Linha do Cávado
Linha do Cávado | |
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Estação de Barcelos | |
Informações principais | |
Área de operação | Distrito de Braga, Portugal |
Especificações da ferrovia | |
Extensão | 38 Km |
Bitola | Bitola métrica (1000 mm) |
Linha do Cávado (proj. 1930) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Bitola: | Bitola estreita | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A Linha do Cávado, igualmente conhecida como Linha do Vale do Cávado, foi um caminho de ferro de via estreita que foi projectado mas nunca construído, que deveria ligar Esposende a Braga, no Distrito de Braga, em Portugal. Caso tivesse sido construída, a linha teria um comprimento aproximado de 38 Km.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em meados do século XIX, o interior do Minho tinha grandes problemas de comunicações, uma vez que as vias terrestres eram pouco adequadas, sendo então principalmente usados os rios como meio de transporte.[2] No caso do Cávado, este curso de água tinha problemas de navegabilidade, pelo que as comunicações entre Braga e o Porto eram normalmente feitas através de via terrestre até ao Carregadouro, e depois seguindo o Rio Lima até Viana do Castelo.[2] Foram feitas várias tentativas para melhorar a navegabilidade do Cávado, mas sem sucesso, e posteriormente o eixo fluvial perdeu importância quando foi concluída a estrada de Braga ao Porto.[2]
Quando se iniciou o planeamento da Linha do Minho, foram propostos vários traçados, alguns mais pelo interior do Minho, e outros seguindo principalmente o litoral; Francisco Maria de Sousa Brandão, num discurso à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, em 4 de Novembro de 1876, relatou que um conde espanhol, o Conde de Réus, propôs uma linha do Porto à Galiza que seguia pelo litoral a partir de Vila do Conde, passando por Esposende.[3] O governo ordenou a realização de um novo projecto para aquele caminho de ferro, que incluísse desde logo um ramal para Braga, sendo o novo traçado pelo interior até à foz do Cávado.[3] Projectos consequentes para a Linha do Minho reduziram ainda mais o percurso do litoral, até que o definitivo apenas o fez chegar ao mar em Viana do Castelo.[3] Em 21 de Maio de 1875, entrou ao serviço o Ramal de Braga, que ligava a cidade de Braga à Estação de Nine, na Linha do Minho.[4] Por seu turno, a Estação de Barcelos abriu em 21 de Outubro de 1877.[5]
Planeamento
[editar | editar código-fonte]Em 10 de Agosto de 1897, o Ministro da Fazenda, Mariano de Carvalho, apresentou um projecto de lei às Câmaras, para autorizar o governo a adjudicar a construção e exploração de várias linhas em hasta pública, incluindo uma de Esposende a Barcelos.[6]
Em Março de 1925, foi noticiado que já tinham começado os trabalhos da Linha do Vale do Cávado, que deveria terminar na Póvoa de Varzim.[7]
Em finais de 1926, a Associação Comercial de Braga pediu ao Ministro do Comércio a publicação de um decreto para a concessão da construção e exploração da Linha do Cávado.[8]
Em 1928, a concessão para esta linha pertencia à Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, tendo o Conselho Superior de Obras Públicas proposto que fosse adiado o projecto de Esposende a Braga, sugerindo em vez disso à Companhia do Norte que construísse a linha de Braga a Arcos de Valdevez.[9] Em Abril de 1928, a Companhia do Norte foi autorizada a dar preferência à linha de Braga a Arcos de Valdevez.[10]
O Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, reorganizou a rede ferroviária portuguesa, tendo introduzido novos projectos ou reorganizado os já existentes para troços ferroviários. Um dos caminhos de ferro incluídos no plano foi a Linha do Cávado, que se iniciaria em Esposende, onde se ligaria à também planeada Linha do Litoral do Minho, passaria por Barcelos, na Linha do Minho, e terminaria em Braga, onde se uniria à projectada Transversal do Minho, e ao Ramal de Braga, que já estava em funcionamento..[11]
Em 1933, a Companhia do Norte tinha a concessão para construir os troços entre a Póvoa de Varzim e Guimarães por Esposende, Barcelos e Braga, tendo já sido aprovado o projecto para a secção entre a Póvoa e Fão.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ a b c FERNANDES, 1995:66
- ↑ a b c FERNANDES, 1995:83
- ↑ MARTINS et al, 1996:9
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1234). 16 de Maio de 1939. p. 259-261. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 40 (937). 1 de Janeiro de 1927. p. 6. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ a b SOUSA, José Fernando de (1 de Maio de 1933). «A Coordenação dos Meios de Transporte» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1089). p. 259-261. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1235). 1 de Junho de 1939. p. 281-284. Consultado em 8 de Dezembro de 2016
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FERNANDES, Mário (1995). Viana do Castelo: A Consolidação de uma Cidade (1855-1926). Lisboa: Edições Colibri. 185 páginas. ISBN 972-8288-06-9
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas