla foi ocupada por tropas britânicas e francesas e as fortalezas do Bósforo e de Dardanelos foram ocupadas pelos aliados.
Apesar da rendição, muitos oficiais e soldados não aceitaram a derrota e a consequente ocupação, os nacionalistas turcos planejavam expulsar os invasores e reconquistar os seus territórios. Através do contrabando, armas e munição foram adquiridas pelos nacionalistas.
Guerra de Independência
[editar | editar código-fonte]Em 19 de maio de 1919, inicia a Guerra de Independência da Turquia, os nacionalistas sob o comando do herói de Galípoli, o coronel Mustafa Kemal Atatürk iniciam os ataques contra os invasores. Em 22 de junho, Mustafa Kemal consegue o apoio dos bolcheviques em troca da entrega dos territórios do Cáucaso, incluindo a Armênia, aos russos, Lênin envia 60 peças de artilharia Krupp, 700 mil granadas, 10 mil minas, 1 milhão de fuzis russos, 250 mil baionetas.
Guerra Franco-Turca
[editar | editar código-fonte]Os franceses que haviam ocupado partes da Turquia, iniciaram ataques conquistando cidades turcas como: Mersin, Tarso, Mardin, entre outras com a ajuda dos armênios. Porém, os nacionalistas contra-atacaram reconquistando suas cidades rapidamente, sem condições de manter a guerra, a França assina o Tratado de Ancara encerrando as hostilidades e saindo da guerra.
Guerra Turco-Armênia
[editar | editar código-fonte]A jovem República da Armênia lançou seu ataque sobre os turcos em setembro de 1920, entretanto logo sofreriam pesadas derrotas, os turcos avançavam rapidamente promovendo inúmeros massacres contras civis armênios. Em dezembro de 1920, sem forças, a Armênia assina o Tratado de Alexandropol, onde sairia da guerra e deveria desarmar seus militares e ceder mais da metade de seu território à Turquia. Logo depois, a Armênia foi invadida pela Rússia transformando-a numa de suas repúblicas socialistas.
Guerra Greco-Turca
[editar | editar código-fonte]Logo no início da guerra, a Grécia, inspirada pela Megáli Idea uma tentativa de unir todos os gregos em um só país e conquistar Constantinopla, havia ocupado a cidade de Esmirna e avançava pelo interior da Anatólia apoiada pelo primeiro-ministro inglês Lloyd George. Em março de 1920, Mustafá e os nacionalistas turcos estabeleceram o novo parlamento na cidade de Ancara. Em 10 de outubro de 1920, é assinado o Tratado de Sèvres entre os aliados e o império otomano que o obrigava a reconhecer a perda de seus territórios, entretanto os nacionalistas não reconheciam a validade do acordo e continuavam resistindo. Os gregos conseguiram avançar bastante chegando perto de Ancara, até que foram derrotados pela primeira vez na Primeira Batalha de İnönü em 11 de janeiro de 1921. Entre agosto e setembro de 1921 os turcos novamente derrotam os gregos na Batalha de Sakarya, e o general grego Anastasios Papoulas ordenou uma retirada geral para Eski Shehir e Hisar Kara. As tropas gregas evacuaram o Monte Chal, que tinha sido tomada a grande custo, e retiraram-se sem serem molestados através do Rio Sakarya para as posições que haviam deixado um mês antes, levando consigo suas armas e equipamentos. Na linha de retirada do exército nada foi deixado que pudesse beneficiar os turcos. Ferrovias e pontes foram destruídas, as aldeias foram queimadas.
Grande Ofensiva
[editar | editar código-fonte]Em 26 de agosto de 1922, Mustafa ordena uma grande ofensiva sobre os gregos que em 30 de agosto derrotam o exército grego comandado pelos generais Nikolaos Trikoupis e Dionis. Os turcos avançam rapidamente e em setembro entram em Esmirna, parte da cidade foi incendiada, os bairros gregos e armênios foram queimados, apenas o bairro turco permaneceu intacto isso levantou suspeitas sobre o motivo do incêndio ter sido causado pelos turcos. Os gregos abandonaram Esmirna levando a saída da Grécia. Os britânicos tentaram resistir em Constantinopla, mas logo se renderiam.
Paz
[editar | editar código-fonte]Em julho de 1923, é assinado o Tratado de Lausanne restaurando as fronteiras turcas em troca do reconhecimento da soberania dos aliados sobre o Oriente Médio. Em setembro, os nacionalistas entram em Constantinopla após o embarque das últimas tropas britânicas. Em 29 de outubro de 1923, Mustafa Kemal proclama a República da Turquia pondo fim ao império e tornando-se no presidente que fez amplas reformas na educação, transportes e cultura, ocidentalizou e modernizou a Turquia e romanizou o alfabeto turco, por tudo isso ganhou o apelido de Atatürk (Pai dos Turcos).
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Jelavich, Barbara (1983). History of the Balkans: Twentieth century. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 131. ISBN 978-0-521-27459-3
- ↑ The Place of the Turkish Independence War in the American Press (1918-1923) by Bülent Bilmez: "...the occupation of western Turkey by the Greek armies under the control of the Allied Powers, the discord among them was evident and publicly known. As the Italians were against this occupation from the beginning, and started "secretly" helping the Kemalists, this conflict among the Allied Powers, and the Italian support for the Kemalists were reported regularly by the American press."
- ↑ Mütareke Döneminde Mustafa Kemal Paşa-Kont Sforza Görüşmesi, Mevlüt Çelebi (em turco)
- ↑ Mustafa Kemal Paşa – Kont Sforza ve İtalya İlişkisi (em turco)