K
K k | |
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cá, cápa | |
A letra nas versões de fôrma e cursiva, minúsculas e maiúsculas. | |
Sistema de escrita | alfabeto latino, alfabeto latino básico ISO |
Unicode (hex) | U+004B (K)U+006B (k)
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Representações alternativas | |
Alfabeto fonético da OTAN | kilo |
Código Morse | |
Código internacional de navegação marítima | |
Telégrafo óptico | |
Braille | |
Alfabeto manual estadunidense |
A letra K (cá ou cápa) é a décima primeira letra do alfabeto latino.
História
[editar | editar código-fonte]Hieróglifo egípcio k | K proto-semita | K fenício | K etrusco | K grego | ||
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Esta letra provém do grego
Este som semita de /k/ para esta letra foi mantido na maioria das línguas clássicas e modernas. Porém, quando as palavras provenientes do grego foram assimiladas pelo latim, o K foi convertido em C, embora o idioma já usasse o K para palavras provenientes do etrusco, como por exemplo kalendae, “o primeiro dia do mês”, que deu origem à palavra calendário. Algumas palavras de outros alfabetos foram também reescritas usando a letra C. É por essa razão que as línguas românicas atualmente somente utilizam o K apenas em casos muito particulares, como por exemplo em português as palavras kantiano ou kart.
A letra K fazia parte do alfabeto português até o início do século XX, durante o seu período pseudoetimológico, e podia ser encontrada num grupo específico de palavras como kermes, kilometro e kysto, nestes exemplos a sua presença era justificada por sua etimologia:
• Kermes era um derivado da palavra árabe qermez (قرمز), que é proveniente da palavra persa qirmiz (قرمز), uma palavra que em si vem do sânscrito kṛmija (कृमिज);
• Kilometro era uma combinação do prefixo de origem grega chílioi (χίλιοι)[1] + a palavra metro;
• Kysto vinha do grego kystis (κύστη).
Percebe-se que o seu uso era significativamente limitado e o número de palavras em que o K aparecia era minúsculo,[2] devido a estes motivos, a Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal e o subsequente Formulário Ortográfico de 1943 no Brasil o removeram completamente do português, e palavras que o continham agora o tiveram substituído, ou por C se estivesse antes de A, O ou U, ou por QU caso estivesse antes de E ou I, as palavras anteriores então tornaram-se quermes,[3] quilômetro e quisto. Outras palavras que também perderam o K incluem breke que se tornou breque, fakir que se tornou faquir, kaki que se tornou caqui, kaleidoscopio que se tornou caleidoscópio e nickel que se tornou níquel.[4][5]
O Acordo Ortográfico de 1990 restaurou a letra K no alfabeto português sem restaurar o seu uso prévio, que continuará restrito às abreviaturas como km, às palavras com origem estrangeira como kart e a seus derivados como kartódromo.[6] No Brasil, o AO-1990 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009 e, findo o período de transição de quatro anos, passou a ser a única norma vigente a partir de 1º de janeiro de 2013.
- ↑ Resumo do Sistema Internacional de Unidades. Tradução da publicação do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM). INMETRO, 2006. Acesso em 17/05/2011.
- ↑ O novo diccionario da lingua portugueza, publicado em 1817, somente listava 4 palavras que se iniciavam com K, estas eram K, Kermes, Kysteotemia e Kysto.
- ↑ Ainda que quermes atualmente seja a forma oficial aportuguesada para referir-se à cor de mesmo nome, a palavra kermes com K ainda é frequentemente encontrada sendo utilizada, principalmente quando está referindo-se à família de insetos Kermes, que é um substantivo próprio, por conseguinte, não é exatamente afetado por estas reformas.
- ↑ «Acordo Ortográfico - Portal da Língua Portuguesa». www.portaldalinguaportuguesa.org. Consultado em 26 de junho de 2024
- ↑ «Formulário Ortográfico». Academia Brasileira de Letras. 28 de julho de 2015. Consultado em 26 de junho de 2024
- ↑ Bechara, Evanildo (8 de janeiro de 2012). «As novas letras K, W e Y». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 6 de julho de 2021